Após a reunião com os pais, o presidente da subsecção de Olímpia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Gilson Eduardo Delgado declarou para a reportagem desta Folha, que espera que haja diálogo e sensibilidade para a solução dos problemas que estão sendo verificados.

No entanto, mesmo assim não está descartada a possibilidade até de alguma medida judicial para questionar, não o sistema como um todo, mas apenas a obrigatoriedade. "Formar um grupo de estudo para verificar a viabilidade de uma medida judicial para questionar a obrigatoriedade de freqüentar o regime de período integral e a partir daí vamos ver quais são os próximos passos que deveremos tomar", explicou.

E medidas, de acordo com Delgado, devem ser adotadas dentro do menor espaço de tempo possível, até mesmo em razão do sofrimento que percebeu dos pais, durante o encontro no final da tarde da segunda-feira. "Eles têm uma necessidade urgente de solução desses problemas", reforçou.

A reunião, na avaliação do presidente da OAB, foi bastante positiva. Delgado diz que percebeu os pais empenhados e com objetivos alinhados com a possibilidade de sucesso, coisa que não considera utopia que eles estão buscando: "entendo que é um direito deles".

Porém, ressalva que tem também o lado daqueles pais que são favoráveis ao regime de período integral e por isso até defendem a obrigatoriedade. Por isso, até acho que haverá um consenso entre as partes.

"A gente vai buscar um diálogo, estamos amparando a reivindicação deles, diante a solicitação e eu espero que evolua de uma maneira tranqüila e pacífica e que haja uma sensibilização do poder público nesse sentido, porque vimos na reunião pais comovidos e pais emocionados contando seus dramas", comentou.

Na opinião de Delgado é uma situação em que ninguém sai ganhando. "Tem pai aí que, principalmente, mora na zona rural, que a criança fica 12 horas fora de casa. Entendo que há certo exagero nisso (obrigatoriedade) e são algumas coisas que precisam ser revistas e corrigidas", finalizou.