17 de maio | 2021

Repórteres sem Fronteiras doam sistema de câmeras de segurança em residência do editor da Folha

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SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL!
“Jornalistas franceses se cotizaram para enviar 650 euros ao editor da Folha”. Uma comissão com representantes de 03 órgãos internacionais e dois nacionais foi formada para acompanhar o caso.

Comissão já fez gestões em vários órgãos e até reunião com o promotor

O escritório do Brasil da organização internacional Repórteres Sem Fronteiras efetivou na semana o pagamento de 650 euros, cerca de R$ 3.800,00, para que o jornalista e editor desta Folha, José Antônio Arantes, pudesse bancar os custos com a instalação de câmeras de segurança em sua residência, imóvel onde também funciona a redação do jornal e o estúdio da rádio Cidade.

O jornalista Artur Romeu, do escritório da RSF para a América Latina no Rio de Janeiro, entrou em contato com Arantes, dias após o atentado terrorista do dia 17 de março, quando o bombeiro municipal Cláudio José de Azevedo Assis, o Claudio Baia, de 55 anos, colocou fogo nas portas da redação desta Folha e da residência do jornalista.

Romeu vem acompanhando o caso, em contato permanente com o editor da Folha desde então, e se colocou à disposição para colaborar não apenas na orientação e no trabalho de acompanhamento do caso, mas também financeiramente.

Após as tratativas sobre a necessidade de se reforçar a segurança do local onde se deu o atentado, Artur conseguiu a colaboração dos jornalistas do escritório da ONG da França para colaborar com a implantação de um sistema de câmeras de monitoramento para ajudar no quesito segurança da família de Arantes.

JORNALISTAS FRANCESES SE COTIZARAM
EM APOIO
AO JORNALISTA LOCAL

Os jornalistas franceses se cotizaram e enviaram a quantia de 650 euros, o equivalente a aproximadamente R$ 3.800,00 que foram sacados no representante de um banco internacional em São José do Rio Preto, na segunda-feira, 10.

“Foi o único apoio financeiro recebido num momento importante, pois além do atentado e das campanhas pela internet dos “negacionistas” contra os veículos que Arantes dirige, a pandemia também fez com que a situação econômica ficasse muito complicada. Se não fosse esta ajuda, não teríamos recurso para instalar este equipamento tão necessário para a nossa segurança”, afirmou.

O jornalista olimpiense destacou também que vem recebendo o apoio também em outras áreas como orientações de segurança e de como proceder diante dos fatos, de outras organizações internacionais especializadas na proteção de jornalistas em situação de risco.

ORIENTAÇÕES E APOIO
DE OUTRAS ENTIDADES

Entre elas se destacaram, além do Repórteres Sem Fronteiras, a Artigo 19, organização Internacional que monitora casos de violência contra jornalistas e comunicadores no Brasil, através de Maria Tranjan, e ainda, de Renata Neder, correspondente, no Brasil, do Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) com sede nos Estados Unidos.

A formação da comissão foi envolvendo estas três organizações, junto com a Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas em São Paulo, foi decidida em uma reunião por videoconferência realizada no dia 14 de abril, com o objetivo de acompanhar o caso e agir perante as autoridades do Estado e em Brasília.

COMISSÃO JÁ FEZ GESTÕES
EM VÁRIOS ÓRGÃOS E ATÉ
REUNIÃO COM PROMOTOR

A reunião foi coordenada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, através de seu presidente, Paulo Zocchi e contou com representante da Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Márcio Ga­ro­ni; e das entidades internacionais CPJ – Comitê de Proteção de Jornalistas, Renata Neder, Artigo 19, Maria Tran­jan; e dos Jornalistas Sem Fron­teira, Arthur Romeu e ficou combinado que vão trabalhar em conjunto para estabelecer as medidas de acompanhamento além de gestões em órgãos superiores com relação direta com os organismos encarregados da apuração do caso para que o caso seja devidamente investigado e punido.

Dias depois, na quinta-feira, os integrantes desta comissão conseguiram audiência conjunta, também em videoconferência, com o promotor Rodrigo Pereira dos Reis, que, na ocasião, classificou o caso como singular, em razão de suas consequências extra­po­larem a circunscrição do local dos fatos, eis que, pelo que ele tinha conhecimento até aquele momento, se tratava de um ataque à liberdade de imprensa, um dos pilares da democracia e que não estaria descartada a possibilidade de o caso ser enquadrado em tentativa de homicídio.

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