11 de novembro | 2012

Prefeito reconhece que UPA não atende bem e culpa Unimed

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Embora não fosse essa a questão que tratava especificamente, durante uma entrevista que concedeu nesta semana a uma emissora de rádio, o prefeito Eugênio José Zuliani (foto) acabou reconhecendo que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não atende bem. Mas ele acabou creditando a culpa à Unimed – São José do Rio Preto – pela quantidade de pessoas que são atendidas no local.
 

De acordo com ele, de cada 10 pessoas que procuram atendimento médico na UPA, três têm convênio Unimed, ou seja, 30% dos pacientes da Unidade têm o referido convênio médico.
“Se a Unimed fosse responsável, montasse seu pronto-socorro e se as pessoas que têm convênio fossem ao pronto-socorro do convênio, a UPA teria um pouco menos gente e teria como atender melhor”, afirmou.

 

Mas as reclamações contra a Unimed continuaram e foram direcionadas para os problemas da Santa Casa. “A Unimed não tem capacidade de montar um pronto-socorro dela aqui”, enfatizou o prefeito.
 

E acrescentou: “Nós temos uma cidade hoje que, de uma forma geral, tem um terço da sua população com um convênio só. O maior problema da Santa Casa hoje é saber que 16 mil pessoas estão vinculadas a um único plano de saúde que é a Unimed de São José do Rio Preto. Não tem concorrência para a Unimed em Olímpia. A Unimed faz o que quer e o que não quer da Santa Casa. Então, a Santa Casa é refém da Unimed de São José do Rio Preto. Eu sou usuário da Unimed e estou decepcionado”.
 

De acordo com o Zuliani a questão já está sendo discutida no Ministério Público. “Nós estamos conscientes disso e já fomos ao MP. Todas as medidas jurídicas contra a Unimed nós estamos tomando. Agora, o importante também seria a gente também ter um pouco de sensatez e trazer mais um plano de saúde, incentivar o HB Saúde de entrar mais na cidade porque você tem que ter quatro, cinco concorrentes para poder negociar. Como é monopólio não tem jeito”, informou.
 

“Inclusive, essa semana estou fazendo uma gestão institucional, uma conversa com a Usina Guarani, porque uma boa parte desses convênios são trabalhadores da Guarani. Porque a Guarani tem de colocar, se ela gosta da cidade, se ela ama Olímpia, ela tem de colocar na pauta de negociações com a Unimed, a renovação do contrato dela ou não dos funcionários a exigência de repassar um valor mais digno para a Santa Casa ou montar o seu próprio pronto-socorro com bons médicos para atender seus 16 mil usuários da cidade de Olímpia”, acrescentou.
 

Mas antes de comentar sobre a Unimed, o prefeito afirmou: “Para todos os problemas tem de existir um culpado. Se quiserem me eleger como um culpado não tem problema. Nós pegamos a Santa Casa com parceiro logo no início da nossa administração e triplicamos o valor do repasse. Então, hoje, a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia é uma entidade sem fins lucrativos, desvinculada totalmente da Prefeitura, tocada pela sociedade olimpiense. Esse conceito é desde quando ela foi fundada. Às vezes as pessoas ou a própria imprensa querem misturar isso para confundir”.
 

ENVOLVIMENTO POLÍTICO
 

Embora a entidade tenha a esmagadora maioria em sua diretoria pessoas ligadas ao seu grupo político, um deles inclusive nomeado em cargo de comissão na Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal) e dificulte o acesso do público às informações sobre o hospital, o prefeito teima em dizer que a instituição não tem ligações com o seu governo.
 

“A Santa Casa é uma prestadora de serviço para a sociedade em geral, principalmente para a Prefeitura que compra os procedimentos dela”, comentou.
 

O prefeito, embora seu provedor diga que o hospital está em situação difícil e tenha quem entenda que já estaria prestes a fechar suas portas, como se a entidade não precisasse de ajuda de ninguém, diz que a atual diretoria mudou o conceito de gestão e que isso melhorou a situação financeira. “A Santa Casa hoje, de certa forma, está com uma dívida muito pequena. Dívida de R$ 2 milhões é muito pouca perto do que a Santa Casa já fez pela cidade”, acrescentou.

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