24 de setembro | 2017

O Dia da Árvore – A importância das árvores em nossa vida

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Camila Valente Furquim Vicente

As árvores agradam a todos. O ato de plantar uma árvore tornou-se um gesto mundialmente reconhecido de respeito ao meio am­biente e às futuras gerações.

No Brasil, desde 1965, comemora-se em 21 de setembro o Dia da Árvore, em razão do início da Primavera no Hemisfério Sul. O Decreto 55.795, de 24 de fevereiro de 1965, institui a festa anual das árvores em todo território nacional, em substituição ao chamado “dia da árvore”. Em algumas regiões do Brasil, por razões culturais, como é o caso da Estância Turística de Olím­pia, ainda se comemora o “dia da árvore”.

O nome do nosso país, Brasil, foi inspirado no nome de uma árvore, o Pau-brasil, cuja madeira era empregada na tinturaria de tecidos na época colonial. E, em 7 de dezembro de 1978, através da Lei Federal 6.607, passou a ser consideradaa árvore símbolo nacional.

A história de qualquer terra, aldeia ou cidade se baseia em relatos envolvendo árvores.

No caso de Olímpia não é diferente. A imponente Palmeira-imperial secular existente na Praça da Matriz, os Jequitibás-brancos em constante conflito com o edifício da Escola Estadual Dona Anita Costa, o Jacarandá em frente à residência do senhor João Lamana, que, quando da florada, vira atração na cidade, ou mesmo os Ipês da antiga Estação Ferroviária, o projeto de paisagis­mo utilizando espécies da flora nativa no Recinto de Atividades Folclóricas Prof. José Sant’Anna e que, no último Festival do Folclore recebeuna Praça dos Estados, mudas de Jacarandá, Coração-de-negro, Ipê-amarelo, branco e rosa, representando os estados brasileiros.

Ainda, as frondosas Sibi­pirunas sombreando a Avenida Andrade Silva, permitem a passagem de veículos de grande porte e proporcionam uma agradável sombra no verão.

As árvores nos inspiram para dar nomes às ruas de bairroscomo é o caso do Conjunto Habitacional Jardim “Luiz Zucca” e do Residencial Thermas Park.

Atualmente, com o turismo, pousadas e recantos também são batizados com nomes de árvores.

Até mesmo árvores que já não existem mais como a Seringueira do antigo Campo de Aviação, os pés de frutas dos antigos quintais, hoje fazem parte de nossas lembranças.

A arborização urbana do município de Olímpia no tempo

No decorrer da história, constatamos que, como em qualquer outra cidade do Brasil, a Estância Turística de Olímpia também recebeu influências europeias no uso das espécies para comporem a arborização urbana.

Na década de 40, as espé­ciesmais utilizadas eram os ciprestes, que sombreavam os passeios públicos da Rua Síria, desde a Santa Casa até o Cemitério, como relatam, saudosamente, os antigos moradores da cidade.

Na Estância Turística de Olímpia a importância direcionada às árvores iniciou-se oficialmente, no ano de 1959, anoem que foi promulgada a Lei nº 412, de 17 de abril de 1959, que “Considera monumentos públicos, as árvores de ruas e logrado­uros públicos da sede”. Neste documento o prefeito municipal Álvaro Britto decretou que os exemplares arbóreos, sob proteção do Governo Municipal, só poderiam ser erradicados mediante licença do Poder Legisla­tivo Municipal.

Já a atenção em relação às podas drásticas das árvores foi uma preocupação do prefeito Paschoal Lamana que, em 1964 promulgou a Lei nº 685, de 17 de março de 1964, que “Dispõe sobre a regulamentação de podagem das árvores ornamentais das ruas e logradouros públicos do município”. Esta lei passou a exigir autorização prévia da Prefeitura para verificar se a justificativa da poda era mesmo necessária devido à raízes expostas ou galhos prejudicando os serviços elétricos, telefônicos ou residenciais, estipulando multas aos infratores.

Há um modismo na utilização das espécies arbóreas e em Olímpia não é diferente. Atualmente, a espécie mais utilizada é o Oiti, compondo mais da metade da arborização urbana na cidade, sendo que o recomendável é uma porcentagem máxima de 15%. Antigamente, além dos ciprestes, as árvores “da moda” eram as Falsas-murtas e a famosa “Ficus-lacerdinha”, conhecida pelo ataque de um inseto preto medindo 2 milímetros que infestava as árvores de Ficus e, quando caía nos olhos das pessoas, ardia para danar. Na época, Carlos Lacerda era governador do antigo Estado da Guanabara (Rio de Janeiro) e, o carioca, muito espirituoso, não deixou por menos, batizou o inseto de “lacerdinha”, uma crítica ao lacerdismo, pensamento ou ação do líder e ativista ideológico da direita, Carlos Lacerda (1914 – 1977).

Sendo um problema que o cidadão olimpiense também enfrentava na época, o prefeito Paschoal Lamana decretou a erradicação das árvores desta espécie, tendo em vista a reforma e remodelação dos jardins públicos da Praça Ruy Barbosa, através da Lei nº 692, de 7 de julho de 1964.

Na década de 60, a Rua Conselheiro Antônio Prado era um “túnel de Flamboyants” plantados pelo Prefeito da época, Dr. Paulo Furquim. Nesta época, contam os mais antigos, que se andava pela cidade somente por caminhos sombreados. A Praça Nossa Senhora Apare­cida era um bosque e, no final da tarde, vinha a revoada de andorinhas.

Em 1967, o inter­ventor Dr. Alfonso Lopes Ferraz aprovou o Plano de Arbori­zação do município, através da Lei 886, de 12 de setembro de 1967, nos termos do Relatório nº 1/67, do Grupo de Trabalho constituído pelo Decreto 382, de 18 de agosto de 1967. Os integrantes do Grupo de Trabalho eram os Vereadores Luiz Salata Netto, Prof. José Sant’Anna e Amé­rico Battaus.

A partir de 1969, nas gestões dos prefeitos Dr. Wil­quem Manoel Neves, Dr. Alfonso Lopes Ferraz, Álvaro Cassiano Ayusso, Wilson Zangi­rolami, até a gestão deJosé Carlos More­ira e de José Fernando Rizzatti, foram aprovados dispositivos legais para proteção e diretrizes na questão da arborização urbana no município de Olímpia, sendo destaque a Lei 2507, de 28 de março de 1996, que durante muitos anos disciplinou os serviços de arborização no município.

Entre os anos de 2001 e 2009, durante a gestão do prefeito Dr. Luiz Fernando Carneiro, o executivo foi autorizado a criar o Programa Municipal de Recuperação da Arborização Urbana com o apoio da comunidade, além de diretrizes para o parcelamen­to, uso e ocupação do solo e instituição do “Projeto Uma Criança Uma Árvore”.

A partir de 2009 até 2016, durante a gestão do prefeito Eugênio José Zuliani, o município de Olímpia iniciou sua participação no Programa Município Verde Azul do Governo do Estado de São Paulo e passou a desenvolver leis específicas visando promover a ar­borização urbana do município, inclusive promulgando a Lei 3355, de 26 de junho de 2009, que institui o calendário de datas comemorativas associadas a temas ambientais, estabelecendo que o dia 21 de Setembro éo Dia da Árvore. Além disso, ocorreu a aprovação do Plano Diretor do Município de Olím­pia, descentralizou os serviços ambientais para Daemo Ambi­ental e, a partir de então, foi possível realizar o inventário arbóreo da cidade, melhorar a estrutura de produção de mudas do viveiro municipal, instituir o cronograma de recolhimento de galhos provenientes de poda de árvores, regulamentar o procedimento para poda, supressão e transplante de exemplares arbóreos e deliberar sobre a aprovação do projeto de arborização urbana nos novos parcelamentos do solo.

Neste ano de 2017, iniciada a gestão do prefeito Fe­rnan­do Augusto Cunha, em consonância ao Programa Município Verde Azul do Governo do Estado de São Paulo, realizamos a manutenção de mais de 5.000 mudas plantadas no ano anterior, o plantio e manutenção de árvores em diversos locais e o lançamento do “Espaço Árvore”nos passeios públicos da Daemo Ambiental e da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Urbano.

Com este histórico legislativo municipal, nota-se que o município sempre esteve atento a essa questão, normatizando, regulamentando e criando mecanismos para a preservação da arborização urbana no município de Olímpia.

Texto reescrito por Ca­mila Valente Furquim Vicente, Engenheira Agrô­noma da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Olímpia – Daemo Ambiental. Adaptado do Plano Diretor de Arborização Urbana da Estância Turística de Olímpia.

 

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