16 de março | 2011

Morre bebê que caiu dentro de vaso sanitário ao nascer

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O bebê batizado com
o nome de João Gabriel, que caiu dentro do vaso sanitário no momento em que
nasceu, morreu na terça-feira, dia 15, em Barretos, onde estava internada na
UTI Neonatal da Santa Casa. Segundo a mãe, Débora Patrícia Inácio Crepaldi, de
32 anos de idade, a morte do recém-nascido foi comunicada por volta 16h30.

Aparentemente
vítima da falta de assistência social, a mãe relatou durante entrevista que
concedeu a uma emissora de rádio, em forma de desabafo, que o menino nasceu,
depois de cinco meses de gestação, pesando 700 gramas. “Muito
pequenino mesmo”, avaliou.

Inicialmente, a
informação era de que a criança teria nascido com sete meses de gestação. “Nós
fomos lá e o corpinho já foi enterrado. Só que era uma criança pré-matura, de
cinco meses, que não resistiu”.

“Acordei de manhã
com diarreia, mas fui a uma reunião da minha menina. Cheguei em casa e fiz o
almoço normal, mas depois senti uma dor forte em minha barriga e fui ao
banheiro de novo e foi a hora que a criança nasceu. Aí, eu assustei porque não
sabia realmente que estava grávida. Tenho cinco filhos de parto normal, sempre
fiz o pré-natal direito”, disse.

No entanto, ela
nega ter abandonado a criança na portaria da Santa Casa e que também não tentou
fazer aborto. “Levei o maior susto da minha vida quando vi a criancinha
mexendo. Não sabia se gritava, se corria ou se socorria a criança. Aí, meu
instinto foi catar a criança, embrulhar, chamei a ambulância e corri para a
Santa Casa”, afirmou.

Ela diz que não
poderia ficar no hospital porque tinha deixado os quatro filhos em casa e a
mais velha (13 anos) sofre convulsão, toma remédios e não poderia ficar
sozinha. Outro também está doente, que tem 12 anos. Além deles tem uma menina
de oito anos e a pequena de apenas três anos e, um que seria o mais velho,
faleceu antes de completar 14 anos.

“Porque ele
estava sendo cuidado pelos médicos e meus outros filhos estavam em casa
sozinhas. Eu não podia realmente deixar ela sozinha porque eu quase a perdi.
Ela vai fazer 14 anos e deu uma convulsão muito forte nela”, reforçou

AUSÊNCIA DE SAÚDE TAMBÉM
A mulher não tem
marido e cuida sozinha dos filhos. “Era para ter operado, mas os papéis
venceram porque a criança nasceu de parto normal. E já estava mexendo com os
papeis para operar porque, como estou sozinha, sem marido, falei, tenho que
operar porque é uma situação que não dá para ficar colocando filho no mundo
mesmo, não tem condições de cuidar”, reclama.

“Que não poderia
realmente, ficar sozinha. Por isso, assinei o termo e fui para casa”. A criança
foi para Barretos acompanhada por conselheiros tutelares. “Eu queria ir, mas a
conselheira falou que não porque eu tinha feito um parto e não podia viajar. Aí
fique em casa”, reforçou.

“Estou correndo
atrás de médico, tive que pagar consulta, perdi o serviço, estou desempregada
porque a minha patroa não entendeu que a menina ficou doente. Agora, estou indo
ao médico com o outro menino que também não está bem. Então, minha vida está
muito complicada mesmo”.

A mulher relatou
que é a segunda vez que ficou grávida e só ficou sabendo depois de muito tempo.
Quando nasceu uma das filhas, essa com o período normal de gestação, ela estava
trabalhando na roça e passou mal com uma queda de pressão arterial. “Foi onde
descobri que estava grávida de seis meses. Eu tenho reumatismo e inchei na
roça, mas só depois que passei mal fiquei sabendo da gravidez”.

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