23 de fevereiro | 2014

Cleber Cizoto denunciado por suposto enriquecimento. E agora?

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Do Conselho Editorial

Este jornal, repercutindo a voz das ruas, tem evidenciado a notória demonstração de que alguns membros do staff de Eugênio José mudaram substancialmente seu padrão econômico depois que se instalaram no poder.

De maneira alguma isto quer assegurar que possam estas figuras estar ou não tirando proveito de suas proximidades com a coisa pública.

Porém, causa estranheza à comunidade que muitos demonstrem um padrão de vida que não era comum nos dias que antecederam a chegada deles no comando da cidade.

Que esta estranheza cresça mais ainda quando se observa que a cidade é muito pequena e muitos sabem quase tudo da vida de muitos, isto aliado ao exibicionismo dos novos alpinistas sociais, faz crescer consideravelmente a suspeição de que a alavanca deste crescimento foi proporcionada pela questão política.

Sem contar a ampliação levada a efeito por aqueles que têm a intenção de desgastar a imagem do governo malufista de Geninho, que, segundo propaganda de rua da oposição no período eleitoral, destacava discurso de Eugênio que afirmava não ver mal algum em que se levasse alguma porcentagem das licitações.

Sem contar lendas urbanas que incorporavam histórias de seu passado mostrando alguém disposto a muita coisa em nome da idéia de se chegar lá a qualquer custo.

A demonstração do crescimento patrimonial de muitos que o cercam é evidente, visto que sua equipe além de não fazer questão alguma de esconder, parece ter a necessidade da exibição de suas novas condições de amigos do rei que tiveram rápida ascensão econômica, estranhamente, para muitos astronômica.

Se esta nova situação é advinda ou não da proximidade com o cofre da viúva, não há como se afirmar, mas pode-se muito bem garantir que se criou no imaginário popular histórias de prédios suntuosos, carrões de luxo, compra de fazendas, aviões, terrenos, empresas, participações em empreendimentos dentro e fora do circuito geográfico do município.

Pode e deve haver exageros ou não nas histórias, que podem muito bem terem sido criadas como foram tantas outras que atribuíam aos que passaram pela prefeitura local as mesmas situações com outras características.

Mudava-se a fazenda no Mato Grosso por alguma em Minas, Rondônia, ou noutro lugar, casarões por hospitais, aviões por mansões em residencial de luxo, e por ai afora. 

E assim a nave seguia sua trajetória na vocação e desejo de demonstrar que o homem público se caracterizava e se caracteriza por tirar proveito da condição que o povo lhe atribuí.

No governo de Eugênio, além destes comentários, o seu grupo parece fazer questão, como se fora um deboche, de demonstrar que a maioria de seus apoiadores se deram bem e muito bem na proximidade com o poder público.

Se estão bem de situação econômica ou não, somente eles poderão informar, principalmente se for levado em consideração que estas informações são de ordem pessoal e somente o indivíduo pode delas falar de forma real, da maneira mais próxima possível da realidade que o cerca.

Às vezes o indivíduo dá mostras públicas daquilo que pretendia ser e que não é, e por conta desta fraqueza provoca um desnecessário desgaste para si.

Sim, o carro do indivíduo, assim como a casa podem ter sido financiados e estar com as prestações atrasadas, no entanto, quem não sabe do interno e só observa o externo, atribui a condição de homem público o evidente enriquecimento daquela pessoa, externado socialmente com o propósito de demonstrar que se deu bem na vida.

Sem ser inocente o texto, há também aqueles e não são poucos, que se dão muito bem quando estão próximos do cofre da viúva.

A prova disto são os muitos encalacrados e com bens indisponíveis determinados pela justiça, nesta cidade mesmo, e que no tempo em que estavam no poder demonstravam estar muito bem de situação e alimentavam a lenda que suas condições de abastados provinham exatamente do cargo que ocupavam.

O governo de Eugênio, que têm no seu staff inúmeros correligionários que mudaram, ou demonstram que mudaram significativamente seus padrões de vida, foi atingido em seu núcleo financeiro por uma denúncia anônima, alvo de procedimento investigativo aberto pela promotoria, que possivelmente vai desgastá-lo no plano ético.

Sua administração que vem sendo investigada no plano federal por possível participação na Máfia do Asfalto, vê agora seu secretário de finanças, Cleber José Cizoto, sendo investigado por possível enriquecimento ilícito.

Terá o secretário de finanças a oportunidade de provar que as denúncias não procedem, porém, neste período entre a sua defesa e o esclarecimento, se houver, de que a riqueza que auferiu é fruto de seu trabalho, a imaginação daqueles que divergem do governo de Eugênio, que deixou muito evidente através de seus seguidores que o poder melhora o padrão de vida das pessoas, continuará criando histórias para reafirmar que pode haver algo de muito podre no reino de Geninho.

Não há como não afirmar que isto provocou e continuará provocando, neste momento de tentativa popular de moralização da coisa pública, um desgaste muito grande no governo de Geninho, que se vê atingido no setor de finanças, onde mesmo que não queira, e por mais que esforce, fica difícil, senão complicado, demonstrar, diante das luxuosas evidências, ricas demonstrações, abastadas manifestações, milionárias intervenções, que o denunciado e seus pares deram ao longo do mandato,  por mais equivocada que possa estar a denúncia, não esteja, no mínimo, colocando para discussão, um incômodo que está nas ruas.

Incômodo que está na boca do povo, que é evidenciado pela equipe de Eugênio, que faz questão de dar mostras de que chegaram ao topo da pirâmide financeira, não contavam porém, como diz a máxima popular, que quem sobe alto, sem segurança, corre o risco de se esborrachar na queda, cujo vôo livre parece que se inicia nesta denúncia.

Não há de alcançar os astros quem vive de rastros, quem é poeira do chão.

 

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