Do Conselho Editorial

 Como todos sabem, este é o ultimo mandato do prefeito Eugênio José Zuliani, levando-se em consideração o evento da reeleição.

Depois disto, caso não se candidate a deputado estadual, como era sua pretensão demonstrada ao longo do tempo, terá que amargar quatro anos de anonimato.

As conversas de bastidores ouvidas de próximos do seu governo dão conta de que a imagem arranhada pelo escândalo da Máfia do asfalto inviabilizaria a tentativa de vôos mais altos.

O que leva a ideia de que possivelmente venha a cumprir os quatro anos de mandato que se propôs e comprometeu-se junto a população a cumpri-lo na íntegra.

Continuando a lucubração, necessário lembrar que se por acaso venha a se confirmar a participação de seu governo no escândalo que pode vir a ter a primeira CPI do governo tucano paulista em mais de vinte anos, tamanha a gravidade das denúncias, há quem viaja na hipótese de que venha a se candidatar por conta da manutenção do foro privilegiado.

Seguindo no raciocínio, no entanto, a prática de governos reeleitos que contam com a amnésia coletiva, com o esquecimento da população, no período de quatro anos que estarão no estaleiro, abandonam a cidade que governam.

E é exatamente isto que está ocorrendo com a administração atual de Eugênio José que, ao contrário da eleição primeira, parece que perdeu pique e desde o início deixou a cidade no quase total abandono.

Se antes as coisas andavam na marcha lenta agora dão mostras de ter paralisado por completo as atividades.

O canteiro de obras do passado hoje é inexistente, a imagem do prefeito empreendedor que se pretendia criar em torno do super homem vai vazando água e seus vôos gigantescos vão se tornando cada vez mais rasantes.

As obras faraônicas anunciadas estão paralisadas e sua gestão passada, que contava contra si um número razoável de empreiteiras que não concluíam trabalhos por se transformarem em massas falidas, nesta são investigadas pelo país afora.

Sem contar que algumas obras relacionadas no seu pacote de grandes feitos têm sido em outras cidades e aqui também investigadas.

A Demop, ou o Grupo Stamatti, com quem a Prefeitura contratava, se seguir o caminho que seguiram outros grupos investigados, que por conta da situação que vai se criando ao longo das investigações vão se obrigando por questões econômicas tendo de paralisar suas atividades.  

Sim, aquilo que o leitor pensou, a fonte seca e não há como cumprir compromissos financeiros sem demonstrar a origem do dinheiro, sem contar que parlamentares agora vão fugir do esquema como o diabo foge da cruz.

O que inviabiliza verbas parlamentares até para prefeitos cujos nomes foram citados na investigação e que no bojo das investigações provarão suas inocências.

Toda esta situação tende a se alongar e possivelmente estourará perto do período eleitoral, se considerarmos principalmente como as coisas se dão no plano jurídico e eleitoral neste país.

No caso em questão, levando-se em consideração que a operação foi antecipada por retaliação em relação a tentativa de retirada de poderes do Ministério Público, tende a trazer mudanças significativas no resultado eleitoral.

E tudo isto parece estar refletindo no ânimo do nosso mandatário, se for observado o abandono em que se encontra a cidade de Olímpia, sinaliza e indica que desistiu de alçar vôos na direção da Assembléia Legislativa.

Sua administração de segundo e último mandato permitido pela reeleição, antes de se jogar no anonimato, em tudo indica o lugar comum dos reeleitos pelo país afora que nem guias pintam sabendo que irão se despedir.

A quantidade de lixos pelas ruas esburacadas, o mato crescente, ou aumento da água em patamares insuportáveis se considerarmos que o governo federal está baixando a conta de luz, reduzindo impostos.

O aumento da TIP, taxa de iluminação pública e outras medidas impopulares demonstram que ou o caixa está baixo demais e precisa de fôlego financeiro, ou o prefeito jogou a toalha em suas pretensões por conta do desgaste que sofreu sua imagem nas denúncias da Máfia do asfalto.

Porém, necessário lembrar que por pior que tenham sido as denúncias a população não pode de forma alguma ser prejudicada.

Se for este o caso, se a possível mudança de planos na pretensão de se buscar outras posições no mundo político foram interrompidas por um acidente de percurso, não é justo que a cidade seja abandonada e seu povo penalizado com a imposição de altas taxas e impostos.

Se comprovado o que está sendo investigado e isto tenha sido provocado pela inabilidade, ganância e sensação que quem pode o menos pode o mais no país onde se pensa que a punição só alcança os que estão desprovidos do poder, e neste aspecto a única contribuição que o povo pode ter dado, foi ter votado errado na pessoa que não deu certo.