09 de abril | 2007

Cerca de 92% mantêm tradição de consumir peixes

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Cerca de 92% das pessoas entrevistadas pela reportagem desta Folha, afirmaram manter as tradições familiares e, principalmente religiosas, de consumir carnes de peixes abdicando do que se pode considerar como a preferência nacional, as chamadas carnes vermelhas, ou sejam, as carnes bovinas. Apenas um dos 12 entrevistados declarou que não tem esta preocupação.

Embora nem todos mostrem a preferência pela sexta-feira santa que marca a passagem da Paixão e Morte de Jesus Cristo, pelo menos para grande parte é justamente neste dia em que colocam em prática a realização de pratos à base de pescados.

É como respondeu o inspetor de campo Marcio Gonçalves, 33, que aponta para o respeito à tradição religiosa: "sou católico e respeito a minha religião também. Respeito na sexta-feira santa e mais outros dias também. Vem de família sobre a sexta-feira santa não comer carne. Segunda, quarta e sexta a gente não come carne".

A telefonista Nilma Aparecida da Silva Olmos, 40, declarou que a preocupação fica apenas com sexta-feira: "durante a semana a gente come carne normal. Costume da minha mãe, desde pequena assim e a gente vai seguindo também".

O agricultor Antonio Zacheu, 60, aponta a formação religiosa que recebeu dos pais: "acho que é uma tradição para os católicos, mas a gente gosta de comer peixe na semana santa e todos os dias eu acho normal. Eu como carne vermelha até a quarta-feira mais ou menos e depois peixes e verduras".

Mesmo as pessoas mais jovens como é o caso do office-boy Adenilson Alves Santa Rosa, 19, que afirma não comer carnes vermelhas durante a semana santa: "porque é a minha religião e tem que seguir".

A auxiliar de comércio Giovana Cristina da Silva Pereira, 18, não consome carnes vermelhas em todas as segundas, quartas e sextas-feiras da quaresma: "acho que foi uma coisa que Deus deixou para nós, um segmento que católicos devemos seguir".

Embora considerando uma tradição a analista de crédito Cíntia Coutinho de Matos, 26, diz que, quando se lembra, guarda a sexta-feira santa: "não que eu ache importante.

Acho que não tem nada a ver. O que adiante deixar de comer carne vermelha, sendo que no domingo de páscoa a maioria das famílias comemoram com churrasco. Acho que não tem nada a ver e que pecado é você tratar mal as pessoas, matar roubar e não você se alimentar. O alimento esta aí para gente comer".

A balconista Vanessa Aparecida Fernandes, 22, garante que leva a tradição em consideração: "é uma tradição de família porque lá em casa todo mundo é acostumado. Aprendi isso com os meus pais".

O técnico em informática Cleiton Carlos Arruda, 18, pratica a abstinência de carnes vermelhas durante toda os dias do período de quaresma: "é uma tradição mesmo, a gente acaba adquirindo com convivência com avós e acaba seguindo".

A quarta e a sexta-feira da semana são os dias em que Maria Augusta dos Santos Giacomazi, 48, considera importantes para deixar de lado as carnes vermelhas: "é a tradição da família e sempre foi assim, nós somos católicos".

Seguindo desde criança os costumes que aprendeu com os pais e avós, o aposentado Evaristo Polpeta, 80, também mantém a tradição: "na quaresma só não como de quarta e sexta-feira, agora chega nessa semana (semana santa) fico quarta, quinta e sexta-feira sem comer carne".

A semana santa é inteira para a tradição religiosa da aposentada Darci de Castro Gomes dos Santos, 66, que informa ter aprendido com seus avós: "durante a quaresma, na sexta-feira e na semana santa não como carne de jeito nenhum. Só como carne vermelha no domingo de páscoa".

O único entrevistado que afirmou não levar a tradição em consideração foi o agricultor aposentado Geraldo Benine, 67, que justifica que cada um tem seu costume e tradição.

"Não vejo nada diferente em comer carne na semana santa. Isso é uma tradição humana, não é uma coisa estabelecida por Deus. Deus estabeleceu a carne que a gente deve comer e que tem nas escrituras o que a gente deve comer e não deve. Mas, fora disso ele não falou mais nada. Agora cada qual tem a sua tradição, e isso daí a gente não vai interferir na vida dos outros. Eu acho que não tem problema em comer carne", afirmou.

 

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