23 de novembro | 2014

Alunos da Etec de Olímpia “exportam” aquecedor produzido com garrafas pet

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Da redação com Diário da Região

Canos de pvc, caixas de leite pintadas de preto e garrafas pet. Os alunos Alberto Jo­sé Gomes de Oliveira Júnior e João Victor Bertagia, ambos de 16 anos de idade, necessitam apenas desses materiais e, de uma ajudinha do sol, para aquecer a água. E a estrutura utilizada por eles rendeu a conquista de um concurso nacional da Organização Global Travel and Tourism Partner­ship (GTTP).

Como prêmio, vão representar o Brasil na França e competir com projetos de outros 11 países. Os estudantes estão na mesma sala do segundo ano do ensino médio e do segundo módulo do curso de Técnico em Hospedagem na Escola Técnica Estadual (Etec) de Olímpia.

Os dois foram orientados pelo professor Lutfi El Jamel Neto. “É um estudo de responsabilidade social por meio de economia de energia elétrica, uso correto de água e destino certo dos resíduos”, afirma o professor.

O projeto nasceu de um estudo de caso proposto pelo professor para evitar o impacto do crescimento do turismo. No projeto, a água que passa pela estrutura é aquecida graças aos raios solares que são absorvidos pelas caixas de leite e pelo cano pintados de preto. As garrafas pet ajudam a manter o calor da estrutura. Um chuveiro ligado à estrutura, por exemplo, dispensaria a energia elétrica.

AQUECEDOR SOLAR CASEIRO

A invenção do projeto com os mesmos materiais é atribuída ao catarinense José Alcino Alano. A estrutura ficou conhecida como aquecedor solar caseiro e foi difundida em algumas partes do Brasil, principalmente pela facilidade de encontrar os materiais necessários. O estudo foi escolhido entre concorrentes de todo o País. Inicialmente, seria o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos alunos. Com a a­bertura do concurso, eles decidiram adaptar o trabalho e inscrevê-lo. “Primeiro, nos classificamos entre os três primeiros ao lado de dois trabalhos da Capital paulista. Depois nos informaram que fomos o escolhido,” diz Neto.
Neste ano, a GTTP abordou o tema Turismo e Sustenta­bi­li­dade. O evento começa hoje e segue até quarta-feira. A organização é um programa educacional que dá oportunidades de carreira a alunos da área de turismo e permite intercâmbio cultural entre várias nacionalidades.

Na França, com tudo pago pela organização, alunos e professor já estão com a agenda lotada durante a semana em que vão permanecer no país. A apresentação do trabalho será na cidade de Nice. Estão previstos também palestras, passeios turísticos, inclusive no principado de Mônaco, e visitas técnicas que vão desde universidades a restaurantes.

”Estamos com tudo pronto e a expectativa está aumentando”, diz João Victor, que sonha em cursar engenharia aeronáutica. Alberto quer fazer engenharia civil: “É um sonho de criança”.

O desejo atual é conquistar o primeiro lugar no concurso mundial. Mas, independentemente do resultado, já vão trazer na bagagem um certificado. “Isso vai ser importante para o futuro deles.”

APROVEITAMENTO

Olímpia é uma cidade turística que tem como principal atrativo os parques aquáticos. São muitos os hotéis e pousadas. Todos eles podem ser beneficiados pelo projeto. “A intenção é essa. Pensamos em como ajudar a cidade e as empresas, por isso escolhemos um aquecedor de água que não necessita energia elétrica,” disse Alberto. Segundo ele, quanto maior a estrutura, maior a capacidade de aquecer a água. “Para uma casa comum, por exemplo, uma estrutura com doze colunas é suficiente.”

AQUECEDOR

Material:  cano de pvc pin­tado de preto fosco, tês e cotovelos de pvc pintados de preto fosco, caixa de leite pintada de preto fosco (o lado pintado é do rótulo), garrafas pets transparentes iguais (ou seja, do mesmo tipo de refrigerante).

Estrutura: os canos de pvc são ligados formando colunas; em volta deles, durante toda a extensão, são colocadas as caixas de leite e, por cima delas, as garrafas plásticas.

Funcionamento: a es­tru­tura deve ficar sob o sol; um dos lados é ligado à rede de água e a outra em um chuveiro ou torneira; o calor do sol é absorvido pelas caixas de leite e os canos pintados. As garrafas não deixam que o calor escape; assim que a água passa pela estrutura, é a­que­cida.

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