15 de julho | 2007

Internações por problemas respiratórios crescem 21%

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As freqüentes queimadas da palha da cana-de-açúcar e a poeira, combinadas com a baixa umidade relativa do ar em razão da ausência total de chuvas, também comum neste período do ano, fizeram aumentar em aproximadamente 21% o total de internações por problemas respiratórios na Santa Casa de Olímpia, quando comparada à média mensal verificada entre os meses de janeiro e maio e o resultado apurado em junho deste ano.

De acordo com os números apresentados nesta sexta-feira (13) pela responsável técnica do hospital, enfermeira Ana Izabel Cervato Menezio, de janeiro a junho a média de internações mensais é de 109. Porém, no mês de junho foi contabilizado o total de 132.

Entretanto, não é possível fazer uma comparação com outros anos, até mesmo por causa do tempo necessário para se fazer um levantamento mais apurado. Mas se pode depreender que pelos volumes de chuvas nos mesmos meses de 2006, a situação do ano passado não deve ter sido muito distante da realidade deste ano.

Mas, para se ter uma idéia da complexidade dos problemas da baixa umidade relativa do ar e das queimadas, no mês de janeiro foram 105 internações por problemas respiratórios.

O mês de janeiro foi um período bastante chuvoso no qual a Casa de Agricultura registrou 547,5 milímetros de chuva, portanto mantendo bastante alta a umidade relativa do ar e, por outro lado, sem as tradicionais queimadas da palha da cana-de-açúcar.

À medida que as chuvas foram diminuindo, como aconteceu já no mês de fevereiro quando choveu apenas 225 milímetros e, consequentemente uma umidade relativa do ar mais baixa, já se percebe que as internações por problemas respiratórios aumentaram. Neste período, de acordo com Ana Izabel, foram 108 internações, ou seja, três a mais que o mês anterior.

E o crescimento do número de internações é paulatino, ou seja, a cada mês que passou choveu menos e, por outro lado, aumentou o total mensal de internações. Em março choveu 132 milímetros e em abril 34. Enquanto isso foram 110 e 115 internações, respectivamente.

Peso das queimadas

No entanto, é justamente no mês de maio, quando houve pequena redução no atendimento hospitalar, que se percebe a influência e o peso das queimadas na saúde, embora sem dados concretos, de idosos e crianças.

Neste período, embora tenha chovido praticamente mais que no anterior, chegando a quase 130 milímetros, o hospital registrou o total de 109 internações. E, foi neste mesmo mês que teve início a temporada das queimadas, pelo menos por responsabilidade das usinas.

Já no mês de junho, quando fica patente o aumento passando ao total de 132 internações, que, por outro lado, foi considerado um dos mais secos dos 21 anos, houve também a intensificação das queimadas.

Segundo a afirmação feita há cerca de 10 dias à reportagem desta Folha pelo diretor técnico da Santa Casa, Fábio Martinez, mesmo não sendo considerada um fator exclusivo, as queimadas contribuíram para o aumento das internações.

Embora apontasse a variação freqüente das temperaturas e até mesmo a baixa umidade relativa do ar, Fábio Martinez afirmou ter certeza que as queimadas contribuem para o aumento das infecções respiratórias e casos alérgicos atendidos na Santa Casa neste período do ano.

O que considera um fator sazonal, ou seja, válido apenas para esta época do ano, aumentando principalmente os casos de rinite alérgica e infecções respiratórias, o diretor técnico garantiu que por causa da baixa resistência, as crianças e os idosos são os que mais sofrem, principalmente no caso do idoso que pode ser levado de uma pequena gripe ou resfriado para uma pneumonia.

 

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