21 de janeiro | 2013

Secretária não comenta morte de menina de quatro anos que chegou com vida na UPA

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A secretária municipal de Saúde, Silvia Elizabeth Forti Storti, preferiu não comentar o que teria contribuído para a morte da menina Raquelly Jacomazi Simões, de apenas quatro anos de idade, na Santa Casa Olímpia no início da noite do dia 2 de janeiro, aproximadamente cinco horas depois de ter sido salva de afogamento em uma piscina de um rancho à margem do Rio Turvo, no bairro rural São Benedito, região sul do município de Olímpia.

Sobre o caso Silvia Forti afirmou: “Ela foi para o IML e com certeza o laudo, ele demora um pouco para sair, e aí nós também vamos ter uma clareza do que pode ter acontecido ou, antes também de ter chegado para o pronto atendimento, porque nós tivemos um tempo para que ela chegasse; as causas desse acidente, o que de fato aconteceu. Esse caso também está sendo averiguado pela polícia”.

Essa manifestação ocorreu na quarta-feira da semana passada, dia 9, durante entrevista que concedeu a uma emissora de rádio da cidade, acompanhada do diretor de Média e Alta Complexidade da Secretaria Municipal de Saúde, Nilton José Bortolan, e José Carlos Ferraz que estava assumindo a direção técnica da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), no mesmo dia.

Logo que questionada a respeito, procurou passar a bola para os médicos que a acompanhavam na entrevista: “Essa parte mais especificamente da UPA nós temos nossos dois técnicos aqui para poder falar com mais propriedade do que eu e vamos passar para eles”.

Sobre o que é a UPA ela falou: “A Unidade de Pronto Atendimento é uma política do governo federal. Os municípios com um determinado número de habitantes optam ou pela UPA ou pelo sistema de subvenção”.

Entretanto, de acordo com a secretária, a finalidade da UPA é “desafogar” (sic) os prontos socorros de hospitais, como acabou acontecendo com o da Santa Casa de Olímpia que acabou sendo fechado por determinação do provedor Mário Francisco Mon­tini.

Segundo a secretária o paciente, mesmo que em estado mais complicado, não deve permanecer por muito tempo na UPA: “Ela estabiliza o paciente para que ele seja encaminhado o mais brevemente possível ao nosso hospital de retaguarda”.

Porém, isso não significa que seja necessariamente a Santa Casa de Olímpia. Ela explica que depende de vagas e pode ser até para outro hospital da região.

UPA pode ter ficado sem diretor

técnico por certo espaço de tempo

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olímpia teria per­manecido durante um período curto, pelo menos, sem um médico responsável pela direção técnica. Isso é o que se pode depreender da in­formação confirmada na quarta-feira desta semana, dia 9, de que o médico José Carlos Ferraz teria assumido o cargo no mesmo dia.

A informação foi divulgada durante uma entrevista que a secretária municipal de Saúde, Silvia Elizabeth Forti Storti, concedeu a uma emissora de rádio da cidade, quando apresentou o médico como diretor técnico da UPA;

Além disso, a ideia de que a unidade tenha ficado sem um diretor técnico por pelo menos alguns dias, inclusive no dia 2 de janeiro, quando ocorreu a morte da menina Raquelly Jacomazi Simões, de apenas quatro anos de idade, parte de uma explicação dada por Ferraz durante a entrevista.

“Desde o final do ano já venho, de alguma forma, colaborando com a Secretaria Municipal de Saú­de no atendimento na UPA, principalmente na parte clínica e cardiológica e pretendemos fazer um trabalho para ver se podemos melhorar o serviço que está sendo prestado até o momento”, comentou.

Quando questionado sobre as mortes já registradas, seja na UPA ou de pacientes que antes passaram pelo local, ele comentou: “Em unidade de atendimento de urgência, em prontos socorros dos hospitais aqui de Olímpia, de São José do Rio Preto ou São Paulo, são locais em que vão chegar pessoas já mortas e pessoas morrendo e que não dá para fazer nada por aquela pessoa”.

E acrescentou: “A pessoa quando chega ainda com vida, há uma tentativa de reanimá-la”. E acrescentou que na UPA “tem os equipamentos necessários para uma reanimação de uma paciente que chega inclusive com parada cardíaca. Tem equipamentos para tentar fazer uma ressuscitação cardiopulmonar. Fazer um coração voltar a bater e um pulmão voltar a respirar e se necessário com o uso de parelhos”.

Por outro lado, Ferraz afirma que os equipamentos são modernos e até fez uma comparação da UPA com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no caso da que funciona em Olímpia: “É de ultima geração porque temos lá todos os aparelhos que existem dentro da UTI da Santa Casa”.

Ferraz afirma também que sabe que encontrará muitas dificuldades, mas promete mais transparência, pelo menos é o que a população espera: “Eu sei e espero melhorar a imagem daquela unidade de atendimento com esclarecimentos à população”.

Entretanto, fala com o mesmo discurso de esvaziar o pronto atendimento e repete da mesma maneira que ocorria quando era no pronto socorro da Santa Casa: “É muito importante que a população tenha conhecimento que a unidade de pronto atendimento, um pronto socorro, é para atender aqueles casos mais urgentes, mais emergentes”.

“Infelizmente, o serviço é muito procurado por pessoas que deveriam estar procurando as Unidades Básicas de Saúde nos bairros e distritos. Isso acaba sufocando um pouco o trabalho e muitas vezes retardando o atendimento”, reforçou.

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