28 de junho | 2009

Moçambique ilustra cartaz do 45.º Fefol e pode ficar de fora da ‘festa’

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 O grupo escolhido para ilustrar o cartaz promocional do 45.º Fefol (Festival Nacional do Folclore), Terno de Moçambique São Benedito, do Jardim Santa Ifigênia, zona norte da cidade, poderá ficar de fora do evento que neste ano será realizado entre os dias 8 e 16 de agosto. O motivo: falta de recursos financeiros para adquirir os produtos que necessita para as roupas dos integrantes. A informação foi passada à reportagem desta Folha da Região na manhã da sexta-feira, dia 26, pelo coordenador do grupo, capitão Adelis Paula dos Santos.

“Um grupo igual a esse meu precisa de muitas coisas, enfeites, chocalhos, brincos e, é coisa que todo ano estraga porque o povo perde e você tem que fazer novamente. É difícil”, lamenta Santos. E se trata de uma situação que, mais uma vez, está preocupando e chateando o coordenador. “Querer participar eu quero”, enfatizou.

Entretanto, Santos relata que está ainda aguardando uma resposta da Coordenadoria do Festival e até ontem não recebeu nenhuma resposta, mesmo que fosse negativa. “Por enquanto eles não resolveram nada ainda e sem a roupa não tem como participar”, reforça. Santos conta que pediram que aguardasse até na semana passada. “Aguardei e não me falaram nada”, reclama.

Sem a ajuda financeira, Santos insiste que não há como o grupo participar do festival. “Não posso fazer a roupa pagando do meu bolso porque é muita coisa”, avisa. De acordo com ele, o Moçambique São Benedito tem 60 componentes e tem que vestir a todos sem distinção.

Ainda de acordo com Santos, até com o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, que lhe procurou pedindo autorização para ilustrar o cartaz com a foto do grupo, ele conversou a respeito. “Me mostrou o cartaz e perguntou se podia lançar e falei que podia. Aí ele falou que o resto ele resolvia. Só que fui lá na comissão, atrás da roupa e até hoje não resolveram nada”, se queixou.

DESCASO

O descaso de integrantes da comissão executiva do festival e a desilusão que isto gerou, fizeram com que o Terno de Moçambique de São Benedito deixasse de participar dos Festivais de Folclore a partir do ano de 2001, coincidentemente, o primeiro ano da primeira administração do prefeito Luiz Fernando Carneiro.

Até o ano de 1999, penúltimo do mandado do ex-prefeito José Fernando Rizzatti, de acordo com Santos foi cumprido um acordo de ajudar na roupa um ano sim e outro não.

O fato é que em 2001, quando seria o ano sim, já com o novo prefeito que escalou o comerciante Márcio José Ramos, como presidente da comissão executiva e houve também a mudança da coordenação cultural do evento, ele encontrou dificuldades com a professora Cidinha Manzolli e acabou desiludindo e desativando o grupo.

Até então, depois do falecimento de Sant’anna, a parte cultural do evento era coordenada por Antônio Clemêncio da Silva, Célio José Franzin e André Luiz Nakamura.Pouco antes do festival de 2001, Adelis procurou a coordenação para ver a questão das roupas que, segundo ele, na ocasião custariam em torno de cinco mil reais e acabou recebendo uma proposta para que pegasse apenas mil reais.

Adelis explica que esse acordo vinha sendo mantido desde o primeiro festival, quando apenas quatro grupos locais eram apresentados, na época em que o evento era realizado em apenas um final de semana, no ano de 1964.

Na ocasião o grupo foi reestruturado pelo professor Sant’anna, que se transformou, por desejo próprio, o padrinho da bandeira do Terno de Moçambique, incentivando Adelis a seguir a tradição que já vivia desde criança, quando acompanhava seu avô.

Entretanto, segundo ele, depois que o prefeito Luiz Fernando Carneiro assumiu a prefeitura e entregou a coordenadoria do festival para a professora Maria Aparecida de Araújo Manzolli, o que era expectativa de sobrevivência do grupo, se transformou em decepção e desilusão que o fizeram deixar de apresentar já no ano de 2001.

O capitão Adelis conta que o acordo que tinha com o professor Sant’anna e que foi mantido pelo ex-prefeito Rizzatti em seus dois últimos anos de mandato, era de que a cada dois anos, ou seja, ano sim, ano não, o grupo receberia novas vestimentas para fazer sua apresentação no festival. 

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