A área demarcada como sendo um sítio arqueológico a partir do encontro de materiais indicando que ali teria sido um cemitério indígena, em 1993, estaria abrigando uma pista de MotoCross. O local inclusive teve terra removida, ou seja, foram cavados caminhos e essa terra retirada foi amontoada com a finalidade de construir obstáculos para os praticantes do esporte.

Segundo esta Folha apurou na tarde desta sexta-feira, dia 15, a pista construída no local tem entre 100 e 150 metros de comprimento. Caso seja confirmado que se trata da mesma área, subentende-se que estaria sendo violado um local onde há possibilidades de maiores estudos.

Pelo que foi verificado, uma das rampas construídas está pelo menos muito próxima do local exato onde foram encontradas, em 1993, as cerâmicas indígenas, as chamadas igaçabas, quando uma máquina realizava escavações para dar continuidade à construção das unidades habitacionais.

E nesse ponto acabou sendo encontrado pelo menos mais três pedaços de cerâmica medindo aproximadamente oito centímetros cada um, que aparentam ser do mesmo material encontrado na ocasião, cujas peças estão expostas no Museu de História e

Folclore Maria Olímpia, localizado na esquina da Rua Coronel José Medeiros com a Rua David de Olímpia, ou seja, numa das esquinas da Praça Nossa Senhora Aparecida.
No museu, segundo também foi confirmado ontem, há três peças grandes, possivelmente urnas mortuárias, que foram recuperadas por integrantes do Departamento de Arqueologia da Universidade de São Paulo (USP), logo que foram encontradas. Além disso, há vários pedaços, cerca de 10, também expostos em uma prateleira.

A Folha conseguiu identificar pelo menos duas pessoas que usariam a pista. Porém, embora obtendo o número dos telefones não conseguiu manter contato para saber como e com ordem de quem a pista foi construída.