25 de maio | 2008

Obrigatoriedade pode esbarrar na falta de estrutura física das unidades escolares

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 A obrigatoriedade do período integral aos alunos de uma rede escolar, seja municipal, seja estadual, pode esbarrar na falta de estrutura física das unidades escolares. O alerta é do professor João Ricardo Tauyr Vicente (foto), coordenador do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Antônio Augusto Reis Neves.

"Tem que pensar naquilo que vai ter para oferecer porque depende da sala que vai usar para determinado projeto, no espaço para atividades esportivas, quais os espaços para desenvolver atividades fora do próprio prédio. Tem que saber quais os recursos que tem e as parcerias, muito bem avaliados", comenta.

Embora o conhecimento que tem sobre o sistema fique restrito à troca de experiência com colegas, Vicente considera bom o período integral. Entretanto, ressalva que é necessário ter suporte adequado em todos os sentidos para ser viável, aliás, ponto onde enxerga mais dificuldades.

"Esses projetos são bons na parte teórica, mas quando vão para a prática precisam ser bem pensados. Precisa ver quem vai trabalhar, que tipo de projeto e quando será feito. Eles escrevem e colocam de forma vaga e às vezes o profissional assume um projeto, mas não consegue desenvolver porque falta suporte", observa.

É imprescindível, no entendimento de João Ricardo, além da preparação dos professores, ter conhecimento da disponibilidade de recursos desde financeiros até com materiais para desenvolver o trabalho. "Vem a verba e não é aplicada da forma que tem que ser. Falam que a verba é suficiente, mas não é. Quer dizer, a teoria é boa, mas precisa ser bem pensada", justifica.

Talvez esses problemas expliquem o que vem observando no dia-a-dia da escola. Embora lá não trabalhe com período integral, os alunos que têm recebido de unidades que têm, o levam a crer que faltam detalhes importantes para funcionar adequadamente.

"Quando o aluno vem de uma escola que tem um projeto que funciona, tem comportamento adequado, mas quando vem de uma escola que às vezes o projeto não foi bem trabalhado temos problemas porque ele pensa que vem para bagunçar e confunde escola com lazer e que não tem compromisso com o ensino", explica.

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