12 de maio | 2013

… E o coitado do honesto é execrado. É desolador.

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“A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: ‘Na hora que for para Justiça vai resolver’. Vai levar 20 anos.”

 

Willian Zanolli

Tirem as crianças da sala que as cenas que vamos descrever deveriam ser proibidas para menores.

Esta semana, uma autoridade, que ao final do texto, talvez revelaremos de quem se trata, tomou emprestada a capa do Batman Barbosa e desandou a falar de verdades que chocam mais que ovos de galinhas caipiras.

Vindo de quem veio as frases, banhadas e curtidas da imensidão que as grandes verdades trazem, não fosse seu comprometimento, eu diria que havia baixado um “Zanollizinho”

A que dá título ao texto é da criação do Xuxuzinho, assim como a que trata de corrupção que abaixo ilustra e decora esta página tão ávida, desejosa de homens férteis de caráter indignados com a lama que impregna o desmoralizado solo pátrio.

Até eu gostei da frase que eu escrevi, deu caráter épico ao texto, nem se compara com a frase que estamparemos a seguir, que embora pareça ser de nossa lavra, porém passa bem longe, foi dita por uma autoridade que há mais de vinte anos interrompe qualquer tipo de investigação sobre seu governo, colocando dificuldades para que ocorra.

Vejam que jóia rara, que preciosidade de texto.    

 “O povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele” próprio.

“Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”, afirmou.

Um breque bem rápido para explicar o que é a tal de guilhotina para os dois ou três leitores que cativo para não correrem o risco de não saber do que se trata e por um lapso deste escriba poderia vir a falecer sem o desnecessário conhecimento

Foi o médico francês Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814) que sugeriu o uso deste aaho na aplicação da pena de morte. Guillotin considerava este método de execução mais humano do que o enforcamento ou a decapitação com um machado

O aparelho é constituído de uma grande armação reta (aproximadamente 4 m de altura) na qual é suspensa uma lâmina lo­san­gular pesada (de cerca de 40 kg, a corda é liberada e a lâmina cai de uma distância de 2,3 metros, seccio­nando o pescoço da vítima).

Como meus poucos leitores, se não morreram antes de chegar neste trecho do texto, já não morrem mais sem a informação, continuemos a nossa explanação diante do inédito pronunciamento.

Não sem antes informar que Jean-Ignace Guilliotin era médico e tudo indica perdeu sua ca­be­cinha exatamente no aparelho que criou para o conforto na hora de despedida dos que se opunham ao regime francês.

O autor dos textos que descrevo, coincidentemente também é médico, o que leva a crer que pode haver na categoria uma preocupação deveras humanitária

Na hora de despachar o “chato” que opõem ao sistema.

O médico, que reproduzimos a fala, até o momento que teclamos a reprodução do que foi por ele pronunciado, estava com o enfeite do pescoço exatamente no lugar de sempre, mesmo que muitos de seus colaboradores e opositores estejam considerando que em função do desabafo, tenha perdido a cabeça.   

Outra frase, senão vocês, meus parcos leitores, que imagino estejam em uma espreguiçadeira lendo este texto, podem se entediar com a extensão do mesmo e ser convocado para o reino de Morfheu.

Poderia ter falado em deus do sono, mais achei que Morfheu poderia impressionar, principalmente por que o personagem de quem falamos parece que acordou de um sono de mais de vinte anos e tascou firme e forte.

   “..grandes casos de corrupção foram descobertos por acidente. “O controle é zero.”

Ai, não sei por que cargas d’água, lembrei de alguém, e talvez por esta razões estou reproduzido a fala.

“O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patri­mônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador.”

As críticas foram feitas em frente ao chefe do Ministério Público de São Paulo, e do corre­ge­dor-geral da Administração do Estado, representantes dos dois principais órgãos paulistas de combate à corrupção.

A situação causou constrangimento entre aliados, já que …não dirigiu suas críticas a uma esfera específica de Poder nem isentou o próprio governo dos ataques, não poupou sequer o programa que estava sendo anunciado.

Criticou as fundações do governo que receberam para desenvolver o sistema, a disponibilização de dados públicos na internet.

“Não deviam cobrar nada, isso é obrigação.”

Acusou também a existência de uma “grande combinação” que impede que dados sejam dis­po­ni­bilizados. “Salários, ninguém põe na internet, porque o sindicato pediu liminar. ‘Olha, eu gostaria de pôr, mas a Justiça proibiu’”, iro­ni­zou.

Dei todas as dicas possíveis para que adivinhassem de quem se tratava, como imagino que é difícil alguém que sabe tão bem de tudo quanto está falando, por vinte anos de convivência com o poder, ficar calado, e as pessoas adivinharem que deste túmulo tenha saído algo que pudesse ser tão claro e verdadeiro, muito embora, a mim, cheira a discurso de campanha, ou aproximação de escândalo forçando portas de palácio.

Mas vamos dar um crédito a falação, computemos ao cansaço das fibra, a vontade de reiniciar, recomeçar.

Não sem antes lembrar que Legislativo de São Paulo, é de maioria alckmista, se enquadra no ataque e não divulga salários por decisão judicial obtida por servidores, sem contar que há mais de vinte anos não aprova uma CPI sequer para investigar o governo que apóia. O que endossa a critica de Alckmin sobre a  morosidade do Judiciário. “A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: ‘Na hora que for para Justiça vai resolver’. Vai levar 20 anos.”

Fiquei espantado com o teor das revelações, embora não tenha dito nada que não soubéssemos, o espanto se deu mais pela boca que falou, do que pelo que foi dito, já que está mais que dito, escrito, este esquisito e maldito script, que ganha mais um indignado, que até outro dia se conformava com a situação, o que pode significar que:

A coisa tá feia, a coisa tá preta, quem não for fio de Deus tá na unha do capeta.  

 Willian A. Zanolli é artista plástico e está achando que o Geraldo ficou possuído pelas estrelinhas do PT dos anos oitenta, deve ter caído o Cruzeiro do Sul inteiro na cabeça dele. Tchauuu.

 

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