12 de março | 2017

Cunha, tu qué acabar com a UEUO e com o Curso de Teatro? Parte 2

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Willian Zanolli

Na semana passada escrevemos sob a possibilidade de o governo Fer­nan­do Cunha não permitir a con­tinuidade do Curso de Teatro na Casa de Cultura que ajudava, contribuía, para que a moçada compreendesse o fazer teatral e ocupasse seu espaço tempo com utilidades culturais.

E, afirmamos que esperávamos, embora não a­cre­ditássemos, em uma manifestação acerca da questão e da que envolve a UEUO por parte dos representantes públicos.

Os prepotentes, os autoritários desconhecem linguagem civilizada e quando optam por algo, mesmo que incomode a maioria, persistem na solução, mesmo que não funcione, vide caso do carnaval, sobre o qual falaremos na semana que vêm.

Não havendo manifestação do poder público, continuemos.

Não sem antes elogiarmos a postura do vereador Selim Jamil Murad que se posicionou publicamente a favor da continuidade dos cursos; Flávio Olmos que se pron­tifi­cou ajudar e a outros que embora não saibamos são a favor da continuidade do curso.

O poder público anunciou que uma comissão i­ria se reunir, presumo, pa­ra tomar uma decisão a­cer­ca da questão.

Como não sei se reuniu ou reunirá, evitarei comentários, a não ser que no Brasil quando não se quer resolver alguma coisa se monta uma comissão.

É cômodo por se tirar o incomodo das transversais e colocar nas paralelas.

É gracinha minha. Explico, tira-se o abacaxi do co­lo do Cunha e coloca a bom­ba na mão da comissão, como comissão não é gente, não tem face nem Facebook, fica fácil jogar a culpa nela.

Estaremos atentos e sabemos que a caneta está na mão do Cunha, os outros, e o “resto” que se manifesta como se tivesse autoridade para, pode parar, que é apara de queijo para pescar piapara.

Nós sabemos disto.

Você que foi iscado para fingir que manda, faz e a­con­tece coloque suas argumentações toscas, tolas, vazias e sem conteúdo no saco que a gente fala com quem tem soluções.

Quem terceiriza e amplia o problema, time de segunda divisão, entra na fila e aguarde a vez que a gente chama.

Agora, vamos a questão da UEUO. Hoje vou estender a bagaça, estou com os dedos afiados.

Vamos lá.

Em primeiro plano necessário ponderar que divirjo daquilo que foi transformada a UEUO depois que a classe política dominou a entidade.

Para compreensão do que estou falando, bom que se volte ao passado.

O desmonte da UEUO, na minha modesta opinião, começou com chegada do Rei Midas ao contrário a presidência da instituição, e o que era ouro pu­ro, virou uma caca.

O nome, desta figura que o tempo possivelmente provará que transformou mais coisas em caca, alavancado pela sua passagem pela UEUO, Eugênio José Zuliani.

Depois de ser feudo de Geninho a UEUO passou às mãos de outros políticos que se autodefiniam co­mo se fossem progressistas ou de esquerda e a idéia de feudo se manteve.

A visão preponderante, a menos que eu me engane, era seguir os passos de Eugênio e se eleger, como se elegeu vereador Eugênio surfando na inocência de alguns universitários e no oportunismo de muitos outros.

O nome da triste figura, Hilário Ruiz, e ai pode estar o nó górdio da tentativa de Cunha de amordaçar, estrangular, reduzir os poderes da UEUO.

Criaram alguns benefícios através de lei que o poder público distribui para os universitários que estejam em dificuldades econômicas, tipo um Bolsa Escola, para ser bem simples e a UEUO que era u­ma entidade combativa e presente na sociedade o­limpiense acabou transformada por conta do aparelhamento político meio que em uma central de dis­tribuição de bolsas, benefícios.

Nada mais que isto.

Estou frequentando o quinto ano do curso de Direito e não posso, não tenho como falar de um e­vento que seja, de que ordem seja, levado a efeito pela UEUO na faculdade.

Estou concluindo o curso e nunca ouvi falar da UEUO por lá a não ser no período de distribuição do beneficio.

Deixo bem claro que a nova diretoria não pode ser culpabilizada por isto, não teve tempo de dizer a que veio ainda.

No primeiro ano do curso de Direito fiz minha ins­crição na UEUO e a primeira pergunta que fizeram foi se eu tinha interesse na tal bolsa, a sensação foi de que a única coisa que havia por lá era esta bolsa, e pela preocupação demonstrada pela retirada da participação na seleção dos “premiados” parece que é.

UEUO foi bem mais que isto e pode voltar a ser.

A Escola Samba Sem Compromisso é a prova inconteste do que foi a UEUO, por ser originária dela, que criou Cine Clube em Olímpia, promoveu altos debates, cursos, palestras, espetáculos teatrais, festas, bailes.

Tudo através dos “lucros” obtidos nos eventos que ela promovia sem participação do dinheiro público e sem a intromissão de políticos.

E ai, uma pausa, como a Samba Sem Compromisso hoje, a UEUO era um espaço de inteiração onde todas as tribos tinham abrigo, a diversidade estava presente.

Para a época era um a­vanço fantástico na forma de se relacionar com a sociedade, talvez por isto tenha sido bem sucedida e more na saudade de muitos.

A UEUO se transformou em uma entidade burocrática e o que pode estar por trás do gesto de Fernando Cunha seja retirar o poder da entidade que contribuiu para a eleição de dois vereadores e um prefeito que a presidiram em razão da distribuição dos benefícios, que agora serão distribuídos pela Prefeitura.

O que pode estar por trás é a mudança do dono do feudo.

O tempo dirá.

Até neste aspecto, da distribuição das tais bolsas a UEUO ao que tudo indica e alguns nomes divulgados na Imprensa Oficial parecem demonstrar, não cumpria, juntamente com a Comissão composta por membros da Prefeitura, com equidade seu papel.

Há nomes de pessoas que a princípio, pelo que ostentam publicamente, podem não preencher os requisitos impostos na lei para que possam fazer jus ao benefício.

Esta discussão é antiga e incomoda e só não foi levada ao conhecimento do Ministério Público ainda, na minha opinião, porque a maioria teme retaliações, perseguições, desgaste junto aos estudantes.

A partir do momento que o responsável pela distribuição dos benefícios passa a ser o poder público a coisa pode mudar de figura.

Se, pessoas que demonstram não merecer forem contempladas, com a facilidade de se buscar informações ampliada como está, ficará fácil demais con­firmar o vinculo em­pre­ga­tício, os bens, que os beneficiados possam ter e daí a buscar investigação para se apurar desvios de finalidade é um pulo.

Neste aspecto, pode ter sido uma boa, pois o filtro em relação a necessidade dos que receberão o beneficio será maior, as suspeições em relação a apadrinhamentos podem diminuir ou deixar de existir.

Contrário a isto, mantidos o aparelhamento e os feudos inicia-se uma nova discussão acerca do tema em outras searas e outras circunstâncias.

Se Cunha pretendia o estrangulamento da UEUO pelo econômico chamou para si uma responsabilidade.

Se pretende disciplinar o projeto que pode ser bom desde que não confira privilégios a quem não merece, ótimo.

E a UEUO resta repensar seu passado, retomar o presente e construir um futuro condizente com o histórico que a tornou respeitada nos meios estudantis e na sociedade local até o dia que os políticos e seus interesses começaram a sua derrocada até deixá-la existindo de fato mas não de direito.

Razão, pela qual, me sinto bem a vontade para escrever que a saída dos políticos e seus interesses sorrateiros da UEUO pode ter sido maravilhoso para a entidade, pois político, no Brasil, parece tiririca, onde brota não deixa nada florir.     

Willian A. Zanolli é ar­­tista plástico, teatrólogo, jornalista, estudante de Direito e po­de ser lido no www.willian­zanol­li.­blo­gs­pot.com.

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