09 de maio | 2011

Secretária de Educação quer finalizar entrega de materiais escolares até 2.ª

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Às vezes demonstrando um pouco de cansaço com as reclamações e, em determinados momento usando até um tom de desabafo, a secretária municipal de Educação, Eliana Antônia Duarte Bertoncelo Monteiro, afirmou, nesta semana, que embora a ideia era de terminar ontem, ela pretendia concluir a entrega dos materiais escolares até, no máximo, na próxima segunda-feira, dia 9.


“Em algumas escolas ainda falta e estamos com a intenção de entregar amanhã (6.ª feira), no máximo até segunda-feira”, disse durante uma entrevista que concedeu a uma emissora de rádio local, na quinta-feira, dia 5.


“Mas as escolas de ensino fundamental todas já receberam e nessas escolas queremos entregar em Ribeiro e Baguaçu, escolas que estamos ainda mais em falta. Tem material lá, mas queremos participar da entrega. Talvez, se a programação acontecer do jeito que esperamos, talvez façamos amanhã (6.ª feria) os dois distritos ou no máximo segunda-feira, mas o material já está nas escolas”, acrescentou.


Mas o grande problema que enfrentou foram reclamações referentes às mochilas distribuídas pela secretaria. As principais estavam relacionadas ao peso do material a ser carregado dentro da mochila e a uma possível obrigatoriedade de uso das mesmas.


Sobre a questão da obrigatoriedade disse que uma possível obrigação de usar, é uma situação que pesa muito, mas que tem orientado a rede no sentido de que esse material não seja jogado fora, “porque ele tem um custo e o dinheiro é nosso (população)”.


“Ele (dinheiro) foi colocado para que as crianças das famílias que tem mais dificuldades (financeiras), que pudessem empregar esse dinheiro (do material) de outra forma e todas as crianças receberem”, reforçou.


Na avaliação da secretária se “concordamos com a ideia que os pais podem jogar fora essa bolsa e priorizar o uso de outras, especialmente bolsas de grife, estamos incentivando o consumismo, estamos colocando as crianças novamente em situação de desigualdade, porque um vai com uma bolsa de determinada grife ai, do momento, outro vai com a bolsa da prefeitura. Isso gera outra vez problemas”.


PEDIDO DE BOM SENSO


“Nós aconselhamos e pedimos aos responsáveis pelas crianças que usem do bom senso de saber que frequentam um ambiente público, destinado a todas as camadas da população e, que nesse sentido, aproveitem o material que foi disponibilizado porque senão daqui a pouco as bolsas serão jogadas fora e vai o dinheiro embora e nós não gostaríamos que isso acontecesse, até porque tem o material dentro da bolsa”, disse.


Mas ela avisa que se o pai ou responsável pela criança apresentar uma justificativa plausível o caso pode ser pensado. “Mas se for por simples capricho, acho que a bolsa da prefeitura deve ser mantida, não tem porque não usar”, afirmou.


Houve também alusão à demora na entrega das mochilas com os materiais. Ao falar a esse respeito, disse que “esses problemas estão surgindo e não sabíamos que iriam acontecer, porque primeiro o clamor foi muito grande pelo material e agora que tem o material o clamor é pelo não uso do material. Por isso que nunca sabemos quando estamos acertando na decisão. Porque uma medida não serve e a outra também não serve. Mas estamos para resolver problemas mesmo. Essa é a nossa função”.


Ainda sobre comprar por causa da demora disse: “O que pedimos foi que aguardassem, mas depende da situação de cada um ter comprado e, agora está ai o material e é o problema que nos cabe resolver”.


Ela falou também sobre o problema do peso da mochila: “O primeiro passo que tenho como orientação de vida profissional mesmo, é que nunca a autoridade da escola prevalece sobre a dos pais. Quem educa e passa valores para os filhos são os pais. Então, ninguém precisa teimar com a escola, porque a escola não se sobreporá à autoridade paterna. A escola tem a função de construção do conhecimento”.


A secretária avisa que a “função da educação plena é da família e respeitamos isso. Se a mãe falar que a criança está com esse problema e que, para o bem estar da criança a mochila de rodinha é mais interessante, nós acatamos esse argumento porque depende do caso a criança pode ter até orientação médica para usar uma mochila que não seja a de rodinha. Também não vamos achar que não, ela vai usar e ignorar o problema de coluna. Nem o de coluna e nem o de educação que ela recebe da família”.


Depois de explicar que adotou uma medida visando ao atendimento de todos os alunos, porque tem que lidar com a administração pública, que tem caráter geral, disse que os pais estão liberados para escolher o que desejam para seus filhos.


A secretaria reforça que a família deve determinar a inserção de valores na formação de seus filhos. “Se a família valoriza aquele material da escola e dos colegas, as crianças usam. Se valoriza a marca, a criança é claro que vai preferir a marca. Depois, na idade adulta, também não vai se conformar com roupas que não seja de grifes e, ai os pais arcam com essas questões de consumismo. Mas isso também não me cabe discutir”, avisa.


LAMENTOS


Embora pais e mães de alunos se dividam nas opiniões demonstradas durante a entrevista, Eliana Bertoncello aponta que as reclamações só surgiram porque a Prefeitura decidiu distribuiu as mochilas com os materiais escolares necessários.


“Se nada tivesse sido feito, conforme uma ouvinte, pensando em tudo o que aconteceu, sugeriu que se é assim é melhor não fazer, realmente quando não se faz nada, não se tem problemas. A vida passa em brancas nuvens. Nós só enfrentamos problemas, insatisfações, desafios, quando fazemos e isso posso dizer que tem sido uma marca da administração: apanhar muito porque faz muito”, comentou.


“Porque se não tivesse proposto kit, há um mês não haveria discussão de kit escolar. Se não tivesse proposto uniforme, há dois meses não estaríamos discutindo isso. Há discussão porque as coisas são feitas e nós preferimos corrigir aquilo que nós fazemos a não fazer e passar em brancas nuvens”, disse.

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