07 de janeiro | 2013

Vizinha que ajudou ressuscitar menina diz ter remorsos por tê-la levado à UPA

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Praticamente chorando com­pul­­si­vamente o tempo todo, Maria Cristina da Silva, a vizinha que ajudou a ressuscitar a menina Raqueli Jacomazi Simões, de apenas quatro anos de idade, que acabou falecendo a­pro­ximadamente cinco horas depois, afirmou na quinta-feira desta semana, dia 3, que sente remorsos por te escolhido a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), para levá-la para ser medicada.

A afirmação foi feita durante uma participação sua em uma emissora de rádio da cidade, com a finalidade de explicar o que realmente teria acontecido desde o momento em que ajudou a res­suscitá-la até o momento em que a viu pela última vez, ainda com vi­da.

Mesmo contando que chegou às 3h15 e que o atendimento foi de imediato, ela declarou: “Ela voltou. Ela estava morta. Ela estava virando o olhinho na hora que a vimos no chão. Eles conseguiram ressuscitar ela. Eu não me conformo com isso. Como uma criança na mão de médico, ressuscitada, morre”.

Demonstrando bastante incon­for­mismo com a situação que viveu no dia anterior, ela reforçou: “O remorso que eu estou é de não ter ido direto para a Santa Casa com ela. Esse é o meu remorso. Não deveria ter ido à UPA porque a Santa Casa teria mais recursos”.

Maria Cristina relatou como chegou e encontrou a menina desfalecida: “Eu estava na minha casa. Eu moro ao lado. Aí chegou a prima dela de 13 anos me chamando para socorrer. Aí eu chamei meu menino e nós fomos. Eu chequei lá e ela estava praticamente morta. Estava morta. Deitada no chão morta”.

“Aí meu menino e meu irmão fizeram respiração boca a boca, fazendo os primeiros socorros, conseguiram reanimar ela. Ela vomitou, chorou”.

Em seguida tentaram acionar o Corpo de Bombeiros, mas não conseguiram: “Meu marido pegou o carro, colocamos ela dentro, viemos correndo”. De acordo com e­la, durante todo o trajeto a menina chorava e vomitava, segundo contou. “Cheguei na UPA já entrei e falei que era uma menina afogada. A enfermeira atendente falou traz ela aqui”, explicou.

Ela conta que voltou ao carro e buscou a menina levando-a para dentro: “No último quarto tinha uma médica e mandaram colocar ela na cama. A médica começou a perguntar um monte de coisas pa­ra mim e eu não sabia responder, porque eu não estava no local no momento. Eu sai de lá ela ainda chorando”.

Disse que informou que a menina havia sido reanimada, mas que ela tinha bebido água. “Aí sai para fora porque a médica mandou eu sair”.

Nisso a avó estava fazendo a ficha. Depois que a menina tinha sido examinada mandaram a avó ficar de acompanhante. Ela saiu e ficou do lado de fora da UPA, antes de ir embora: “Eu sai da UPA era cinco horas da tarde e a menina ainda estava na UPA”, disse.

“Cheguei em casa e daí a pouco chegaram os policiais falando que ela tinha morrido. Eu não me conformo com isso porque eu deixei a menina com vida lá na UPA”, explicou. “A gente não entende. A gente que não sabe nada, a gente reanimou ela, a gente fez ela voltar a viver e chega ali na UPA os socorristas deixam ela morrer. Eu não me conformo com isso”, reforçou.

Já sobre o que aconteceu ela afirma: “Diz que tinha uma galinha morta dentro da piscina e a menina de 13 anos entrou para tirar. A menina foi atrás dela e ela não viu. Hora que deu por falta ela estava dentro da piscina”.

De acordo com ela, as crianças não usavam roupas de banho e teriam descido para buscar alguma fruta: “Ela foi tirar a galinha e a primeira delas foi atrás sem ela perceber”.

Maria Cristina relatou que ficou muito chocada com o que aconteceu: “Me chocou muito. Eu nunca tinha visto isso na minha vida. Eu não me conformo da menina estar viva e morrer”, finalizou.

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