17 de agosto | 2008

Enquête mostra que Fefol não segue os padrões de Sant’anna

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Todos os entrevistados da enquête realizada nesta semana pela reportagem desta Folha, com a finalidade de saber qual a avaliação do público sobre 44.º Fefol (Festival do Folclore), que encerrou no domingo passado, dia 10, de uma forma ou de outra afirmaram que o evento tem piorado nos últimos anos.

Pelo que se depreende das respostas obtidas pela reportagem, o festival tem deixado a desejar nos últimos anos e não tem conseguido manter o padrão daqueles realizados pelo seu idealizador e criador, o folclorista José Sant’anna.

"Igual aos festivais que tínhamos antigamente não tem mais. Eu ia sempre e não vou mais. Parece que perdeu a graça. Hoje mudou e é a mesma rotina de sempre, são sempre as mesmas coisas e não tem nada de novidades. Aqueles conjuntos são sempre os mesmos. Antigamente era mais legal para a gente", afirmou o montador de peças, João Batista Doratti, que entende que o público foi bom.

Para o moto-taxista Leandro Barboza de Castro, o festival "era mais folclórico e mais do povo". A distância entre o idealizado e o que se vê nos últimos anos foi ressaltada, por exemplo, pela recepcionista Paula Roberta Meireles Nogueira: "está muito, muito distante do que o professor Sant’anna desejou". Para ela, mesmo a abertura realizada com alunos da rede de ensino, não atendeu: "achei muito fraca esse ano".

O guarda José Sérgio Copilli afirma que o festival "não tem mais graça" e que tudo mudou: "Não é igual era antigamente, o folclore hoje é mais bagunça". Também para ele, "mudou bastante", depois do falecimento do professor Sant’anna.

A dona de casa Maria de Lourdes Serafim, que, inclusive participou da apresentação do grupo da terceira idade, afirma que ficou desanimada com o que viu e que os organizadores é que têm que perceber o que precisa ser melhorado. "Este ano fui somente na apresentação e achei que o folclore está acabando", enfatizou.

"Na época do professor Santa’anna havia mais empenho. Ele dava a alma, o coração e o sangue. É a minha opinião pessoal, isso não quer dizer que seja isso. Eu que acompanhei desde o primeiro ano do folclore, vi que depois que o professor Santa’anna nos deixou, as coisas mudaram muito", reforçou.

Para a comerciante Maria Renata Ferreira Lima, os festivais não têm acompanhado os objetivos de seu idealizador: "não sei exatamente o porquê, mas acho que faltou alguma coisa. Acho que cada ano que passa tem menos gente. Não sei explicar, mas já esteve melhor".

Também a secretária do lar Rosana Aparecida Cristofoli de Almeida, o festival perdeu muito depois do falecimento de Sant’anna: "perdeu e muito. Acho que as pessoas vão mais para se divertir e não para ver cultura. O pessoal deveria ir mais pela cultura e não pelas barracas".

Enjoando
Os preços dos produtos comercializados dentro do recinto é uma das reclamações de Rosana: "acho que acabou muitas coisas do folclore e que o folclore (festival) está acabando aos poucos e vai chegar um dia que não vai ter mais. Há um cinco ou seis anos atrás tinha mais movimento, eram mais barracas e coisas diferentes. Hoje você vê as mesmas coisas. Faz uns três anos que estou indo e vendo as mesmas coisas. Por isso que enjoando".

O encanador e serralheiro Manoel Pereira dos Santos, enfatiza que os festivais com o professor Sant’anna eram melhores: "não tem nem comparação". Ele também reclama dos preços praticados no recinto: "as coisas deveriam ser mais baratas e nem ter tanta "pegação" (sic) no pé para entrar. "No primeiro dia (6.ª feira, 01) teve que pagar para entrar só porque fizeram um show. Acho errado. É uma coisa que é da cidade e não deveriam cobrar para entrar", acrescentou.

A vendedora Paloma de Fátima Spagnol, também é de opinião que os festivais não atendem mais os objetivos de seu criador: "ele (Sant’anna) realmente chamava as pessoas e todo ano tinha um atrativo diferente de atrair as pessoas para ver as apresentações e o objetivo do Fefol é a apresentação. Não é para você ir lá para passear como as pessoas estão fazendo hoje".

 

 

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