31 de julho | 2013

Altair é 2.ª pior no IDHM do Atlas Brasil de 2010 na região noroeste

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O município de Altair aparece classificada como a segunda pior cidade no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que consta do Atlas Brasil, pesquisa produzida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pndu), a partir do Censo 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que foi divulgado na segunda-feira, dia 29.

Com IDHM 0,687, Altair também tem índices ruins na educação: apenas 0,581. A mortalidade infantil (crianças com menos de um ano) foi de 18 por mil nascimentos, acima das médias estadual e nacional: 13,9 e 16,7 por mil nascidos vivos, respectivamente.

De acordo com o jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, procurado, o prefeito da cidade, Antonio Padron Neto, não foi localizado nos dois últimos dias. Segundo a secretária da prefeitura, ele estava viajando e só retornaria hoje.

Mas além de Altair, outras três cidades formam o lado B de uma região rica. Elas são as mais pobres do Noroeste paulista, com IDHM médio: Suzanápolis, Guzolândia e Fronteira, no Estado de Minas Gerais.

Na cidade mineira, com IDHM 0,684, a renda per capita (R$ 598) aumentou muito pouco em relação a 2000, e é metade da de Rio Preto. Na educação os números são ainda piores. Menos de um terço dos adolescentes entre 18 e 20 anos concluíram o ensino médio, e apenas 42,3% dos jovens de 18 anos ou mais têm o ensino fundamental completo. O que fez o IDHM educação ficar em 0,530, considerado baixo.

Segundo o jornal, o prefeito, Narciso Marcelino de Oliveira, atribui o índice ruim à crise econômica da cidade. “Nos últimos anos várias empresas fecharam, inclusive a usina de açúcar e álcool, o que aumentou o desemprego”, diz.

O mau desempenho na área da educação é o maior freio ao desenvolvimento social na região de Rio Preto. Se o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 112 das 116 cidades do Noroeste paulista é alto ou, como no caso de Ilha Solteira é muito alto, quando se analisa apenas o índice do quesito educação, 60 municípios descem para o nível mediano.

Rio Preto, por exemplo, só não ficou no grupo de excelência em desenvolvimento porque, se os IDHM renda e longevidade estão no grupo dos mais altos (acima de 0,800), na educação o índice baixa para 0,782.

O ponto fraco do município no quesito são os baixos percentuais de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo (74,3%), ou mesmo de 18 anos ou mais com o fundamental concluído (66,1%), além de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo (58%).

Já a renda média é considerada alta (R$ 1,16 mil), assim como a expectativa de vida (75,7). “Esses tópicos usados na avaliação do IDHM educação ainda são os gargalos da maioria dos municípios brasileiros”, diz Daniela Gomes Pinto, coordenadora do Atlas Brasil. “O desafio é manter esses adolescentes na escola” .

Apesar do atraso na educação, o item foi o que mais cresceu na comparação do IDHM de 2000 com o de 2010. Em todas as cidades da região houve aumento no período, com destaque para Santa Fé do Sul (24,5%), Catanduva (23,1%), Barretos (22,1%) e Votuporanga (19,2%).

“Embora a base de crescimento fosse menor do que os itens renda e longevidade, já que partimos praticamente do zero em 1991, é de se comemorar esse avanço educacional na região, que foi fantástico”, diz o economista da USP em Ribeirão Preto Alexandre Nicolella, especialista em políticas educacionais.

O desafio agora, segundo a análise de Nicolella, é investir na qualidade da educação, o que o IDHM avalia pouco. Mesmo assim, ele acredita que o próximo índice, daqui a dez anos, vá aproximar as cidades paulistas do desenvolvimento social pleno. “Quanto mais se cresce, mais difícil manter o crescimento”, afirma o economista.
 

OUTRO LADO
Também, segundo o jornal, procurada, a assessoria da Secretaria Estadual da Educação, responsável pela maior parte das escolas do segundo ciclo do ensino fundamental e ensino médio na região, não quis se pronunciar sobre os dados, com o argumento de que o Atlas Brasil não foi produzido pela pasta.

Há falta de vagas em creche, mas de acordo com o Estado, serão investidos no total R$ 570 milhões em 135 municípios. A escolha foi baseada em estudo realizado pela Fundação Seade, que cruzou informações de população com menos de 5 anos, demanda por creches e dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O resultado do estudo não foi divulgado.

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