10 de junho | 2012

Escola de Olímpia promove inclusão apenas com esforço de pais de alunos e funcionários

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Assumindo uma condição que deveria vir de cima, mais precisamente da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a Escola Estadual Dr. Wilquem Manoel Neves, mesmo contando com poucos recursos enviados pelo Governo, está promovendo a inclusão social apenas com o esforço conjunto envolvendo seus funcionários e os pais de alunos.

A essa conclusão se pode chegar após contatos com os três alunos portadores de deficiência visual que frequentam a escola: Jéssica Aline de Carvalho Pereira, Luan Perpétuo Bertasi e Mariana de Brito Pimenta, e suas famílias.

A diarista Selma Soares de Carvalho, por exemplo, afirmou para esta Folha, que sua filha, a menina Jéssica Aline De Carvalho Pereira, de apenas 15 anos de idade, embora portadora de deficiência visual, leva uma vida normal. Na entanto, por segurança não a deixa sair de casa sozinha. Elas vivem em uma casa no Jardim Santa Fé, na zona leste de Olímpia.

Nisso tudo, a única reclamação da dona de casa Lucimar Bom Bertasi, mãe do garoto Luan Perpétuo Bertasi, são os obstáculos colocados estrategicamente nas calçadas das lojas que se transformam em verdadeiros transtornos impedindo os passeios das pessoas portadoras de deficiência visual. Ela diz que há dificuldades para o lazer, como um simples passeio pela cidade.

Já na avaliação da professora Mariângela de Brito Pimenta, que atua na rede municipal de ensino, em uma creche, até em razão de ser uma cidade que se considera turística, Olímpia não está preparada para atender as necessidades de pessoas portadoras de deficiência visual.

Segundo ela, as associações de cegos lutam por melhorias, mas as dificuldades são grandes e as coisas acabam demorando demais. Foi ai que ela citou o exemplo da reforma das duas praças centrais, Rui Barbosa e da Matriz de São João Batista.
“Reformou-se a praça, ficou linda e maravilhosa, mas por que já não colocaram o piso guia? Por que já não implantaram semáforos com sinais sonoros? Ah, não vai usar! Não sabe. Tem que ter a visão de mundo. É difícil, mas tem as leis para isso”.

Para ela tudo que há de inclusão na cidade é mérito da escola onde a filha estuda. “O mérito é todo para a escola Wilquem porque a diretoria de Barretos não dá suporte. Manda a máquina de escrever em braile e olhe lá. As folhas que os alunos usam a gente é que tem de comprar. Não capacitam os professores. Não tem ninguém na escola preparada para auxiliar essas crianças. Então, não é mérito da diretoria ou do Governo do Estado, é mérito e luta diária da escola. Lembro quando vim para Olímpia, em nenhuma escola aceitava a matrícula de Mariana. Não é que não aceitava, eu chegava com ela e diziam: a gente não sabe como vai trabalhar. Cheguei à dona Heloisa e falei onde vou matricular minha filha e ela falou aqui. Então, ela abraçou a causa”.

Da redação
Assumindo uma condição que deveria vir de cima, mais precisamente da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a Escola Estadual Dr. Wilquem Manoel Neves, mesmo contando com poucos recursos enviados pelo Governo, está promovendo a inclusão social apenas com o esforço conjunto envolvendo seus funcionários e os pais de alunos.
A essa conclusão se pode chegar após contatos com os três alunos portadores de deficiência visual que frequentam a escola: Jéssica Aline de Carvalho Pereira, Luan Perpétuo Bertasi e Mariana de Brito Pimenta, e suas famílias.
A diarista Selma Soares de Carvalho, por exemplo, afirmou para esta Folha, que sua filha, a menina Jéssica Aline De Carvalho Pereira, de apenas 15 anos de idade, embora portadora de deficiência visual, leva uma vida normal. Na entanto, por segurança não a deixa sair de casa sozinha. Elas vivem em uma casa no Jardim Santa Fé, na zona leste de Olímpia.
Nisso tudo, a única reclamação da dona de casa Lucimar Bom Bertasi, mãe do garoto Luan Perpétuo Bertasi, são os obstáculos colocados estrategicamente nas calçadas das lojas que se transformam em verdadeiros transtornos impedindo os passeios das pessoas portadoras de deficiência visual. Ela diz que há dificuldades para o lazer, como um simples passeio pela cidade.
Já na avaliação da professora Mariângela de Brito Pimenta, que atua na rede municipal de ensino, em uma creche, até em razão de ser uma cidade que se considera turística, Olímpia não está preparada para atender as necessidades de pessoas portadoras de deficiência visual.
Segundo ela, as associações de cegos lutam por melhorias, mas as dificuldades são grandes e as coisas acabam demorando demais. Foi ai que ela citou o exemplo da reforma das duas praças centrais, Rui Barbosa e da Matriz de São João Batista.
“Reformou-se a praça, ficou linda e maravilhosa, mas por que já não colocaram o piso guia? Por que já não implantaram semáforos com sinais sonoros? Ah, não vai usar! Não sabe. Tem que ter a visão de mundo. É difícil, mas tem as leis para isso”.
Para ela tudo que há de inclusão na cidade é mérito da escola onde a filha estuda. “O mérito é todo para a escola Wilquem porque a diretoria de Barretos não dá suporte. Manda a máquina de escrever em braile e olhe lá. As folhas que os alunos usam a gente é que tem de comprar. Não capacitam os professores. Não tem ninguém na escola preparada para auxiliar essas crianças. Então, não é mérito da diretoria ou do Governo do Estado, é mérito e luta diária da escola. Lembro quando vim para Olímpia, em nenhuma escola aceitava a matrícula de Mariana. Não é que não aceitava, eu chegava com ela e diziam: a gente não sabe como vai trabalhar. Cheguei à dona Heloisa e falei onde vou matricular minha filha e ela falou aqui. Então, ela abraçou a causa”.
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