01 de fevereiro | 2015

Arantélio Barros previu que Geninho ia criar o teto solar na rodoviária local

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Willian Zanoli

Tenho me preocupado sobremaneira com a enormidade de qualidades deste meu amigo e quase filho que navega das águas rasas às mais profundas nas áreas do saber empírico ao científico.

Fala tanto pela experiência, pelo vivido, pela emoção, pela sabedoria dos caminhos pisados, andados, conhecidos, pelo hábito, pelo costume, quanto pelo conceito, pela definição daquilo que se explica a luz da razão, da cienti­fi­ci­dade, se de um lado sabe que as coisas se dão, do outro esclarece concei­tual­mente através das lupas do entendimento aliado a ciência como se dá e porque.

Só que humanamente, como tantos outros, ou a mim, às vezes busca nas estrelas, no cosmo, no oráculo de Delphos como um bom filósofo, explicações para determinados fenômenos cuja explicação ainda insiste em fugir ou se oculta das pesquisas levadas a efeito por estudiosos preocupados com a busca do entendimento de certas questões que envolvem o inex­plicável viver da humanidade no traçado em direção a evolução.

E quando a ciência não consegue ir na essência da pro­ble­matização que possa equa­cionar o intrincado e às vezes inexplicável rodar da roleta do cotidiano, nada melhor que encarnar o espírito do mestre Aurélio Barros.

E é exatamente isto que faz meu “poltronudo” e “ploo­dorento” companheiro de tempos e vida consumidas em discussões metafóricas e sofistas com algumas pitadas de filosofia, literatura e loucura, por sinal, muita loucura, ser o referencial da diferença.

Se conselho fosse bom eu aconselharia, não pisem descalço na baba desta gente.

Depois desta primeira interrupção, peço licença aos leitores, para pedir licença ao amigo Aurélio, para citá-lo com todo carinho e respeito neste artigo, visto que meu amigo José Antonio, em determinado momento em sua coluna, incorporou um Aurélio de Barros e previu algumas situações e como ocorre ao verdadeiro Aurélio, as previsões se deram.

Pedidas as desculpas ao mestre Aurélio, voltemos ao Arantélio de Barros que em momento de alta inspiração, possuído pelo espírito engarrafado de Brahma viajou na Ilíada e concluiu que possivelmente aquela armação tosca e malfeita que tinha como possível sustentadora do telhado da rodoviária com certeza viria abaixo dia mais dia ou menos dia.

Li sua coluna, descrente, entendi que era muito mau agouro, negativismo demais, ou denúncia de gritante incompetência de Eugênio e sua troupe, e não é que a ge­rin­gonça saiu voando mais que o quatorze bis projetado pelo Santos Dumont.

Não deu a volta na Torre Eifel, conseguiu superar o telhado da rodoviária e ir repousar sem nenhuma suavidade no estacionamento de um supermercado, que não diremos que é o Extra Supermercados, por que não esta­mos aqui para fazer jabá gratuitamente de nin­guém.

Caída lá, ou lá guardadas as telhas, neste estacionamento deste supermercado, que desconhecemos que seja o Extra, o Facetto, cujo nome, pelo Wikipédia significa feliz, foi cheio de felicidade e amor pra dar, fotografar o possível estrago causado pela obra a que a incompetência de Ge­ninho tenta construir há séculos e não consegue acabar.

Lá chegando conferiu in loco que as previsões do desvairado, para não falar louco, do possuído do Arantélio havia se configurado em realidade.

Pasmem…Arantélius baseado em cálculos de outros personagens épicos da Grécia antiga previu que a tragédia ou cômica de uma morte anunciada iria se dar e se deu.

A rodoviária está banguela, destelhada, a obra que não acaba nunca agora é que não acaba mais mesmo, porque segundo o oráculo e Arantélios tudo aquilo tem que ser revisto, os cálculos foram muito mal feitos, e eu que acreditava e acredito demais nas previsões do meu bom amigo Aurélio, passei a acreditar um pouquinho no Aran­télios.

Aquela joça, aquela “poron­ga” pode cair na cabeça de alguém, pode até cair na minha cabeça, na tua cabeça, e se não tiver um aparo, um chapéu, um chifre ungido, um chifre santo, para segurar a telha na hora e promover o milagre é bau bau mesmo, e ali na rodoviária não tem cama pra gente se esconder embaixo para evitar o pior.

Então, o Arantélios previu a tragédia, a tragédia aconteceu, não teve vítimas, poderia ter, Silvio que na Wikipédia diz que vem de selva, fotografou e achou selvagem a cena e nada feliz para a imagem do poder público que se afirma como incapaz de gerir nosso destino, e nós ficamos assim, sem palavras para definir este acontecimento, de um lado previsível, e do outro, mostra de um governo “rastaquera” demais, incapaz de construir um puxa­dinho na rodoviária.

No entanto os otimistas e puxa sacos estão falando que Geninho inventou a nova tendência deste verão, teto solar para rodoviárias.

Meu amigo Ed Quarenta, paulistano, músico, historiador e colega do filósofo José Antonio, informado desta sua qualidade de previsão do futuro relacionada a coisas que podem cair, lembrou que se soubesse antes teria feito consulta em relação a um pau que caiu no seu sítio em Juquiá e fez um estrago relativo nos fundos da casa do sítio.

Sem sombra de dúvidas não é a especialidade do iniciante em previsões questões relacionadas a paus caídos, ou que corram risco eminente de ver o chão repentinamente, imagino eu, e temo que seja, e se for, paro de frequentar a sua amizade desde já, passo a temer o valor de suas previsões.

Tenho algumas árvores em minha casa e não estou com disposição de saber se virão abaixo de um momento para outro, se cair algum pau no território do meu domínio que seja de surpresa sem previsão do oráculo, tenho dito.

E atemorizado, concluo este texto.

 

Willian A. Zanolli é artista plástico, jornalista, estudante de Direito, pode ser lido no www.willianza nolli blogspot.com e ouvido de segunda, quarta e quinta-feira na Rádio Cidade.

 

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