22 de abril | 2018

Uma verdade pra chamar de sua

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SEM QUERER …

… fazer o tal do “jabaculê”, propaganda sublinear de alguma coisa, mas já fazendo, muitos, ou poucos, sabem que este colunista comanda há quase um ano, um programa jornalístico de uma hora, de segunda a sexta-feira, pela Cidade FM, em 98,7 MHz e também em sua página pessoal pelo Facebook na internet.

O OBJETIVO …

… deste introito, no entanto, claro, o principal, não é apenas divulgar o programa, mas responder a uma pergunta feita por um internauta no tal do “inbox” do “Face”.

O NOBRE …

… e paciente ouvidor das viagens na maionese deste jornalista, que achou que poderia virar advogado e cursou direito; que poderia virar professor e cursou filosofia, sociologia e pedagogia; inquiriu sobre qual a razão de gastar mais de 20 minutos para explicar o que estava acontecendo no caso da caça do Javali, uma das polêmicas instauradas pelo programa nas últimas semanas.

O INTERNAUTA, …

… inclusive, argumentou que na chamada do programa onde foi colocado que os caçadores estavam com a razão de defender a caça, pois existiria uma ADIN – Ação Direta de Inconsti­tucionalidade, no STF – Supremo Tribunal Federal, que entendia que esta seria possível e, ao depois, no decorrer do programa, este escriba que ousa refletir sobre as coisas, acabou, após um grande espaço de tempo perdido com dúvidas, interrogações, divagações, afirmações, pesquisa pela internet e até participação direta do grande advogado Elias José do Carmo no debate, olimpiense atualmente radicado na grande São Paulo, acabou chegando à conclusão de que a caça continua proibida no Estado, sem exceções.

TRADUZINDO: …

… quando inicia uma reflexão ao vivo ou escrevendo na frente do computador, não tem uma tese pronta. Não tem algo para defender. Está aberto ao surgimento de várias teses e antíteses, de circunstâncias, de dados históricos, de várias outras agravantes e atenuantes e, no caso em tela, o que seria propício também para e quais seriam os direitos dos próprios animais.

OU SEJA, …

… quando este âncora da rádio cidade, junto com sua tromba, inicia a discussão de um tema, não tem uma resposta pronta. Esta vai chegar com a própria reflexão, conjuntamente em conjunto com todos que estão participando, direta ou indiretamente e que, certamente poderão chegar a respostas totalmente diferentes a daquele que está comandando a reflexão.

ELEMENTAR …

… meu caro ouvinte e nobres leitores sabáticos, como cético que sempre foi e defensor da ideia socrá­tica de que quanto mais sabe, mais tem a certeza que nada sabe, atualmente o misto de jornalista, advogado e aprendiz de filósofo, vive a grande dissonância de entender que não existe verdade absoluta e a única defensável de pronto é que nasceu, vai morrer, ou seja, a própria morte.

TODA TEORIA …

… pode sofrer mutação. Toda verdade, enquanto percebida por um, pode ser totalmente diferente para outro. Quase sempre são vários os fatores e circunstâncias que incidem sobre qualquer tema.

SE COLOCARMOS …

… dez pessoas à frente de um fato, como uma briga entre um casal na rua, por exemplo, e pedirmos para que cada um escreva pelo menos cinco linhas sobre o tema, com certeza, não teremos um texto igual ao outro. Alguns poderão ver de forma semelhante, outros de forma totalmente diferente, mas a igualdade é impossível de se atingir, pois ela não existe no mundo dos homens (e esta é uma boa teoria).

AÍ PERGUNTARIA …

… você neste instante da leitura, o por quê de tudo isso. Claro, a razão compreendida ou enxergada por este escriba é a de que nada é igual, somos todos diferentes e também recebemos educação diferente; ou seja, somos, num primeiro momento, forma­tados pela moral que rege primeiro a nossa família (com todos os seus preconceitos) e, ao depois, a da própria sociedade da região em que vivemos; somente para alguns, na sequência, chega o conhecimento e sua busca constante até o expirar de suas vidas.

E AÍ, PODERIAM …

… ser enumeradas outras dezenas de variantes. Mas o objetivo disso tudo é dizer o quanto é necessária e importante a reflexão, não para buscar a verdade absoluta, que não existe, mas para chegar o mais próximo possível da realidade, para se evitar injustiças ou estragos da mera “doxa”, ou opinião, tão presentes e mar­cantes nos dias de hoje em tempos de internet e suas redes sociais.

É DENTRO …

… deste contexto que, de segunda a sexta-feira no rádio e no “Face” e, às sextas-feiras (para sair pra você no sábado nesta Folha), que este colunista ousa divagar com vocês, refletir sobre temas diversos.

ALGUMAS …

… teses, quando experimentadas ou corroboradas por vários filósofos ou cientistas, se tornam boas teorias, o que alguns ousam chamar de verdades universais, mas que são apenas conceitos que muitos refletiram e experimentaram à exaustão e chegaram à conclusão que poderiam estar próximos da realidade. No entanto, nunca conseguirão ser imutáveis. Daí o fascínio do ser humano pela religião, pelas doutrinas que explicam tudo o que é inexplicável (tese do colunista).

UMA VERDADE …

… pronta, imutável, que não precisa ser refletida, rechecada, reexperimen­tada. Basta acreditar, crer e fingir que segue, que pratica, para amainar o sentimento de quão frágeis somos e de quão precária é a nossa formação. Somos todos frutos de nossa própria imaginação.

VIXE, …

… entramos em outra seara. Pois a verdade mais experimentada e refletida sobre o tema é a de que não existe nada em nossa mente que não tenha sido captado pelos sentidos e estes seriam extremamente falhos, enganosos, criando falsas imagens que precisam da classificação da linguagem para poder ser comparadas e enxergadas. Seríamos muito mais frágeis do que as câmeras fotográficas, os gravadores e os sensores que conseguem diferir os cheiros e os sabores. Apenas robôs de carne e osso, com milhões de fios e canais por onde circularia energia semelhante ao próprio computador que foi criado pelo próprio homem.

ESTE ESCRIBA …

… sabe que se você conseguiu chegar até aqui, neste momento, existe a grande probabilidade de estar xingando este colunista de louco, débil mental, ou mesmo exaltando a vida sexual de sua genitora, mas a “pi­ração” ainda pode se estender por muitas linhas. Mas, como diz a grande também aprendiz de filósofa, Nicole: “Só que não!”.

A LINHA …

… tênue, pela qual julgamos nossos semelhantes, sem reflexão, sem pesquisa, sem constatação, e defendemos como verdade absoluta é mais ou menos, ou muito pior do que isso. Ou seja, a todo instante, esta­mos crucificando quem quer que seja, apenas com base em nossas crenças ou no mero “achismo” baseado somente no que nos colocaram na cabeça, um monte de preconceitos que, sem querer, nos regem, dizem quem somos: meros escravos da falta de conhecimento e guiados por uma cultura pobre que faz com que continuemos a viver sem saber pra que e nem por quê, apenas para seguir dogmas, ou para subsistir e aguardar uma vida melhor depois da morte.

MAS O PIOR …

… é ver os falsos profetas se locupletando, bebendo da imbecilidade alheia, discursando como se fossem deuses, onipotentes, aclamados e reverenciados pelos puxa-sacos e seus familiares para dar a impressão que todos estão de seu lado (só que não! Têm que comprar a peso de ouro, votos e apoios e os próprios puxa-sacos, claro, com dinheiro público) e também aproveitando outros imbecis para propagar a sua “boa nova” que nunca virá e apenas encherá o bolso do que se diz ungido e propulsor da esperança que nunca se concretizará.

José Salamargo – cá com os seus botões, vai caminhando sem saber pra onde, mas com a certeza de que consegue viver momentos em que chega quase a ter certeza de que o que enxerga, em certas ocasiões realmente vê, e, de que, algumas vezes, nestas várias décadas de existência, conseguiu chegar um tanto quanto próximo da realidade, mas nunca nela mesma.

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