19 de outubro | 2008

Enquete demonstra inconformismo com decisão de eleição no “tapetão”

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Os entrevistados da enquête realizada nesta semana pela reportagem desta Folha, embora sem que afirmasse diretamente, não deixaram de demonstrar o inconformismo com a situação gerada pela indefinição do resultado da eleição municipal realizada no dia 5 de outubro. Mesmo para quem aparentemente não havia escolhido o mais votado, o fato inédito, ou seja, a decisão do nome do novo prefeito de Olímpia pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ganha ares de perplexidade.

Sobram críticas de alguns, faltam palavras para outros. O fato é que todos esperavam ver a questão definida depois de longos três meses de campanha eleitoral, principalmente desta, onde o tudo e quase todos, ultrapassaram praticamente todos os limites que se imaginavam para o período, superando até as previsões mais pessimistas sobre o que poderia acontecer.

O profissional liberal Sílvio Luiz Perez entende que houve "uma grande falta de responsabilidade por parte do próprio candidato". Para ele faltou também compreensão do próprio eleitor: "Porque se você sabe que o candidato é um péssimo candidato e ele não tem um nome limpo na sociedade, você vai votar nele? Se não tem um bom nome para a sociedade, não tem um bom nome para prefeito".

Para a vendedora Vanessa Valéria Rodrigues é difícil entender o fato: "porque, pelo jeito, o pessoal não quer nem um e nem o outro como prefeito. A maioria está indecisa. Mas como não foi pelas urnas, então será pelo tribunal mesmo".

Poucos entendem a situação como normal até para sanar uma irregularidade: "acho importante isso porque ele (Zuliani) está irregular e o correto é ser decidido assim", afirmou a atendente, Adriana Karla Giocondo.

Já o professor aposentado Paulo Martin Pereira, afirma que não é a primeira eleição decidida nos tribunais e não nas urnas. Sem levar em consideração que Luiz Fernando Carneiro foi o mais votado em 2004, ele cita essa reeleição como sendo decidida nos tribunais: "ele foi cassado na sua segunda eleição, mas governou através de agravos, mandados, etc., por quatro anos. Por isso acho que Geninho vai usar da mesma tática".

Para o frentista Israel de Paiva, não seria a maneira mais correta de se eleger: "acho estranho porque seria mais certo nas urnas". A desempregada Naiara Amaral demonstra irritação ao falar do assunto: "acho isso uma sacanagem porque estava tudo quietinho lá, estava tudo certo e por meio de outras pessoas que isso acabou acontecendo, se não o caso já estaria resolvido e ele seria prefeito pelas urnas mesmo".

Jogo aberto

A vendedora Daiana Cristina Canevarollo não poupa nem a justiça: "acho que eles (justiça) deveria estar jogando limpo com a população. Se ele estivesse sido realmente cassado e não pudesse estar assumindo a candidatura, teriam que ter falado antes com as pessoas no caso dos eleitores terem votado, porque se o eleitor continuou e ele ganhou é porque querem que ele seja prefeito".

A auxiliar de limpeza Elena Moura respondeu: "É a primeira vez que eu vejo e eu nem sei qual vai ser a resposta". Já o auxiliar industrial Robertson Alessandro Freu Ferezin disse: "De repente fica até um pouco meio chato, porque mesmo ele tendo os problemas, ele teve mais votos, então o mais bonito seria ele entrar com mais votos, não desmerecendo os outros".

 

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