07 de novembro | 2012

Produtores rurais de Olímpia arrancam laranjas para plantar palmito pupunha

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Antes envolvidos com a produção de laranjas, que durante décadas foi a grande força econômica do município, agora alguns pequenos produtores rurais que ainda insistiam nessa cultura estão optando pelo plantio de palmito da qualidade pupunha.

Eles seguem um projeto de incentivo que já começa a dar resultados. Se trata de uma alternativa que gera renda a pequenos agricultores durante o ano todo.

O tema foi focado nesta semana pela TV TEM, afiliada da Rede Globo de Televisão de São José do Rio Preto, numa matéria elaborada pela repórter Suelen Silveira. CLIQUE AQUI E ASSISTA A REPORTAGEM DA TVTEM

Segundo ela observou, a paisagem mudou na pequena propriedade de um hectare e meio do produtor Osvaldo Minani, que durante três décadas foi ocupada por um pomar de laranja.

Há pouco mais de um ano e meio as laranjeiras deram lugar a um sombreado de palmeiras de pupunha. Minani acabou de fazer a primeira colheita para a retirada do palmito e ficou satisfeito com o resultado.

“A gente esperava uma colheita com 18 meses e colhemos 20% do plantado. O retorno é mais rápido que a laranja, o custo de manutenção é menor e a renda é distribuída no ano todo”, afirma.

Essa é uma mudança que se observa no município de Olímpia que já teve a tradição do plantio de café e depois migrou para a laranja. Mas os resultados econômicos também deixaram de favorecer e a opção foi a cana-de-açúcar.

Os agricultores foram incentivados pela Secretaria Municipal de Agricultura a inovar. Para tanto, foram distribuídas 65 mil mudas de palmito pupunha para pequenos agricultores, uma alternativa que se adapta bem às condições climáticas da região.

“A produtividade é o ano todo e o produtor pode ter uma renda mensal, ou trimestral, diferente de outras culturas que têm um período só, que pode ser prejudicado pelo clima”, diz o engenheiro agrônomo Sílvio Pelegrini.

Lucro que atrai outros produtores para investir.

João Henrique Cintra não perdeu tempo. Ele ganhou duas mil mudas da prefeitura e fez o plantio em um espaço pequeno, de meio hectare, mas que ele pretende aumentar em breve.

“É bem melhor a produção, não precisamos ter muito veneno e é um trato simples, só manter limpo e irrigado. Vou investir mais nesta cultura”, conta.

ALTERNATIVA
Os produtores encontraram nesta cultura uma boa alternativa, por causa da demanda. Antes, os donos das indústrias da região que processam o palmito tinham que buscar o produto até em outros estados. Agora, com a produção mais perto, todos saem ganhando.

“Fica mais fácil porque o frete fica mais barato e podemos até dividir com os produtores”, explica o dono de indústria, Sérgio Rosolen, um dos proprietários de uma beneficiadora da cidade que processa 35 toneladas de palmito por mês.

No entanto, apenas aproximadamente 15% da matéria-prima é própria e mesmo com a produção dos pequenos produtores ainda falta muita matéria prima.

“Já faz uns 14 anos que trabalhamos com isso e até hoje não supriu a quantidade que precisamos na região. Vamos buscar às vezes matéria prima longe, até mil quilômetros, porque ainda não tem o suficiente na região”, acrescenta Rosolen.

Com compradores garantidos, quem experimentou trabalhar com esta cultura só pensa em investir mais. Osvaldo Minani tem mais sete mil pés de palmito pupunha em crescimento e nem pensa em voltar a plantar laranja. “Não, não pretendo não”, enfatiza.

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