08 de março | 2010

Plantonistas não foram causa única da intervenção

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A paralisação dos médicos que realizam os plantões de disponibilidade, conhecido também como plantonistas à distância, ou seja, ficam à disposição do hospital, mas são acionados somente em casos mais graves, não foi a única motivação para a recomendação do Ministério Público, para que o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, decidisse pela intervenção na Santa Casa de Olímpia.

Isso pelo menos é o que se pode depreender da afirmação do promotor dos Direitos Constitucionais do Cidadão, Gilberto Ramos de Oliveira Júnior, segundo uma entrevista publicada em um veículo de comunicação, divulgada logo após a posse da equipe do inter­ventor, vice-prefeito, Luiz Gustavo Pimenta.

“A intervenção vai além da questão dos médicos. Quando nós nos reuníamos para resolver exatamente a intenção dos médicos em paralisar o plantão à distância, surgiram outros problemas, como o déficit financeiro, os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que, aliás, já existe um procedimento aberto nesta promotoria, anteriormente, então a recomendação era que a intervenção atingiria todos os pontos apontados nessas reuniões, dos problemas existentes na Santa Casa”, teria afirmado.

O promotor inclusive confirmou que os medidos já haviam proto­colado o acordo fechado com o representante da diretoria da Santa Casa, com o objetivo de encerrar o movimento reivindica­tório para que passassem a receber um terço do valor pago aos plantonistas de local, aqueles que atuam na portaria do hospital, mais precisamente, no Pronto Socorro. “Sim, os médicos protocolaram um acordo hoje pela manhã. Não me recordo ao certo as horas, mas foi hoje”, teria afirmado. No entanto, segundo o promotor, o fim da paralisação não cessa o objeto da intervenção.

“A questão médica foi emer­gencial no sentido de que a população não ficasse desprovida de atendimento, mas outros problemas foram levantados, por isso a intervenção será acompanhada pela promotoria, fiscalizando o seu trabalho, e avaliando a qualidade do serviço prestado à população”, justificou.

O promotor informou que o procedimento investigatório instaurado quando da intenção dos 32 médicos em paralisarem o atendimento, continua, mesmo com a intervenção: “Agora, o foco é justamente a qualidade do atendimento médico que a população vem recebendo durante a intervenção”, explicou.

A reportagem desta Folha tentou manter contato com o promotor por telefone na tarde desta sexta-feira, dia 5, mas a informação obtida foi que ele se encontrava na cidade de Tabapuã, onde está acumulando cargo de representante do Ministério Público.

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