11 de janeiro | 2009
Renovação descaracteriza criação de Sant’anna
Pelo menos esta é a idéia que passou o carpinteiro José Ferreira (foto), capitão da Congada Chapéu de Fitas, do Jardim Santa Ifigênia, ao fazer uma avaliação dos 10 anos que viveu sem a presença do professor e folclorista José Sant’ anna, cuja morte foi lembrada na quinta-feira desta semana, dia 8. “A importância dele é muito grande e foi fundamental em todos os aspectos, porque ele foi o pesquisador, foi o idealizador e foi o criador do Festival do Folclore e, acima de tudo, conservador até enquanto viveu.
Com muita dignidade, soberania, inteligência e sabedoria”, comenta Ferreira.Ele avalia que estão tentando conservar o festival. “Não podemos criticar e nem querer que as pessoas façam o que ele faria. Mas estão tentando fazer e o folclore está aí, continuando. Então, temos que fazer a nossa parte, cada um dar o melhor de si para que não venha descaracterizar o nosso festival do folclore”, afirma.Entretanto, entende que o festival não cumpre mais o papel estabelecido por seu criador. Ferreira cita que houve pequenas mudanças e um crescimento.
“As próprias pessoas que vem tem uma maneira de pensar e essas pessoas estão pensando em renovação e às vezes essa renovação descaracteriza aquilo que foi criado no começo”, diz.Na quinta-feira desta semana completou 10 anos que o professor Sant’anna está ausente do festival: “Ele deixou um vazio muito grande para todo mundo, principalmente para as pessoas que o amavam, que trabalhavam juntos e que aprenderam muito com ele. Assim como aprendi muito com o professor Sant’anna, da minha maneira tentei colaborar naquilo que pude fazer”.
FALECIMENTO
“No dia do falecimento dele, a Companhia de Santos Reis Estrela da Paz acompanhou o enterro e lá dei as minhas palavras finais e deixei claro, não para pressionar, mas sim para recordar que tudo o que ele fez, tudo que deixou para Olímpia e que o Toninho Clemêncio foi um menino preparado para essa festa e para tocar esse movimento”, conta.
E acrescenta: “Mas como a dona Cidinha era uma companheira ombro a ombro do professor, então ficaria na responsabilidade dos dois tocarem o Folclore dali para frente. E como o Folclore está? O Toninho há alguns anos acabou saindo do festival, não sei porque motivo, não quero entrar em detalhes; a dona Cidinha tocou a festa também, depois ela também afastou e não quero entrar em detalhes; e agora retornou no governo do Geninho e fazendo uma comemoração homenageando os 10 anos do falecimento do Sant’anna”.
Ferreira relatou à reportagem desta Folha da Região, que esteve lá no cemitério na quinta-feira, para prestar uma homenagem ao professor: “Fui participar porque achei que era o meu dever, mas não levei o grupo. Não levei nada porque tenho a minha maneira de fazer as minhas homenagens e cada um faz aquilo conforme acha que está certo. Não sou dono da verdade e não posso criticar ninguém”.
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