22 de março | 2015

Ladrão pé de chinelo e vagabundo meia sola não entra nos meus artigos

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William Zanolli

Meus queridos e amados leitores, que são poucos, que respeito e pretendo conservar, em razão desta convivência fraterna entre nós escrevi estas linhas que não é um artigo, é basicamente um recado.

Tenho aqui, ao longo do tempo, dos dias, dos anos, me dedicado a falar de várias coisas, sendo que um tema se destaca dos demais, a corru­pção, os bandidos fantasiados de autoridades.

Até ai tudo bem, compreendido em que contexto se inserem minhas divagações acerca do tema e suas nu­an­ces trataremos agora do incomodo que isto pode trazer a alguns cidadãos e a algumas pessoas que, como moscas, circundam em volta da lâmpada mágica para que ela milagrosamente abasteça seus bolsos.

Perceberam que tem um momento no texto meio incompreensível? Não façam como eu que quando leio um livro e não compreendo volto para tentar entender o raciocínio, nem eu entendi de tão confuso que é, só que achei muito belo e deixei.

Seguindo em frente, explicávamos que escrevemos, maioria das vezes, sobre o tema que tem levado corruptos e corruptores pras ruas pra reclamar, a tal corrupção, adicionando que eles, os corruptos e a horda que os circunda, às vezes, muitas vezes, se incomodam com isto.

Um por ser o centro do sistema de corrupção e o outro por ser a formiga que se alimenta do açúcar que cai do açucareiro.

Bela imagem metafórica, pena que vou ter de estragar, senão as pessoas entendem pela metade.

Troca formiga por parasita, puxa saco, bajulador que defende publicamente que o final de quem o sustenta é a cadeia e mesmo assim, nas variações, nas loucuras, nas dia­tri­bes, demonices, fala o contrário.

E ai pulam pra dentro do meu texto, coisa ampla, geograficamente localizada para muito além das linhas do Equador, com intuito e finalidade de se uni­versalizar, para esculhambar como esculhambam a imagem do pa­tro­nato larápio a que servem com sua submissão larapia.

Descarados demais estes meninos; saem às ruas se per­guntando se eu falei de cicrano, de fulano ou bel­tra­no, lógico que eu não falei, só fiquei sabendo depois que chegaram até a mim as dúvidas acerca deles estarem premiados nos me­us escritos que eles roubam, expropriam, sugam, se vendem, se cor­­rom­pem, o que de certa forma fazia parte da sus­peição de maioria.

Daí a fazer parte das indagações e preocupações deste fantástico articulista que se orgulha em demasia dos seus mais de quatro leitores é no mínimo surreal, é querer deixar de ser ex­pectador para ser o personagem principal desta tragédia.

“Nananinanão”, cada coisa em seu lugar, coadjuvante é coadjuvante, não me venham querer brilhar mais que o ator principal, vocês ficam com a sobra do assalto, é tudo meliante comum, des­qualificado, não merecem brilhar nos me­us artigos.

Vão crescer na arte de sur­rupiar, buscar reconhecimento público, colecionar representações e processos, participar de passeatas, aí, depois de complexa avaliação da equipe de recursos desumanos, analisado seu grau de vilania e envolvimento tácito nos esquemas perversos de desvios de primeira grandeza, e aprovado pelo notável escriba, percorrerá a sugestão do seu nome os olhos dos meus quatro ou cinco respeitabilíssimos leitores.

Antes, não, e não me difamem desta forma horrorosa, tenho uma imagem pública a cuidar, zelar.

Não me tratem como se eu fosse irresponsável, como se eu tivesse tempo a perder com tripas e micróbios im­berbes que iniciaram praticamente agora no mundo da desonestidade; gosto de profissionais que já militavam e aprendiam com profissionais da área, fizeram mestrado e doutorado, pré­zi­nho e ginasi­a­no do roubo, aqui não, pa­lhação.

Quer aparecer, pendura u­ma melancia na cabeça, uma jaca, galo, porco; não tem? já que sabe roubar, roube uma, um, se vire dê seus pulos.

O que não pode, o que não é permissível, é esta coisa de ficar se identificando no meu texto como se fosse o que ensina o chefe, isto não pode.

E cabe a estes milhares de quatro ou cinco leitores me defender quando ouvirem alguém falar que eu falei de alguém que não merece nota.

Não tem de brigar é só esclarecer, não foi, fala assim, não foi, de forma enfática, a não deixar dúvidas.

Se insistir amplie o não foi, para, não foi dele, e, se achar necessário, para dar credibilidade a­crescente o não no final da frase, não foi dele (pa­usa) nãoo.

Se o cabra insistir ai derruba o arreio sem vacilo, toca argumentação infalível na conversa.

Ele não escreve sobre gente insignificante, ladrão de varal, bandido de coleira, escravo de ladrão, nem ele escreve sobre esta gentalha nem eu leria sobre.

Matou no peito, desceu na terra, meu muito obrigado pela defesa indefensável, e vamos, depois deste recado, e semana que vem voltaremos a nossa rotina falando de coisas importantes as quais não se somem estes piolhos infelizes que se acham importantes ao ponto de, na condição de amadores das falcatruas, se acharem inseridos nos meus artigos.

Deste jeito não ganho o Nobel nunca.

 

Willian A. Zanolli é ar­­tista plástico, jornalista, estudante de Direito, pode ser lido no www.willianza­nolli.blogspot.com e ouvido de segunda, quarta e quinta-feira, das 11h30 as 13h­00 no jornal Cidade em Des­taque na Rádio Cidade FM 98.7 Mhz. E, aos do­min­­gos, das 10h00 as 12h­00 no programa Sarau da Ci­dade.

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