07 de fevereiro | 2016

Carnaval começou com marchinhas e música sertaneja

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O carnaval de Olímpia começou na noite deste sábado, dia 6, com a apresentação das famosas, mas quase esquecidas marchinhas de carnaval, mas também com músicas sertanejas. A partir das 20h30, o palco montado nas Praças da Matriz de São João Batista e Rui Barbosa, receber o Wadão e Cia, com as tradicionais mar­chinhas de carnaval, esquentando o público para o show de Wesley Mattos, a partir das 22 horas.

No domingo, dia 7, será a vez do cantor Jean Donini, que também representa a música sertaneja, se apresentar logo após o encerramento do desfile das escolas de samba. Na segunda, dia 8, a partir das 22 horas, Wadão e Cia volta a se apresentar abrindo a apresentação da dupla olimpiense Guilherme e Juliano que encerrará a noite. O Olímpia Folia 2016 termina na terça-feira, dia 9, com a apresentação do grupo olim­piense Kibacana.

Além dos shows, será realizada nos dias 7 e 9, a tradicional matinê, das 16 às 18 horas, com a eleição das melhores fantasias infantis, muita brincadeira, diversão e música. Nos mesmos di­as, as ruas no entorno das praças serão o palco dos des­files das escolas de samba, a partir das 20h30.

A ordem de desfile foi sorteada e será a mesma nos dois dias, sendo Unidos da Cohab, que traz como samba enredo “O Turismo”; seguida da escola Samba Sem, que falará sobre o preconceito e a religião com tema “A macumba da nega é boa”; Vem Comigo e encerrando com a novata Acadêmicos do Samba.

As praças receberão toda infraestrutura de apoio como arquibancadas, área de alimentação, banheiros e segurança. No entanto, será proibida a entrada com garrafas e copos de vidro, além de objetos cortantes.

“Esperamos que todos os foliões aproveitem a festa que Olímpia oferece, reconhecendo o talento dos artistas olimpienses e usufruindo de toda estrutura para curtir o carnaval 2016 com respeito e segurança”, disse o Secretário de Cultura, Esportes e Lazer, Gustavo Zanette.

DECORAÇÃO

As praças receberam uma decoração especial para o Olímpia Folia 2016. Os personagens são inspirados no tema “Carnaval dos Carnavais”, com a exposição das fantasias mais usadas como passistas, palhaços, pirata, índio, entre outros.

De acordo com Thiago Lousada, presidente da Comissão Organizadora do Olímpia Folia 2016, a decoração remete as tradições do carnaval. “Temos confetes e serpentinas, totens carnavalescos que representam a mistura de cores e as esculturas, que são as fantasias mais usadas. A matinê também terá uma decoração especial para as crianças”, disse o presidente.

Unidos da Cohab vai abrir os desfiles com o tema turismo

De acordo com o diretor de comunicação da Escola de Samba Unidos da Coha­b, Ismael Brasil, a agremia­ção vai abrir os dois desfiles, no domingo, dia 7, e terça-feira, dia 8, mostrando o te­ma turismo, que foi elaborado a partir do desenvolvimento do segmento em O­límpia. A expectativa dele é apresentar em torno de 50 componentes, pelo menos na bateria. Mas a escolas deverá contar com dezenas de foliões na ala de frente.

Ouvido pela reportagem, o diretor de comunicação da escola, cuja comunidade habita a zona sudeste da cidade, principalmente, contou que os ensaios ocorreram dentro da programação elaborada pela diretoria.

Sobre o tema escolhido para este ano, ele diz que “o turismo da nossa cidade, co­i­sa que vem acontecendo de maneira bastante pujante. Então a escola, a diretoria para elaborar o samba enredo, se baseou exatamente no tema sobre o turismo da nossa cidade, e vamos tentar fazer um carnaval alegrem, com paz principalmente”.

“Para o esse ensaio que estamos fazendo hoje no Tuti Risort, temos mais ou menos de 40 a 50 integrantes. Além de ser ensaio, há a intenção de trazer os momentos alegres para os turistas que aqui se encontram”, finalizou.

Samba Sem vai mostrar tema “A macumba da nega é boa”

Embora não direcionado especificamente para o preconceito religioso, neste ano a Associação Cultural Samba Sem Compromisso vai falar de questões ligadas ao preconceito. “Ele não é um tema voltado para o pre­conceito religioso, mas ele foca mais essa questão”, explicou o professor Luiz Fernando Monzani, um dos integrantes da agremiação que está há mais tempo sem interromper as apresentações nos desfiles de carnaval.

“A gente tinha que escolher um foco para apresentar na rua por conta das nossas dificuldades de realizar o carnaval em termos de opções, de participação de gente, então a gente escolheu uma das questões que no Brasil ainda a gente vê que tem essa questão que é o preconceito em relação às religiões”, explica.

“Fala de intolerância, falar do preconceito de uma maneira geral, e quer pedir que as pessoas essa questão de respeitar a diversidade cultural que esse país tem, a diversidade em todos os aspectos como sexuais, religiosos, de raças”, reforçou.

Embora explique que a agremiação está querendo alertar para a questão do preconceito, ao mesmo tempo avisa que o carnaval é uma festa: “e a gente não pode levar muito a sério, a gente leva a sério o que a gente faz, mas é uma brincadeira! É uma mensagem, mas na verdade a gente quer brincar com isso, não é para as pessoas encararem de uma maneira, ou entenderem de uma maneira contrária do que a gente quer. A gente não está exaltando nada, a gente só está querendo levantar uma questão, brincar com ela, só por um alerta”.

Os ensaios foram considerados bons: “Esse ano tem surpreendido, é um ano que nós temos tido problemas com dias de chuva, o comparecimento tem si­do excelente no número de pessoas e o aproveitamento também. Muita gente no­va entrou, mas como a gente tem uma base que sabe tocar, então tem sido fácil passar o tipo de som que a gente toca e, imple­men­tar aquilo que a gente vai fazer na praça”, finalizou.

Chuva atrapalhou ensaios da Escola de Samba Vem Comigo
 

Ainda sem um tema decidido para a apresentação, a Escola de Samba Vem Comigo, da zona norte de Olímpia, acabou sofrendo com as fortes chuvas do início de janeiro, que acabaram atrapalhando um pouco o ritmo dos ensaios. No entanto, o mestre de bateria da agremiação, Sandro Roberto Crisóstomo, está prometendo boas surpresas na apresentação da agremiação.

Sobre os ensaios, de acordo com ele, “por enquanto está correndo tudo certo. Só houve um imprevisto por conta da chuvarada que deu esses dias, atrasou um pouco os ensaios, mas do resto está tudo normal. Tudo tranquilo”.

Entretanto, quando estava sendo entrevistado pela reportagem na semana passada, a Vem Comigo ainda não tinha definido o tema que apresentaria em seus desfiles. “Nós estamos estudando ainda, mas acredito que vá ser uma surpresa esse ano”, justificou.

Por outro lado, a expectativa é que a Vem Comigo se apresente com aproximadamente 150 componentes: “Nós não sa­bemos quantas pessoas vamos levar para a avenida, porque não sentamos com a presidente da escola a respeito disso. Mas acredito que vamos sair em torno de umas 150 pessoas”.  Também no dia em que era entrevistado, Sandro Roberto Crisóstomo ainda não tinha definido a quantidade de batuqueiros: “No momento, só de “batuqueiros”, de componentes de bateria nós estamos com cerca de 20 pessoas. Mas está chegando mais gente”.

Acadêmicos do Samba faz sua primeira apresentação
 

Além de enfrentar as dificuldades de montar uma escola de samba, a diretoria ainda encontrou dificuldades para guardar os poucos instrumentos que tem, além das reclamações de vizinhos por causa do barulho dos ensaios. Por isso, o presidente da Associação Acadêmicos do Samba, Alexandre da Silva Rodrigues, que é conhecido popularmente por Belelê, explica que teve de sair do Jardim Cizoto, e ir para o Jardim Santa Ifigênia.

“Nós começamos no Jardim Village Morada Verde e não temos um lugar específico para guardar os instrumentos. Fomos mudando de lugar em lugar. Nós estávamos no Banespol, no Jardim Cisoto, mas infelizmente não conseguimos agradar a todos, o pessoal reclamou do barulho e imigramos para o Jardim Santa Ifigênia. Aqui, com esse pessoal acolhedor”, contou.

“É claro que também tem o pessoal que não gosta desse barulho, mas a gente está procurando respeitar. Até mesmo essa entrevista está sendo feita às 22 horas cravadas, que é a hora que nós paramos os nossos ensaios, mas aqui está sendo tranquilo”, acrescentou.

Mesmo assim Belelê conta que os ensaios estavam a­gran­do: “O pessoal está vindo e es­tá sendo bacana. Não temos o tanto de pessoas que queríamos ter, mas temos os melhores pos­síveis aqui, e quanto ma­is, melhor”.

A agremiação estava ensaiando na Rua Ângelo de Quadros Bitencourt, perto da Creche. Nós estamos colaborando com alguns blocos do Santa Ifigênia, e como somos uma escola nova, estamos tirando dinheiro do bolso. Nós gastamos sem ter o dinheiro. Gastamos R$ 17 mil em instrumentos e algumas fantasias e, a verba passada foi de R$ 19 mil, mas temos várias pessoas que estão nos ajudando também”.

Belelê comentou o tema escolhido para a estreia da escola de samba: “estamos homenageando São Jorge, que é um tema, um dos que conseguimos encontrar mais fácil para gente fazer as nossas fantasias, inclusive estamos com uma ajuda de um pessoal de uma escola de samba de Barretos, eles tinham umas fantasias e colocaram a disposição para gente”.

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