09 de fevereiro | 2020
A manifestação chocante de um preconceituoso comprovando a castração da moral conservadora
“O preconceito como forma de julgamento sem exame crítico, sem conhecimento abalizado, é desumano, é imbecil. Mas próprio daqueles que sofreram a lavagem cerebral da moral conservadora que aprisiona e perpetua a escravidão da grande maioria”
Mestre Baba Zen Aranes.
HOJE, UM TANTO …
… quanto inconformado com o enxergar cada vez mais detalhado de uma realidade gritante e apavorante que a gente é formatado para não enxergar e até defender o contrário.
A CONCLUSÃO …
… que se chega, após as milhares de reflexões, é a de que nossa educação formal não consegue suplantar a educação moral que nos impõe uma lavagem cerebral e nos faz acreditar que tudo o que estamos vivendo é o mais correto e até nos faz acreditar que somos livres, libertos, passiveis de conquistar o paraíso, realizar os sonhos que também nos são enfiados goela abaixo de acumular o vil metal (dinheiro).
“ESTUDEI, …
… ou aprendi o ofício e evolui por dezenas de anos, foram incontáveis situações de sacrifício para conseguir me estabelecer e ter uma vida digna. Consegui viver bem, criar meus filhos e agora posso morrer em paz”, muitos podem ter chegado a esta conclusão.
GENTE, …
… pensa bem. Não é isso que todo mundo almeja? “Ter” condições de “ter” dinheiro suficiente para se manter e “ter” condições de “ter” uma casa, “ter” um carro decente, “ter” como tomar a cervejinha e comer um churrasquinho no final de semana para …
PARA …
… esquecer que trabalhou que nem um condenado a semana inteira, comeu o pão que o diabo amassou para aguentar todos os problemas que teve que enfrentar e que terá que conviver na semana vindoura.
VOCÊ CONSEGUE …
… entender que a vida passa a ser um caminho repetitivo em que trabalhamos para sobreviver e nos embebedamos (drogamos, pois bebida também é droga) para esquecer que temos que ser escravos de nossas necessidades e desejos que nos fazem trabalhar cada vez mais?
BOM, …
… aí o tempo passa, você chega na idade do Condor (com dor aqui, com dor ali) e olha pra trás com orgulho e pensa: “passei minha vida inteira trabalhando e não tive tempo para conhecer meus filhos direito, para me conhecer direito, aliás, nem para saber o que é o mundo, o que estou fazendo aqui, mas vivi bem, criei meus filhos e os encaminhei, bebi todas quase todos os finais de semana, fui pescar de vez em quando, viajei várias vezes. Não tenho o que reclamar”. Será?
SERÁ QUE VIVER …
… é só isso? Brigar o tempo todo para sobreviver numa selva de pedra que nos impõe suas regras e nos faz viver como se fossemos máquinas, ou mero zumbis, caminhando de lá para cá, sem cérebro, como autômatos, sem saber o que se está fazendo, indo sempre do nada para o lugar nenhum.
EIS A QUESTÃO, …
… meu caro leitor.
DESTA …
… constatação é que se parte para a reflexão e a palavra que surge para retratar o que se teria que buscar é uma que todo mundo fala, mas ninguém define de forma imutável o que é: a tal felicidade.
PARA MUITOS …
… é apenas poder tomar “umas” nos finais de semana. Para outros é viajar uma vez por ano. Para outros é poder comprar um carro novo todo ano. E por aí vai…
MAS SERÁ QUE …
… é isso mesmo. Temos que viver o amor em Platão, a busca pelo desejo, ou seja, a busca pelo preenchimento da falta, da ausência, do simplesmente ter aquilo que não se tem?
OU PARTIMOS …
… para a busca da realização da nossa natureza de acordo com Aristóteles e vamos viver para fazer aflorar nossas aptidões e a realização da nossa arte como forma de vida, não importando o que se conseguirá aferir financeiramente com isso. Viver do ócio criativo. Sempre fazendo crescer nosso conhecimento como forma de libertação das verdades absolutas que nos escravizam. Eis outra premissa.
ALIÁS, …
… outro filósofo contemporâneo, Nietzsche, vai além, e tenta nos dizer que ao invés de nos deixar escravizar pelas regras castradoras que nos são impostas, temos que liberar nossos pulsões e viver em estado de arte, quando conseguimos a atividade plena de nossa mente e, ao termos acesso ao nosso inconsciente, nos tornamos super-homens, ou supermulheres. Mais uma premissa.
MAS, VOLTANDO …
… centenas de anos atrás, seguindo os ensinamentos de outro filósofo que, assim como Sócrates, não deixou nada escrito, mas se construiu através de seus atos e o que foi escrito sobre si, temos a premissa mais difícil. A de ser feliz buscando entender o outro, o próximo e até o não tão próximo. Claro, após muito estudo e muita busca pelo conhecimento para entender que se pode crescer, evoluir, e sentir prazer vendo o sorriso no rosto alheio.
ESTAS SÃO …
… apenas três premissas filosóficas, mas você pode buscar dezenas de outras áreas que também tiveram aqueles que tentaram entender o que é a vida e o que é o homem inserido nela.
VÁ ATRÁS, …
… quantas mais conseguir, mais rica será a conclusão, mais conhecimento você terá adquirido, mais você terá conhecido a si e aos que o rodeiam. E, com certeza, ao refletir criticamente você estará se distanciando do seu estado meramente animalesco que o faz acreditar que é o que é e a achar que o mundo é o que está sendo descrito na sua mente, ou aquilo que você enxerga ao redor do próprio umbigo, quando pode ser algo muito diferente.
MAS, O MAIS …
… triste de tudo foi ver, esta semana, um colega de infância defender no “Facebook” com uma pobreza de espírito e de linguagem nunca vistas, que os nossos migrantes mais recentes e seus descendentes que aqui aportaram em busca da sobrevivência, atraídos pela laranja e depois pela cana e hoje representam a maioria absoluta da nossa população, sejam deixados à míngua e que morram ou que deixem a cidade.
COM CERTEZA, …
… este ser que conheci ainda na infância, além de não conseguir deixar o estado animalesco inicial, ao longo de suas seis décadas de não existência, conseguiu aprimorar o preconceito e o sentimento de ódio, que vai totalmente contra a qualquer conceito de humano.
SE ESQUECE …
… este ser que, assim como os migrantes atuais, os nossos antepassados também não nasceram aqui, não eram nativos da terra, vieram de outras regiões ou até do exterior e aqui aportaram para conseguir sua sobrevivência.
José Salamargo, após 40 anos de militância na defesa da maioria da população que sofre lavagem cerebral e vive alienada e “zumbizada”, totalmente indignado e preocupado com a constatação de que nada mudou, desde 400 anos antes de Cristo até os dias de hoje. A grande maioria vive como escrava, lutando pela mera sobrevivência, hoje, fora das senzalas, mas castrada e acorrentada por uma moral que a leva acreditar que viver é apenas comer, comprar, ter e se drogar. E, sem educação reflexiva, pode estar fadada ao que o colega do passado desejou esta semana: morrer por não ter nem o que comer, pois já se prevê que será substituída por robôs com inteligência artificial, pois estes não ficam doentes (não geram gastos com saúde, falsa educação, alimentação, não reclamam e não erram). Salve-se quem puder … Mas … e você, onde se encaixa?
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