23 de setembro | 2018

Espécies da Mata Atlântica não são citadas em comemoração da passagem do Dia da Árvore

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As espécies mais tradicionais da Mata Atlântica, reserva que está em plena extinção no município da Estância Turística de Olím­pia, nem sequer foram citadas pela Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambi­ental, para as comemorações da passagem do Dia da Árvore, que ocorreu na sexta-feira desta semana, dia 21. Pelo menos é a es­sa conclusão que se pode chegar ao analisar as informações divulgadas à imprensa no início desta semana.

Segundo consta no material divulgado, dentre as árvores frutíferas que foram doadas estavam Pinha, Jambo Amarelo, Ca­fé, Cabeludinha, Goiaba, Romã, Tamarindo e Pi­tan­ga. Já para plantio em calçadas, são distribuídas mu­das de árvores de pequeno e médio porte co­mo, Sabão-de-Macaco, Pata-de-Vaca, Flamboyant Mirim, Ipê de Jardim, No­ni, Aro­e­ira Pimenteira e Cássia.

Entretanto, segundo levantamento realizado pe­la reportagem no site SOS Mata Atlântica, essa vegetação é, principalmente formada por palmeiras, bromélias, begônias, orquídeas, cipós e briófitas; pau-brasil, jacarandá, pe­ro­ba, jequitibá-rosa e cedro; tapiriria; Andira; Ananás; e Figueiras.

Além disso, sabe-se que as características da Mata Atlântica são: presença de árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa; rica biodiversidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais as árvores de grande porte formam um microclima na mata, gerando sombra e umidade fauna rica com presença de diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e répteis.

DIA DA ÁRVORE

Nesta sexta-feira, dia 21, foi comemorado o Dia da Árvore. O objetivo dessa data é promover a importância da preservação das árvores, incentivando a pro­teção do meio ambiente com atitudes que trazem benefícios à natureza. Pensando nisso, a Daemo Ambiental realizou a implantação do projeto Espaço Árvore em escolas municipais.

O Espaço Árvore, coordenado pela divisão de Meio Ambiente, é um local destinado ao plantio de árvores compatíveis com o crescimento do tronco e das raízes e tem como finalidade melhorar as condições do espaça­mento adequado em sua base, permitindo o desenvolvimento em diâmetro, sem comprometer a infra­estrutura do calçamento, promovendo o crescimento saudável e garantindo a integridade arbórea.

As escolas municipais participantes do projeto Espaço Árvore foram a E­M­EB Dona Luiza Seno de Oliveira e EMEB de Rabi­có, ambas no Jardim Pau­lista. A UBS Dona Dalva Mo­reda Ayusso também terá receberá novas árvores plantadas na calçada. Os Espaços Árvore foram inaugurados na sexta-feira, dia 21, às 8h30, com a participação dos alunos e colaboradores das escolas.

Entretanto, além desta ação pontual, a Daemo realiza ainda a Campanha Per­manente de Incentivo à Arborização que já distribuiu 7.379 mudas, so­men­te neste ano.

Também é realizada a distribuição gratuita de mu­das diariamente no Viveiro Municipal, das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira, e, aos sábados, das 8h às 11h. O Viveiro está localizado na Estrada Municipal Vitório Celso Ci­so­to (prolongamento da Av. Menina Moça).

Olímpia tem apenas 4% de sua Mata Atlântica original

Aqui tem Mata? O ques­tionamento é feito pela Fun­dação SOS Mata A­tlân­tica, que a partir deste século tem se preocupado bastante com a evolução do desmatamento, principalmente de matas nativas que, além da mata a­mazônica, compõem o principal ecossistema do país. Em Olímpia a preocupação é maior ainda porque o município conta apenas com pouco mais de 4% de sua Mata Atlântica original.

Segundo dados da fundação, atualmente há 3.518 hectares, incluindo 82 hectares de Vegetação de Várzea, o que representa 188 vezes o tamanho do Estádio Mário Filho, o Maracanã, no Rio de Janeiro.

Só para ter uma comparação, em 2009, Olímpia ainda tinha 5.833, ou seja, 11% aproximadamente, de sua mata original, que inicialmente ocupava 55.036 hectares da área total do município de 80.265 hectares. Já segundo o estudo de 2015, o último que foi divulgado, a Mata Atlântica ocupa apenas 4,38% da área total do município.

Vale destacar que no i­nício de sua história o mu­nicípio tinha 68%, ou seja, 55.036 hectares do total de 80.255, que e­ram cobertos pela vegetação nativa, ou seja, pe­la Mata A­tlân­tica.

Os dados são originados no “Atlas de Remanescentes Florestais da Mata A­tlântica”, projeto que gera relatórios anuais sobre o estado de conservação da floresta.

O monitoramento é feito desde 1990 através de uma parceria da SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com execução técnica da Arcplan, empresa privada, constituída por geógrafos especializados em geoprocessamento, com ênfase em cartografia digital, interpretação de imagens de satélite e fotografias aéreas.

DESMATAMENTO

Além de mapear os remanescentes da Mata A­tlântica em seu domínio original – 1,3 milhão de km2 em 17 estados da federação – o Atlas calcula as taxas de desmatamento e regeneração da mata nativa. Desta forma é possível acompanhar a evolução a­nual da perda de florestas e o ranking dos muníci­pios com maior índice de desmatamento.

Apesar da grande importância para o bem-estar da população e qualidade do ar, parques e áreas urbanas de menor tamanho que possuam a vegetação muito alterada não entram na categoria de Mata do Atlas dos Remanescentes Florestais, que mapeia floresta nativa em estágio primário ou estágio médio/avançado de regeneração com ao menos 3 hectares de área contínua bem preservada.

A Mata Atlântica é a casa da maioria dos brasileiros. Nela vivem mais de 145 milhões de pessoas em 3.429 munícipios. Mas não é só! As florestas são a morada de centenas de o­utras espécies, além de garantir água e ar limpos. São também importantes para a saúde do solo, para o lazer e para a economia.

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