31 de dezembro | 2012

Família de São Paulo fica quase 10 horas na UPA e chama a polícia para resolver o problema

Compartilhe:

JOSÉ ANTÔNIO ARANTES
Uma família de São Paulo ficou das 9 até mais de 18 horas na UPA – Unidade de Pronto Atendimento no domingo, dia 30 e, ainda assim, para que seu problema fosse resolvido teve que ter a intervenção da polícia.

Foram mais de 10 horas até que resolvessem o verdadeiro calvário que passou Esmeralda Gonçalves Rossi, 58 anos, Érica Cristina Ju­rano, administradora de empresas e outro filho, todos moradores de São Paulo, desde um acidente que sofreu no início da manhã de domingo, no Parque Aquático local.

Segundo Érica contou, a mãe caiu no sábado, 29, e recebeu os primeiros atendimentos pelo médico do Parque Aquático. “Ele falou que ela teve uma forte trombada, passou um remédio e disse que teria que ficar de repouso, pois não tinha como fazer um raio x, porque lá não tinha e a cidade estava toda parada”, afirmou.

E continuou: “só que a dor estava muito forte e a gente então veio aqui no UPA hoje (domingo, dia 30) e o dr. Adriano Prieto a atendeu. De manhã ele não fez o raio x, disse que era porque é perigoso fazer muito raio x e com a nossa insistência, às 17 horas de hoje ele acabou fazendo. Mas, para a nossa surpresa, ele falou que como é cardiologista e não ortopedista não podia assinar o laudo”.

Érica afirmou também que o médico disse que só após dois dias úteis sairia o laudo para que fosse retirado. “Precisamos desse relatório e que este fosse passado para o hospital que temos convênio em São Paulo para que eles mandassem uma ambulância para levar minha mãe. Mas eles também informavam que não tinham autorização para passar o fax. Então, teríamos que ficar na casa de alguém, de favor, porque minha mãe não podia ser removida para São Paulo”, acrescentou.

E continuou: “Mas, com muita insistência o policial que estava aqui pediu para eles passarem um fax do relatório que foi feito pelo médico para São Paulo. O policial meio que forçou o rapaz daqui e ele passou o fax pro convênio dela, que é de São Paulo para ver se eles vão mandar uma ambulância para fazer o resgate dela. Mas até agora não tinha fax e nem nada, mas depois que o policial falou aí apareceu um fax. Ela está gemendo de dor e eles não liberam ela”, destacou.

Sobre a situação, a administradora de empresas foi enfática em afirmar que uma cidade turística não pode ficar nesse caos, é preciso dar pelo menos uma infra­estru­tura para as pessoas que vêm visitar. O atendimento dessa UPA é complicado. Agora parece que diminuiu um pouco, mas estava bem lotada”.

Érica disse ainda: “Não sabem o que ela tem. Nós vamos ter que ir pra casa, sem saber o que a minha mãe tem. Ele colocou que ela está com dor, passou Tramal pra ela, porque depois de Tramal, só Morfina, e falou que ela está com algumas dores. Mas fazer o quê. Nós estamos aqui desde 9 da manhã, agora é 18 horas, então é assim, mas Deus está lá em cima vendo essas coisas”.

Nesse horário, dentro da UPA havia muitas pessoas para serem atendidas e várias afirmaram que naquele momento estavam enfrentando cerca de 4 horas de espera para serem atendidas.

A família de Érica ficaria, então, na casa de conhecidos aguardando o envio de uma ambulância de São Paulo para levar sua mãe para um hospital na capital.

No entanto, segundo informações de uma sobrinha que ligou para redação de São Paulo, na quinta-feira, 03, informando que seus familiares estavam em São José do Rio Preto, onde teria sido constatado em um hospital daquela cidade que algumas costelas de sua tia haviam sido fraturadas e o pulmão perfurado.  Acrescentou também que naquele dia apresentava quadro de hemorragia no pulmão após ficar dois dias sem tratamento adequado.

FERRAMENTEIRO NÃO ESPEROU

Por outro lado, o ferramenteiro, morador em Santo André, Celso da Silva Ramos, 50 anos, também contou o seu martírio: “Machuquei o dedo, vim aqui para tirar um raio X e o que acontece? Tem umas 50 pessoas e todo mundo reclamando, não tem atendimento. Dizem que só tem um médico para atender. Quer dizer, nem vou passar, vou ver se acho um médico particular para atender”, disse.

E complementou: “Você chega aí e vai ficar cinco ou seis horas aí dentro. Acabei de chegar e nem vou passar. Desisti porque é lamentável uma cidade que nem essa, uma cidade turística deveria dar mais suporte para o visitante que vem de fora quando acontece esse tipo de coisas. Deveria ter um atendimento melhor. Na minha cidade sempre sou bem atendido, lá tem os postos de saúde, tem clínicas, você vai e cada local que você vai sempre é bem atendido. Lá é uma cidade grande, mas aqui como eu estou falando pra você, como sendo uma cidade turística, deixou a desejar. Atendimento péssimo”, desabafou.

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas