22 de julho | 2018
Padilha debate candidatura do ex-presidente Lula em Olímpia
Durante uma visita que fez a Olímpia na noite da quarta-feira desta semana, dia 18, o ex-ministro de Saúde do Governo Dilma e pré-candidato a deputado federal, Alexandre Padilha, debateu com os militantes vários temas que incluíram, saúde pública, desemprego segurança, vacinação, cortes nos gastos públicos, turismo e candidatura do presidente Lula.
Em relação a questão dos agrotóxicos Padilha disse que a aprovação pelo Congresso da lei que permite o uso de pesticidas é um crime absurdo. Segundo ele, “O brasileiro já ingere, em média, 7 litros de agrotóxicos por ano. Isso foi uma pesquisa que nós fizemos em parceria com a Fiocruz, o resultado saiu em 2014”.
E acrescentou: “Quando você pega cidades que estão mais próximas da produção do agronegócio, como Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, chega a 110 litros por ano, em média, de agrotóxicos. Nós já temos vários estudos que mostram a relação direta dessa exposição com aumento de doenças cancerígenas e má formação genética no País”.
Em sua opinião, “o que o Congresso nacional fez é um crime absurdo, porque não é só a quantidade de agrotóxicos, ele passa a dizer que você pode comercializar um agrotóxico sem a avaliação prévia do Ministério da Saúde sobre o impacto desse agrotóxico na saúde”.
De acordo com Padilha, ainda quando era ministro, mais de uma vez o ministério da Agricultura ou o Congresso Nacional tentaram liberar a entrada de alguns agrotóxicos que estavam banidos na Europa, banidos na América do Norte, por conta da relação direta com o câncer. “Naquela época, a gente usou a prerrogativa que o Ministério tinha de avaliar esse produto antes de introduzi-lo para barrar”, explica.
FAKE NEWS
Em relação de que campanhas anti vacinação nas redes sociais fizeram que diminuísse o número, Padilha afirma que “Nos últimos meses, começaram a circular notícias de que doenças que eram consideradas erradicadas pela vacinação — como sarampo, pólio, difteria e tétano — voltaram a registrar um elevado número de casos no Brasil.
Para ele, a verdadeira razão para o retorno dessas doenças estaria na precarização do sistema de vacinação, que viria ocorrendo desde que Michel Temer (MDB) chegou à presidência e passou a limitar os investimentos em Saúde, notadamente a partir da lei que introduziu o chamado Teto de Gastos.
“Essa história de que é o Facebook, que as pessoas pararam de vacinar, isso é residual, sempre teve. O que está acontecendo é o seguinte: teve vacina que faltou, teve interrupção de fornecimento de vacina, a vacina chega e a unidade básica não está mais lá, não teve mais investimento nas estruturas das UBSs para manter a sala de vacina. Você teve um conjunto de ataques que, como o indicador é muito sensível, aparece rapidamente. Então, escancara a destruição do SUS pelo atual governo e dá essa sinalização muito grave”, diz o ex-ministro.
Para ele, especialmente devido à questão da imposição do limite de investimentos em saúde nos próximos anos, o Brasil está passando por uma destruição do SUS, que, em contrapartida, é acompanhada pela liberalização das regras para os planos de saúde.
“Está em curso a destruição do SUS, que pode se agravar se a gente não reverter esses 20 anos de congelamento e se medidas de afrouxamento das regras dos planos de saúde vingarem no País”, afirma.
Esse congelamento leva o prefeito a questionar o porquê de ele aumentar serviços, contratar mais gente, se ele não tem a garantia de ampliação de recursos do Ministério da Saúde pelos próximos 20 anos. Então, eu vejo um cenário trágico.
Padilha em sua fala lembrou o fato de Olímpia ser o segundo município com melhor desenvolvimento do Brasil, incluindo as três vertentes pesquisadas (Emprego e Renda, Educação e Saúde).
Ao final, teceu comentários acerca do que considera uma perseguição política leva a efeito contra o presidente Lula e reafirmou a manutenção de sua candidatura a presidência nas próximas eleições.
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