25 de junho | 2017

Beneficência Portuguesa foi o primeiro hospital de Olímpia

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De acordo com as datas pes­quisadas por esta Folha, a Beneficência Portuguesa de Olímpia foi o primeiro hospital da cidade. A informação foi encontrada, durante uma busca realizada com a finalidade de publicar matéria alusiva ao Dia do Padroeiro de Olímpia, São João Batista, que é comemorado neste sábado, dia 24.

Pelo menos é isso que consta no 1.º volume do relato da história da cidade entre os anos de 1857 e 1941, com o nome Olímpia, Cidade Menina Moça. Lançado em 2001, pelo professor e historiador, José Maria de Jesus Marangoni, falecido recentemente.

Consta que, inicialmente cons­truído para abrigar a Prefeitura e Câmara Municipal da cidade, pelo então prefeito Ge­remia Lunardelli, em novembro de 1928, e depois de sofrer gran­­­des transformações, o prédio já abrigava um departamento de atendimento médico chamado Casa de Saúde Santa Cecília.

Antes disso, não há informações disponíveis sobre como a questão da saúde pública, principalmente, era tratada. No entanto, a pesquisa aponta para a confirmação que, em outros tem­pos, a cidade chegou a contar com três unidades hospitalares.

Além do início das atividades clínicas na edificação da Beneficência Portuguesa em 1928, em novembro de 1930 surgiu a Casa de Saúde Lopes Ferraz (que antecedeu o Socorros Mútuos) e em abril de 1937 foi inaugurada a Santa Casa de Olímpia.

Prefeitura vendeu o prédio para Beneficência em 1927

Em 1927, a Prefeitura Municipal de Olímpia, vendeu o prédio para a Associação Beneficência Portuguesa de Olím­pia, o prédio onde funcionou o primeiro hospital da cidade, que atualmente é objeto de algumas pendências judiciais. Na ocasião Antônio Clemêncio da Silva era o prefeito da cidade. A venda foi para pagar dívidas do município.

O prédio foi vendido pela prefeitura pelo valor de 70 setenta contos de reis. Em novembro de 1928 o prédio que já sofreu grandes transformações, já tinha um departamento de atendimento médico chamado Casa de Saúde Santa Cecília, contando com os médicos Cococi, Andrade, Fortuna, Ferreira e Avelino Correia.

Mas em 1929 passou a contar com os médicos Mário Brasil e José Lopes Ferraz. Deste ano até o fim de suas atividades teve o médico Custódio Ribeiro de Carvalho como seu diretor clínico.

Depois de desativado, o prédio ficou muito tempo abandonado e durante a administração de José Carlos Moreira quase chegou a abrigar um Hospital Ma­terno, que seria mantido pe­la prefeitura de Olímpia, mas que não atendia as normas e a­cabou não sendo credencia­do pelas autoridades da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O prédio foi construído por Geremia Lunardelli, prefeito municipal, inaugurado em 21 de novembro de 1921, para ser a Prefeitura e a Câmara Municipal de Olímpia. Com seus próprios recursos, ele construiu e doou ao município.

Posteriormente foi vendido pelo ex-prefeito Antônio Cle­mênio da Silva à Colônia Portuguesa de Olímpia para pagamento de dívidas Municipais e se tornou um hospital. Gere­mia Lunardelli foi prefeito de Olímpia no período de 12 de março de 1920 a 15 de outubro de 1922.

Casa de Saúde Lopes Ferraz de 1930
se transformou no Socorros Mútuos

Havia poucos anos que surgia o hospital da Associação Beneficência Portuguesa e, no dia 30 de novembro de 1930, era inaugurada a Casa de Saúde Lopes Ferraz que teve como fundador o médico José Lopes Ferraz. Era um prédio residencial adaptado para atendimento médico na Rua Dr. Antônio Olímpio, mesmo local onde funcionou o Hospital de Socorros Mútuos.

O hospital pertencia à colônia espanhola e recebeu o nome de Sociedade de Socorros Mútuos e Recreativo de Olímpia em novembro de 1942, porque, quando da eclosão da 2.ª guerra mundial, o presidente da República Getúlio Vargas baixou um decreto proibindo o funcionamento de todas as sociedades estrangeiras, inclusive o poder de cargos em quaisquer sociedades não brasileiras, que foi comandado pela família Ferraz até 1958, um hospital bem equipado.

Mas a partir da década de 60, a Sociedade de Socorros Mútuos de Olímpia esteve praticamente sempre nas mãos da antiga sociedade espanhola.

Sob o comando de Eloy Ro­drigues Blanco, o hospital foi o que mais se dedicou à finalidade nitidamente filantrópica e aberto a todos os médicos da cidade.

Posteriormente, o médico cardiologista Euder Quintino de Oliveira assumiu a direção e, com instalações ampliadas e modernizadas, além de bem aparelhado, funcionou até o final da década de 90.

Santa Casa foi o 3.º hospital que foi implantado na cidade

Inaugurada em 4 de abril de 1937, a Santa Casa de Olímpia foi o terceiro hospital a ser implantado na cidade e teve seu projeto desenvolvido. A instituição foi fundada a partir de uma reunião realizada no dia 24 de julho de 1927, no salão nobre do fórum local, numa grande reunião convocada pelo então juiz de direito da Comarca de Olímpia, Pedro Rodovalho Marcondes Chaves, quando foi aprovado o estatuto da entidade e a eleição da primeira diretoria.

Para a edificação da obra, cuja planta foi elaborada pelo engenheiro Octávio Mendonça de Vasconcelos, eram necessários C$ 700.000,00. A arrecadação inicial de dinheiro surpreendeu e tudo indicava que em pouco tempo tudo seria angariado junto a sociedade olimpiense.

No entanto, em razão da falta de recursos, o andamento da obra foi caminhando de maneira vagarosa e gradativa. Porém, foram importantes as doações generosas de Natal Breda, Gabriel Said Aidar e Geremia Lunardelli. O terreno onde o hospital foi erguido foi adquirido de José Ferreira, e o lançamento da pedra fundamental foi no dia 12 de julho do mesmo ano.

Quando inaugurada, a Santa Casa possuía 5 enfermarias para indigentes, sendo 2 para homens, 2 para mulheres e 1 para crianças, tendo ao todo 60 leitos. Os quartos particulares eram em número de 9, assim distribuídos: 2 de primeira classe, 5 de segunda e 2 de terceira, num total de 17 leitos.

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