06 de julho | 2014

Olímpia, Estância Turística

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Do Conselho Editorial

Pra variar, mais uma vez, através do famoso jeitinho brasileiro, Olímpia transformou-se em estância turística em projeto aprovado na Assembleia Legislativa.

Já era de fato, visto estar entre as cidades que abrigam as maiores atrações turísticas da América latina, um parque com águas termais que recepciona turísticas de todas as partes desta imensa nação e de muitos países.

No entanto, faltava mais este “plus” para colocar a cidade no ranking das melhores do Estado de São Paulo.

Embora questionável a forma como se obteve o título, considerando-se que algumas exigências não foram preenchidas enquanto exigência para ser guindada a condição de estância turística, a intervenção do governador do Estado facilitou.

Para quem é avesso aos provisórios permanentes, a falta de organização, projetos, política das nações que constroem através do faz de conta, a situação gera desconforto, por provar que se pode tudo, desde que amigo do rei.

Já, para os que louvam a ideia do progresso a qualquer custo, independente do saldo moral negativo, esta notícia soa como uma vitória, uma conquista dos que são favoráveis a visão de que os fins justificam os meios.

O utilitarismo está expresso nas falações dos políticos que louvam a esta nova condição de estância turística, quando lembra que para cá serão alocadas verbas do governo estadual que serão utilizadas nas estruturas que visam dar ao turista maior conforto e a cidade maior beleza estética e organização no setor.

Sistema capitalista, visão de que o dinheiro e não a competência, o profissionalismo, a seriedade, a programação, conseguem fazer melhor o que em outros lugares é feito com economia de recursos e utilização do pensamento, da inteligência, da capacidade.

A cidade, a partir do ano que vem, terá alguns milhões a mais no seu orçamento que poderá resultar em asfalto, reformas, anúncios de melhorias neste ou naquele setor e continuidade do cumprimento da agenda que deveria ter sido cumprida para ter direito a ser considerada estância turística.

Entre outras coisas está o tratamento de esgoto e a distribuição de água potável, já que o sistema de abastecimento local na alta temporada passa por uma crise sem precedentes, dando sinais evidentes de esgotamento, necessitando com urgência que seja agilizada as obras da ETA que foram interrompidas.

A estação de tratamento de esgoto, de acordo com os jornais rosas patrocinados pelo poder público, está em adiantado estado de construção, caminhando para mais de cinquenta por cento da obra construída, no entanto, na ETA a coisa está emperrada.

A Estação de Tratamento de Água está sendo alvo de investigação no conhecido caso da Máfia do Asfalto sob a suspeita de direcionamento na licitação, e alvo de um inquérito que visa apurar a tentativa de pagamento da porcentagem da obra construída a empresa que não havia ganho o processo licitatório, sob suspeição de beneficio a Scamatti.

E ai pode estar uma das complicações deste cenário, visto que a Caixa Econômica, pelo que se pode entender do imbróglio, não pode pagar o constatado pela medição da obra efetuada, impedida pela justiça e pela situação jurídica vivenciada pela Scamatti.

Segundo pode se depreender, o prefeito Eugênio que autorizou o pagamento a uma segunda empresa e por isto está sendo investigado, também não pode licitar o restante da obra, isto é especulação, antes que pague a parte construída, que não se sabe a quem e quando poderá ser paga.

Isto poderá percorrer anos nos corredores da nossa burocrática justiça, e o que seria um entrave para a conquista do título de estância turística continuará sendo.

Outros de menor porte, e que implicam em maquiagens, coisas no qual este governo se mostra expert, não se computa.

A rede hoteleira tem capacidade para suportar a demanda, o número de visitantes, turistas, a estrutura do Clube demonstram que a cidade está estruturada para ser instância turística, os senões sempre ficam por conta do poder Executivo que sempre faz de forma meia boca a sua lição de casa, e isto é tão real, que a cidade é estância turística muito mais pela proximidade com o governador e pelo jeitinho brasileiro que pelo merecimento.

 

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