24 de maio | 2015

Saúde pode ter omitido epidemia local de dengue por quase um mês

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Seguindo a fórmula de cálculo divulgada nesta semana pela diretora de Divisão de Vigilância em Saúde, Maria Carolina de Almeida Secchieri Mirandola, chega-se à possibilidade de que a Secretaria Municipal de Saúde tenha escondido a epidemia de dengue em Olímpia por quase um mês.

A fórmula de cálculo foi divulgada pela diretora durante uma entrevista que concedeu a uma emissora de rádio local, na quinta-feira, dia 21.

Maria Carolina de Almeida Secchieri Mirandola, que há cerca de um mês atrás havia negado que a cidade vivia uma epidemia conforme foi divulgado por um jornal de Barretos, cuja reportagem foi publicada também por esta Folha, disse que não basta considerar 300 casos positivos por 100.00 habitantes para ser considerada uma epidemia.

“Não são 300 casos. É uma incidência de 300 por 100 mil. Essa incidência é calculada através do número de casos autóctones do município e não do número geral de positivos, dividido pela população do município, multiplicado por 100.000. Enquanto esse número fruto desse cálculo não for até 300, não é considerada uma epidemia”.

Em uma de suas respostas a diretora afirmou: “Por isso que é muito complicado porque às vezes as pessoas veem o número de casos positivos aumentando, mas o município não está em epidemia porque depende muito se o caso é autóctone ou importado”.

Olímpia, segundo ela considera, tem 53.010 habitantes e tem 293 casos positivos autóctones. Forma de cálculo: 293 dividido por 53.010 multiplicado por 100.000 dá o resultado de 552 incidências.

Quando questionado se por causa dos 293 casos autóctones a cidade ainda não chegou a uma epidemia, ela respondeu: “Chegou. Precisa de 300 incidências para ser epidemia e hoje a incidência é 552. São 300 incidências para município acima de 10 mil habitantes”.

Para exemplificar melhor o cálculo é o seguinte: 293 (casos autóctones) divididos por 53.010 (população) é igual a 0,0055272. Esse valor multiplicado por 100.000 incide em 552,72 incidências.

No caso da informação divulgada pelo jornal de Barretos, eram 192 casos que divididos por 53.010 era igual a 0,0036219 que, multiplicado por 100.000 dava 362,19 incidências, portanto, superior a 300, o que confirmaria a epidemia em 21 de abril próximo passado.

 “Hoje a cidade vive uma situação epidêmica, mas já em declínio. As notificações têm diminuído gradativamente. Tanto é que do dia 18 (2.ª feira) até hoje (dia 21) até agora só entraram três notificações”.

Diretora torce para que chuva pare para acabar com a dengue

Da redação e assessoria

A diretora de Divisão de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, de Olímpia, Maria Carolina de Almeida Secchieri Mirandola, está torcendo para que as chuvas parem para poder acabar de vez com o mosquito Aedes-aegypti, transmissor da dengue.

Maria Carolina Mirandola acredita que o fim da estação das chuvas e a chegada das baixas temperaturas devem amenizar o quadro da dengue no município, possibilitando tornar o trabalho de combate à proliferação do mosquito ainda mais efetivo.

De acordo com ela, somadas às mudanças climáticas, a Secretaria Municipal da Saúde seguirá adotando medidas drásticas para evitar o aumento no número de casos da doença, com a nebulização e campanhas de cons­cien­tização.

Até na quinta-feira, dia 21, a informação oficial era de que a cidade tinha 708 notificações, dentre as quais 339 apresentaram resultados positivos para dengue.

Dos pacientes confirmados, 314 eram autóctones, ou seja, contraídos na própria cidade, e 25 importados. Em relação ao número de casos negativos, a cidade apresentava 166 pacientes e 203 ainda aguardavam resultados.

Com a divulgação de novos resultados, a cidade deixa o estado de alerta e passa ao estado de epidemia, conforme explica a diretora de Vigilância em Saúde. “Com a confirmação de novos casos positivos para dengue, o município encontra-se em situação epidêmica”, afirmou.

No entanto, demonstrava alívio com o atual quadro oficial: “porém, é importante ressaltar que desde o dia 11 de maio houve uma queda significativa no número de notificações”. 

Entretanto, segundo ela, não basta a Secretaria Municipal de Saúde, por meio setor de Controle de Endemias, vir desenvolvendo todas as ações preconizadas para evitar e impedir a transmissão da doença, trabalho intensificado desde o começo de abril. Para o efetivo combate ao mosquito da dengue é necessário e fundamental também o apoio da população.

 

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