28 de setembro | 2014

Olímpienses encaram a pior seca já registrada desde 1938

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Se há pessoas que não acreditam na hipótese, há também quem credita o fato às alterações forçadas no município em relação principalmente às matas naturais, ou seja, à falta de preservação da Mata Atlântica, com a eliminação até mesmo das áreas povoadas por cerrado, estas localizadas na região noroeste.

Mas o fato é que os moradores de Olímpia, aparentemente até da microrregião, estão encarando a pior e ma­is longa seca já registrada desde 1938, quando os volumes de chuva começaram a ser registrados pela direção da estrada de ferro, então chamada São Paulo Goiás, dados juntados aos coletados pela Casa de Agricultura.

Quem não se recorda do grande pluviômetro – equipamento apropriado para medir a intensidade das chuvas – que havia ou ainda há atrás da antiga Ceagesp, onde atualmente está instalada a empresa Italcabos. O que é certo não existir mais no local são as matas naturais.

No entanto, até nesta semana choveu 427,5 milímetros em Olímpia. Praticamente a metade dos números registra­dos até ao final da década de 60. Em 1969, por exemplo, choveu 917,4 milímetros, praticamente a mesma coisa do que foi registrado em alguns dos mais recentes anos.

Mas até então não se observara essa transformação enorme no panorama do mundo vegetativo local. Depois, a situação, embora demonstrasse a alteração, principalmente com a chegada dos pomares de laranjas, árvores que, embora não nativas, também colaboraram para refrescar o meio ambiente ajudando a manter um pouco mais alta, pelo menos, a umidade relativa do ar, tão importante para as condições climáticas que geram as nuvens e, que consequente­men­te viram chuvas.

CANA-DE-AÇÚCAR

Porém, agora, o que se vê é cana-de-açúcar apenas, produção que, embora sem um embasamento técnico, é considerada a grande responsável pela desertificação que se verificou na região nordeste do país.

Considerando volumes aba­ixo de mil milímetros, uma vez que a média histórica do município é de 1.730 milímetros, a primeira grande estiagem foi em 1944 quando choveu 914 milímetros. Depois, em 1948, foram registrados 979 milímetros. Em 1955 o volume ficou próximo: 949 milímetros e, em 1968 choveu 863 milímetros.

Mas a grande seca registrada até a década de 60 foi no ano de 1963. Naquele período foram registrados apenas 648 milímetros. Além dessas quantidades, outro ano que chama a atenção é 1981, quando os registros apontam para 495 milímetros, mas há indícios de faltarem anotações de dados naquele ano.

MÉDIA BAIXA EM JANEIRO

O que chama a atenção tam­bém em 2014 é o baixo volume de chuva registrado no mês de janeiro, quando choveram apenas 103 milímetros, cerca de 40% da média histórica medida também a partir de 1938, que está calculada em 275 milímetros.

Em relação ao mês de janeiro, apenas no ano de 1955 não houve registro de chuvas. Mas quantidade próxima a deste ano foi verifi­ca­da no ano de 1993 quando choveu 105 milímetros.

Apenas como curiosidade, embora também sirva para mostrar o tamanho do problema, em janeiro deste ano choveu menos que no mesmo período dos últimos 11 anos. O volume acumulado em janeiro deste ano é menor do que o de 2010, quando choveu apenas 251 milímetros.

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