15 de abril | 2007

Secretária bate-boca no rádio com proprietária que teve seu veículo danificado na enchente

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 A secretária municipal de Assistência de Desenvolvimento Social, Izabel Cristina Reale Thereza, acabou tendo um bate-boca no rádio, na quinta-feira (12), com Daniela, moradora no jardim São Benedito e nora do aposentado Geraldo Ferreira, proprietária do veículo que ficou totalmente danificado após a enchente verificada no final da madrugada do dia 18 de fevereiro próximo passado. A mulher reclamou muito de não ter sido atendida na secretaria, onde esteve nesta semana acompanhada do marido em busca de uma solução para o problema.

O entrevero aconteceu durante o programa informativo da rádio Difusora, depois de Izabel Cristina contar que tem dificuldades para acomodar pelo menos uma família grande – não estaria encontrando um imóvel adequado para abrigá-la – explicou que tem problemas pontuais mais difíceis de serem solucionados, como o caso do carro que foi totalmente danificado pelas águas da enchente.

"O carro, a mulher que nós estamos contribuindo com o pagamento de aluguel para que ela possa se organizar e repor as necessidades em casa. O carro nós fizemos um orçamento e ficava muito caro e eu quis dividir porque a gente não tem dinheiro para tudo e o carro também está na financiadora e a gente não pode estar bancando esse tipo de coisa porque a lei não permite. Então tem um monte de senões que a gente vai resolvendo as situações pontuais na medida que a lei permite, porque a gente não pode dar um passo maior que a perna e também não podemos fazer o que não está dentro da legislação", explicou.

Logo em seguida ligou a moradora Daniela, proprietária do carro e contestou a informação prestada pela secretária: "A senhora mandou fazer orçamento do carro; o carro ficou na oficina 50 dias e não resolveu nada".

Cristina respondeu: "Não resolveu porque você esteve lá e eu falei Daniela ou eu pago o carro ou pago o aluguel. Que eu faço? E você falou assim: paga o aluguel porque o carro não. Ai ontem até, seu sogro, eu pedi pra falar com ele e ele não esteve lá (Secretaria) para falar comigo, que eu queria saber exatamente em que situação está isso, qual seria a conversa, porque ele falou que eu não estava resolvendo o problema do carro. O problema do carro tá financiado, na verdade não tem seguro do carro, eu não tenho mecanismo legal. Eu pedi pra tá vendo com o jurídico o que podia ser feito. E eu te passei: olha ou nós podemos fazer uma coisa ou outra, as duas a gente não dá conta. Você uma hora foi e falou uma coisa, depois foi e falou outra. Eu preciso saber exatamente qual o encaminhamento fazer. Estou aqui em dúvida. Por isso ontem pedi pra chamar seu sogro que eu gostaria de conversar com ele pra fazer o encaminhamento de acordo com que ele tivesse me passando."

Daniela respondeu: "Ficou assim: o orçamento ficou em R$ 690. A Regiane, a secretária da senhora, falou que a senhora pagava R$ 300 e R$ 390 era por nossa conta". Intercedeu Cristina: "Não, eu fiz uma proposta". Daniela voltou a falar: "Mas ela chegou e falou desse jeito pra mim e eu falei Regiana então fala pra ela abrir mão do aluguel que ela vai pagar pra gente dos três meses e mexer no conserto do carro e ela falou está bom. Aí eu liguei pra ela e ela falou …".

Foi interrompida por Cristina: "Ela falou que não queria e queria que pagasse o aluguel". Daniela voltou a falar: "Eu falei deixa o aluguel pra lá e arruma o carro". Cristina respondeu: "Não, depois você ligou e falou assim não, a senhora paga o aluguel então e deixa o carro, porque o carro eu ia ter que verificar no jurídico o mecanismo legal pra isso Daniela, eu te falei isso daí".

Daniela insistiu: "Eu fui lá na Fosac, eu conversei com a Regiane e falei pra ela Regiane, até ela falou assim: o fogão, o guarda-roupa e a cômoda que ela falou que ia dar pra vocês ela não vai dar, então ela vai mexer no carro. Eu falei não, eu não estou pedindo nada disso, a única coisa que eu quero é que ela arruma o carro pra gente porque tem muita gente contando no rádio, falando assim que a família da enchente não mora mais ali, que as casas estão interditadas, o carro já está arrumado, sabendo que o carro está aqui na porta de casa, nós mandamos trazer porque não está arrumando".

Cristina voltou a carga: "Daniela, mas na verdade você trabalha, teu marido trabalha, o seu sogro tem a aposentadoria, nós não podemos assumir tudo por vocês. Eu quis dar um encaminhamento pra poder ajudá-los. Desde o início a gente sempre quis contribuir, nós não podemos arcar com tudo". Depois afirmar ter feito várias intervenções ao mesmo tempo voltou a falar do veiculo: "agora o carro, cada hora que você vai você fala uma coisa, então eu não sei. Qual foi meu encaminhamento ontem? Falei pro menino: vai lá busca o seu Geraldo que eu quero conversar pessoalmente com o seu Geraldo, certo? O seu Geraldo não estava lá, querida".

Daniela respondeu: "Foi eu e o filho dele, meu marido, o carro está no nome do meu sogro, quem está pagando é o meu marido, nós fomos e ficamos uma hora e quarenta minutos aí, não teve resposta e viemos embora".

Cristina respondeu: "Então, só que quem eu tinha pedido para buscar para conversar é o seu Geraldo, porque eu falo com vocês, vocês vem falando cada hora uma coisa, então eu não sei que encaminhamento fazer. Então qual foi a decisão que tomei: vou falar direto com o seu Geraldo que eu conversando com o seu Geraldo, eu sei o que está acontecendo".

Depois de um bate-boca mais incisivo sobre Daniela ter ganhado um fogão e não precisar mais de um, o que fez com que optasse pela ajuda pra arrumar o carro, situação que Cristina reclamou que o veículo não está segurado, a secretária disparou: "Se todos os carros que a gente vê rolando nas enchentes, o município tiver que arcar a gente não tem recurso pra tudo isso".

Daniela em certo momento reclamou que Cristina Reale teria condições de ter atendido ela e o marido quando estiveram na Secretaria. Foi quando ouviu da secretária: "Daniela, é sua palavra contra a minha e eu não vou discutir isso no ar".

 

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