13 de março | 2007

Falta de incentivo faz Uniflavors mudar para Cajobi

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 A falta de incentivo e apoio fizeram com que o proprietário da indústria Uniflavors, João Antônio Pesareli, decidisse por aceitar as ofertas feitas pelo prefeito Dorival Sandrini para que transferisse a unidade industrial da empresa para Cajobi. "Infelizmente os órgãos públicos não se sensibilizaram, tanto é que até hoje nós não tivemos nenhum tipo de apoio e nem incentivo para que estivéssemos aqui em Olímpia", justificou.

Instalada no município desde o ano de 2000, último da administração do ex-prefeito José Fernando Rizzatti, a empresa que iniciou as atividades na Travessa Junqueira, ultimamente operava a produção de seus produtos na rua Américo Caetano, 120, no Distrito Industrial. "Desde então a gente vem trabalhando, tentando se instalar definitivamente no município", reclamou.

 Por isso Pesareli se viu obrigado a buscar alternativas e dentre as que surgiram estava o município de Cajobi para onde a indústria está sendo transferida. "E nós já estamos produzindo alguma coisa em Cajobi e pretendemos futuramente nos mudar para aquela cidade", reforçou.

As instalações que pretende montar em Cajobi, segundo o empresário, estão para ser em caráter definitivo. "Recebemos terreno, prédio e uma escritura de contrato do qual a gente já está fazendo uso disso", adiantou.

A Uniflavors é uma indústria de produtos alimentícios que tem em sua linha mais de 200 produtos, atendendo exclusivamente restaurante comerciais, fornecedores de fast food’s em geral: "Atendemos o Brasil e algumas empresas do mercado externo".

Dentre os principais clientes da Uniflavors estão algumas multinacionais como Volkswagen, a General Motors e a Ford, todas do setor automobilístico, além de Avon e Natura, duas potências em cosméticos e perfumarias: "Somente grandes companhias onde servem refeições aos seus funcionários. Esse são os nossos perfis de clientes".

Os principais produtos fornecidos a estas empresas são gelatinas, refrescos, pudins, flans, caldos de carne e galinha, amido e bebidas lácteas.

"Até hoje só trabalhamos com o nosso próprio recurso, inclusive não houve nenhum tipo de investimento de nenhum órgão do governo", enfatizou Pesareli, que vê remotas chances de permanecer em Olímpia. "Poderá ficar alguma coisa em Olímpia, mas é uma coisa para o futuro, a gente não sabe", concluiu.

Para empresário, se dependesse da cidade todas as indústrias já teriam ido embora

 

 Na avaliação do empresário João Antônio Pesareli (foto), proprietário da indústria alimentícia Uniflavors, se dependesse da preocupação e principalmente projetos do município, todas as poucas indústrias aqui instaladas já teriam ido embora de Olímpia.

A afirmação foi feita na quinta-feira (08) desta semana, quando procurado pela reportagem desta Folha com o objetivo de saber, principalmente, quais seriam os motivos que o levaram a fazer opção pelo município de Cajobi.

"Ultimamente acho que os problemas de Olímpia estão muito graves, então acho que o município não está preocupado em infra-estrutura para as empresas, não vejo nada de positivo nesse sentido. No que conheço da cidade, no que dependesse da cidade, já tinham fechado todas", comentou. E é toda esta situação que tornou inviável a continuidade da Uniflavors em Olímpia.

Pesareli justifica que o município não tem um plano para valorizar o Distrito Industrial: "Nosso distrito industrial está uma sucata. E a gente vem pleiteando condições para continuar no município e até hoje não tivemos nenhum tipo de informação, nem sequer uma conversa".

O empresário estima que dentro de aproximadamente 90 dias estejam encerradas as atividades industriais em Olímpia: "Assim que a documentação legal ficar pronta nós vamos começar a fazer tudo em Cajobi. Eu acredito que em 90 dias, depende da legislação".

Pesareli confirmou que o prefeito Dorival Sandrini exigiu que absorva o máximo de mão-de-obra de Cajobi: "É lógico que se você fornece condições para a empresa é também justo que a empresa gere empregos locais".

A saída da Uniflavors significa o fechamento de mais 35 postos de trabalho em Olímpia, sem contar os empregos indiretos, que envolvem serviços de transporte, despachante e banco, por exemplo.

"Tem muita coisa envolvida. Não dá para avaliar quantas pessoas estão envolvidas porque o mercado é muito grande, mas acho que movimenta em Olímpia algo em torno de R$ 13 milhões por ano", estimou.

 

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