21 de maio | 2007

Moradores pagam CIP sem ter iluminação pública

Compartilhe:

Os moradores de pelo menos duas ruas da cidade de Olímpia pagam mensalmente nas suas contas da CPFL, o valor de R$ 3,50 estipulado pelo prefeito Luiz Fernando Carneiro, a título de Contribuição de Iluminação Pública (CIP), sem contarem com o benefício.

Estes são os casos das ruas Estevão Donaire Ciriero, localizada no Jardim Leonor II, ao lado de um seringal, e João Forti, que fica no recém criado, mas que já conta com várias edificações, Jardim Luiza.

 Se, no caso da primeira a preocupação maior se dá com relação ao consumo de drogas e até o fato de casais procurarem o local para encontros amorosos, diga-se de passagem, clandestinos, no caso da segunda, a preocupação é com furtos como já aconteceu com o mecânico de motocicletas Claudionor de Jesus Pires Teixeira, 36 anos (foto), que já teve prejuízos por causa da falta de iluminação pública.

Morando nos fundos do estabelecimento comercial que tem na Rua João Forti, 49, Jardim Luiza, já teve seu estabelecimento furtado duas vezes, além de três tentativas.

Embora já tenha reclamado bastante, até agora não aconteceu nada que favoreça os moradores da rua, atualmente principal ligação entre os Jardins Cecap e Campo Belo, trecho muito utilizado por moradores da região que engloba o Jardim Santa Fé.

Na mesma rua a dona-de-casa Sonia Aparecida Rodrigues Donâncio, cujo esposo trabalha parte da semana durante a noite, reclama que até deixou de freqüentar a igreja por causa da escuridão na rua. Ela lamenta que ao colocar braços de luz nos postes internos do Jardim Luíza, a prefeitura deixou de atender a rua onde reside.

O comerciante Rubens Falquetti, 60 anos, que mora e mantém um depósito de gás de cozinha na mesma rua, conta que inclusive já atropelou um ciclista e que foi obrigado a colocar um cachorro de guarda e iluminação própria para garantir a segurança.

 

Jardim Leonor

Já no caso da rua Estevão Donaire Ciriero, localizada no Jardim Leonor II, totalmente desprovida de iluminação pública, o problema acaba sendo a falta de respeito das pessoas que buscam o local para aproveitar a escuridão.

Inclusive, a grande movimentação que ocorre costumeiramente na rua, faz a dona-de-casa Maria Aparecida Viaro Soncine, 49 anos, comparar o local a um motel completo

Há outros problemas como os que foram contados à reportagem desta Folha pela funcionária pública Érica Vanessa Raimundo de Oliveira Afonso, 26 anos, que reside na mesma rua.

De acordo com ela, além das visitas constantes de casais e até mesmo de usuários de drogas ao local, por causa da falta de iluminação pública, já presenciou situação de violência praticada contra uma mulher.

"Porque é escuro vêm pessoas até fumar drogas, os namorados vêm namorar e isso não é legal para nós. Teve até um caso que uma moça gritando que o rapaz estava batendo nela e como é tudo escuro não dá para você ver nada", contou, acrescendo que na casa onde mora sua irmão, numa das esquinas da mesma rua, pessoas chegaram a sujar a janela com fezes.

A iluminação da rua Estevão Donaire Ciriero é tema de promessas de campanhas eleitorais de prefeitos pelo menos há 16 anos, segundo contou o lavrador Frederico Sanches, 62 anos, que tem o mesmo período residindo no mesmo endereço.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas