23 de setembro | 2007

Santa Casa pode fechar UTI por falta de recursos

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 Embora não seja uma situação considerada como líquida e certa, o fato é que a diretoria pode optar pele encerramento das atividades da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Olímpia, por absoluta falta de recursos financeiros. A informação foi confirmada à reportagem desta Folha na tarde desta sexta-feira (21) pela provedora Helena de Souza Pereira.

No entanto, ela garante que continua negociando com a Secretaria Estadual de Saúde através da Divisão Regional de Saúde de Barretos, para agendar uma audiência e estudar a possibilidade de continuidade e, inclusive, aumentar a quantidade de leitos, o que faria aumentar o faturamento do hospital junto ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Porém, segundo a provedora o problema é geral aos hospitais de média complexidade, porque o governo federal deixou de investir nos hospitais menores. "Na verdade investiu-se muito na alta complexidade que são os que realizam transplantes e grandes cirurgias, enfim, os grandes procedimentos", comentou.

Com isso, as Santas Casas de pequenos municípios passaram a depender exclusivamente dos governos estaduais que não liberam tantas verbas e, também, dos governos municipais, que em muitos casos acabam não colaborando em nada com as instituições.

E, neste caso, mesmo os municípios que investem nem sempre investem o suficiente. "Ajuda naquilo que eles (prefeitos) são obrigados", comentou.

Embora insuficientes, a provedora reconhece que os repasses feitos, por exemplo, pela prefeitura de Olímpia, atendem as determinações legais. "Só que não são suficientes", asseverou.

Com isso surgem as dificuldades para aquisição de medicamentos, complicando ainda mais a situação financeira da entidade que a atual diretoria já assumiu há cerca de dois anos em adiantado estado de precariedade, quando já não se tinha crédito nem mesmo para aquisição de oxigênio. "O dia a dia do hospital é caríssimo", reforça a provedora.

A Santa Casa vem trabalhando com um deficit mensal de cerca de R$ 60 mil. Todo mês, de acordo com Helena Pereira, o faturamento é um pouco menor que o gasto para a manutenção dos serviços hospitalares.

"Nós não podemos sobreviver com uma UTI dando prejuízo e esperando contar com alguma verba que possa aparecer. O tratamento de uma UTI é dispendioso. Tem que ser uma ajuda constante e não ficar esperando o que possa vir de verba que toda vez a gente fica correndo atrás", reclamou. Mensalmente a instituição tem recebido em torno de R$ 300 mil dos procedimentos do SUS.

 

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