05 de julho | 2020

Zanolli diz que pesquisa neste momento é muito prejudicial para a própria população

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A discussão teria que ser como a
população vai sobreviver economicamente
à desgraça do covid-19. Esta pesquisa
em si e por si está contaminada,
não pode ser levada a sério e não
pode de forma alguma ser considerada
uma pesquisa imparcial.

 

O jornalista e advogado Willian Zanolli (foto) que desde o ano passado anunciou que é pré-candidato a prefeito de Olímpia pelo PT e teve seu nome omitido na pesquisa eleitoral de Olím­pia divulgada pelo SBT na quinta-feira, 2, declarou no programa Cidade em Destaque de sexta-feira, 3, que este tipo de pesquisa, no a­tual momento, é prejudicial para a eleição e princi­pal­men­te para a população, pois tira o foco da discussão principal que é a pande­mia e a própria discussão de como a população vai sobreviver economicamente a estes momentos de desgraça geral.

Ele afirmou: “Que me des­culpe o Instituto Para­ná, que me perdoe Sistema Brasileiro de Televisão, que me perdoe Fernando Cunha que foi o grande beneficiado da pesquisa, mas não querendo colocar nenhum deles em dúvida e muito menos a boa vontade que a pesquisa trouxe de informação, mas ela es­tá dando uma contribuição negativa para o debate político, está dando uma contribuição que não é bo­a, não é generosa com a população porque ela vai levar aí a uma discussão que é negativa e não proporciona o debate que precisa e tira, inclusive neste momento tão grave que a sociedade está vivendo, a discussão principal que é pandemia, que é a morte das pessoas, que é aquilo em que todo cidadão de bem deveria estar centra­do, mostrando solidariedade com aqueles que neste momento estão passando por grandes dificuldades”.

MOMENTO DE DISCUTIR O INFORTÚNIO QUE A COVID-19 TROUXE

E continuou: “Nós, inclusive, sabendo que a eleição vai ser transferida para o outro período, estamos trabalhando pouco em relação a nossa candidatura no sentido de colocar ela na rua, de estar discutindo, porque achamos que esse momento é de se dedicar a amenizar a dor que as pessoas estão vivendo. É um momento em que é para se discutir o infortúnio que a covid-19 trouxe para o mun­do e também repensar o que vai ser o futuro do Brasil e da economia de cidades como Olímpia, que durante anos e anos não dis­cutiram exatamente o que seria o melhor para ela ir a cada crise, seja da cana, da laranja, do café ou do tu­rismo, ela acaba tendo grandes dificuldades de sobrevivência. É isso que nós temos que discutir agora”.

Willian destacou também: “A pesquisa me incomodou porque os dados dela acabam por deixá-la numa situação constrangedora por si só. Embora pudesse até nem ser significativa a minha participação, a ausência do meu no­me, contamina o trabalho porque os números dos votos que eu poderia ter não estão contidos nesta pesquisa”.

O jornalista, no entanto, iniciou sua manifestação a­legando que todos foram surpreendidos pela pes­qui­­sa em que não constava o seu nome, mesmo tendo anunciado há vários meses que é pré-candidato.

DADOS DA PESQUISA SÃO INCOERENTES

“No entanto, continuou, o que me chamou atenção mais ainda é que o resultado trouxe dados que me pa­­receram incoerentes, por exemplo, o An­tônio De­lomodarme, todo mundo sabe, presidente do O­lím­pia Futebol Clube, vereador, uma pessoa bastante conhecida na cidade, embora polêmico, tenha tido a rejeição que foi a­pontada”.

E continua: “não se po­de, de forma alguma, interpretar que ele não seja u­ma pessoa que seja bem quista e a pesquisa apontava que ele tinha uma rejeição al­tíssima, acima 70%. Eu não conheço, nunca vi nenhuma pesquisa um número tão alto assim de rejeição, principalmente em um período que antecede muito ainda o começo da disputa eleitoral”.

EXISTEM DUAS ANOMALIAS GRAVES NA PESQUISA

Willian destaca também que o que questiona é que há uma anomalia na pesquisa. “Por quê? Primeiro: o vereador presidente da Câmara, ex-presidente O­lím­pia Futebol Clube, alguém bastante polêmico, que está antagonizando todo dia, que faz parte da base do prefeito, ter uma rejeição tão alta é duvidoso”.

“Segundo, complemen­ta, as redes sociais estavam discutindo os números dessa pesquisa muito antes dela ser divulgada pe­lo SBT. Como é que pode o Sistema Brasileiro de Televisão, que é um sistema rico em comunicação e que conta com jor­nalistas de expressão, deixar vazar u­ma informação de que alguém e no caso específico, o candidato que está sentado no poder, na cadeira no executivo, poderia estar na frente em uma pesquisa que nem divulgada tinha sido?”

Zanolli também comenta que essa polarização não vai trazer transformações para cidade, vai fazer com que nós sejamos reduzidos àquilo que nós fomos reduzidos. “Uma ci­da­de que no período do ca­fé é a monocultura e o café acaba e fali; aí é a laranja que é monocultura também acaba e a cidade vai encontrar grandes dificuldades para se recompor; a cana é a mesma coisa; e o turismo é também; e não se discute a vocação da cidade. E aí nós vamos discutir o que? Quem é que está na frente na pesquisa ao invés de discutir quem tem melhor proposta? Quem é que vai fazer para melhorar emprego? Quem é que vai dar ao olimpiense uma cidade que seja dele. Independentemente de explorar turismo, outras vocações que tem que ser discutidas e analisadas”.

PESQUISA DESTE TIPO É PRÁTICA DE POLITICAGEM BARATA

— Eu não me preocupo com pesquisa, mas me chamou a atenção o fato de que um canal de televisão com antecedência, que às vezes é comum na prática da politicagem barata, da politicagem de terceira, sol­tar essas pesquisas, porque aquele eleitor menos informado, aquele eleitor que tem uma preocupação menor com a sociedade acaba se convencendo de que votar em quem está no primeiro lugar, em quem vai vencer a eleição é bom para ele. Ele quer ser um vencedor, ele quer estar do lado de quem vence, ele quer apostar no time campeão.

—- Essa é um pouco da lógica do levar vantagem do brasileiro da qual nós discordamos. Nós lançamos a nossa pré-candidatura, seremos candidatos no tempo certo para discutir a cidade, inclusive a cidade e os aspectos econômicos que advirão desta pandemia: problema de saúde, problema de estrutura, problema de saneamento, problema de emprego, empregabilidade, modernização da relação do trabalho.

— Estas são as questões, nós não vamos discutir pesquisa, mas ao observá-la, a forma como foi feita, excluindo quem é pré-candidato, no meu caso específico, e colocando alguém que ainda não se posicio­nou verdadeiramente enquanto, em si e por si, ela está contaminada, não po­de ser levada a sério e não pode de forma alguma ser considerada uma pesquisa imparcial.

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