A câmara municipal volta a virar caso de polícia por causa de agressões verbais. Desta feita, o próprio presidente, Francisco Roque Ruiz, registrou boletim de ocorrência no 1.º Distrito Policial (DP), de Olímpia, na manhã da terça-feira, dia 3, contra seu vice-presidente Antônio Delomodarme, “Niquinha”, por causa de uma série de acusações consideradas ofensivas, chegando, inclusive, a colocar em dúvida a masculinidade de pessoas.

O registro policial, segundo Chico, será encaminhado ao Ministério Público da comarca “para ver como punir esse tipo de parlamentar que ontem (2.ª feira) aprontou um verdadeiro circo na câmara”, disse.

Se dizendo surpreso com a situação que ocorreu durante a sessão ordinária realizada na noite anterior, o presidente reclamou que as discussões têm deixado a seara da política passando para o lado pessoal.

“Lamento muito ter acontecido isso, mas como presidente estamos sujeitos. Como existem algumas pessoas escolhidas pela população e não sabem entender realmente qual o papel de um vereador, forma-se um circo na câmara e o presidente não tem como fazer que isso não aconteça”, acrescentou Ruiz.

De acordo com o assessor jurídico, Luiz Carlos Rodrigues Rosa, foi registrado boletim de ocorrência de calúnia, difamação e injúria praticadas durante entrevista que Niquinha concedeu a uma emissora de rádio, na sexta-feira, dia 30 de maio, contra atos praticados na segunda-feira pela manhã e, ainda pelos fatos verificados durante a sessão.

“Estamos encaminhando também a gravação tanto da entrevista, quanto da sessão legislativa ao Ministério Público e estaremos tentando fazer com que ocorra a quebra de decoro parlamentar por parte desse vereador que, infelizmente, ataca pessoas sem pensar e sem ter a mínima noção do que está sendo afetado. Fui afetado na minha pessoa e como profissional de direito também”, disse o advogado.

Rodrigues Rosa informou que até a sexta-feira, dia 6, serão ajuizadas três ações de indenização de dano moral contra o vereador Antônio Delamodarme. Uma delas em seu nome, outra no nome do presidente e, uma terceira, em nome de José Carlos Lara, que ocupa o cargo de chefe de gabinete da câmara.

“Vamos tomar todas as providências para que ocorra a justiça neste caso que, infelizmente, fomos atacados de uma forma indecorosa”, comentou.

Por outro lado, as exonerações de nomeados em cargos comissionados, segundo Ruiz, são consideradas normais nos meios políticos, situação que Niquinha, desta feita, não entendeu da mesma maneira como aconteceu quando o vice-presidente pediu a exoneração de uma assessora que havia sido nomeada por ele.

No entanto, os fatos verificados não só durante a sessão ordinária da câmara, mas durante toda a segunda-feira, trazem à tona novamente a discussão do tema “código de ética”, já deliberado em plenário, mas que, sem muitas explicações, foi deixado de lado até agora.

Ruiz informou durante uma entrevista que concedeu à imprensa na manhã da terça-feira, dia 3, que já conversou com o assessor jurídico Luiz Carlos Rodrigues Rosa, inclusive sobre a quebra de decoro parlamentar.

“Vamos oficializar ao promotor para que tome as devidas providências. Estamos procurando cercar porque é uma vergonha para a população olimpiense, o que está acontecendo nesta casa legislativa”, reforçou.