18 de abril | 2010

Diretor diz que DAEMO capta água sem autorização

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O superintende geral do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), Valter José Trindade, afirmou nesta semana que desde o início, quando foi criada, a autarquia capta água para o abastecimento da cidade, sem ter autorização do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do Estado de São Paulo.

Trindade cita como exemplo a Estação de Captação do Jardim São José, zona sul da cidade, que foi construída, segundo ele, em 1957, portanto a 53 anos, que ainda não tem a outorga para captar água. “Para o DAEE ela é clandestina até hoje”, enfatizou.

Também de acordo com Trindade, assim como acontece em relação à captação de águas de superfície, nenhum dos poços de onde são retiradas águas para o abastecimento possui autorização.

“Estamos regularizando tudo isso. Estamos investindo mais de R$ 100 mil só para regularizar isso”, afirmou.

Uma situação que até estaria travando novos projetos, como, por exemplo, a autorização para tirar água do rio Cachoeirinha. “Nós conseguiremos autorização para instalar a nova ETA depois que tudo estiver regularizado. São coisas que foram acumulando e chega nessa dificuldade enorme para resolver, mas nada é impossível de ser resolvido”, reclama.

Segundo Trindade, a captação no Cachoeirinha, que agora, segundo ele, mandaria 500 mil litros de água por hora para a nova ETA (Estação de Tratamento de Água), do Jardim Cecap, na zona leste da cidade, e não apenas os 200 mil litros por hora informados anteriormente.

Água do Thermas
Na nova ETA, quando concretizada, segundo ele, poderão ser tratados os cerca de 200 mil litros produzidos por hora pelo poço da Petrobrás, para utilização no Parque Aquático Thermas dos Laranjais, hoje usados nos equipamentos e depois jogados diretamente no rio.

Esse volume de água, que pode chegar a até 300 mil litros de água mineral, segundo uma informação que foi veiculada há vários anos pelo ex-diretor do DAEMO, Luiz Martin Junqueira, deveria estar sendo utilizado para o abastecimento da cidade, lógico que depois de receber o tratamento adequado.

Nesta semana, o diretor confirma a necessidade, mas disse apenas que há “vontade política” (sic), de implantar um sistema. Há, inclusive, a lei número 1.858, de 1987, tratando da questão. “Hoje (o clube) joga cerca de 200 mil a 300 mil litros de água por hora no Rio Olhos D´água. E a captação que fazemos é de 500 mil litros por hora”, estima Trindade.

Falhas no controle
Embora sem um sistema de medição, Trindade estima que a autarquia produza, em toda rede, o equivalente a 700 mil litros por hora. “Isso dá 3,2 milhões de litros por mês”, totaliza o diretor.

Segundo Trindade, há ainda uma perda muito grande na rede que pode chegar a até 30% da água produzida. Ocorre que há problema no controle da produção e, conseqüentemente de volume tratado. “Olímpia não tem medição na macro e a micro é deficiente”, afirma.

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