18 de outubro | 2015

Licitação para captar água do rio Cachoeirinha deve sair em 15 dias

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A nova licitação na modalidade concorrência pública com a finalidade de contratar uma empresa para a construção do sistema de captação de água do rio Cachoeirinha, na região leste do município de Olímpia, a partir da ETA (Estação de Tratamento de Água) que há décadas está em fase de construção no Jardim Luíza, na zona leste da cidade, deverá ser lançada dentro de aproximadamente 15 dias, para retomar a obra que está paralisada há aproximadamente 27 meses.

A expectativa do diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental, Antônio Jorge Motta, que concedeu entrevista a esta Folha da Região na tarde de quinta-feira, dia 15. “Já está quase para licitar de novo. Só estamos esperando o aval da caixa econômica federal que é o agente financeiro. Sinceramente eu penso que não vão 15 dias para jogar a licitação no ar”, informou.

Antônio Jorge Motta justifica que, embora se trate de uma obra da Prefeitura Municipal de Olímpia, é a autarquia que está atuando no sentido de completar o processo para refazer a licitação e dar continuidade à obra. “Nós estamos cuidando do lado do refazimento de planilhas e documentação e a gente está fazendo isso há cinco meses e nós chegamos ao fim na semana passada”, contou.

Mas, de acordo com ele, a Caixa Econômica Federal (CEF) ainda não liberou. “Eu acho que libera entre amanhã (6.ª feira, 16) e segunda-feira (19), disse ela (CEF). A gente espera que libere porque também não tem mais o que eles pedirem. Todos os pedidos nós já atendemos”, explicou.

De acordo com ele são mais de 200 planilhas e uma diferença de um centavo apenas já obriga que todas sejam alteradas: “Então, nós estamos na dependência deles. Não solicitaram mais nada. Já estou comemorando achando que já vai transitar”.

Sobre a informação de que a presidente da república Dilma Rousseff paralisaria a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o chamado PAC2, o diretor não vê problemas impeditivos relacionados a essa questão.

“Não inclui o nosso convênio porque já foi feito o início. Já foi feita uma medição, muito pequena, mas tinha feito que é a instalação do canteiro (de obras), escavação dos buracos que estão lá, concretagem de lado e de fundo. Então, fomos salvos pelo gongo. Isso já está separado no orçamento deles (governo federal)”, explica.

OBRA PARADA

Como se recorda, em agosto próximo passado, depois de 25 meses de paralisação e algumas promessas de retomada dos serviços, Antônio Jorge Motta previa que a obra deverá ser concluída até março de 2017, isso caso não haja mais nenhum tropeço.
Segundo o diretor trata-se de “uma obra bastante extensa e delicada, que envolve tecnologias. Nós temos um cronograma um pouco extenso e vamos permanecer no prazo de 18 meses mais ou menos (para concluir a obra) após a licitação”. Antes disso, a estimativa da conclusão da mesma obra para meados de 2016.

Trata-se de uma obra de R$ 12 milhões aproximadamente. O contrato com a Scamatti & Seller era de R$ 6,1 milhões com a empresa sendo responsável pela conclussão da ETA (iniciada ainda na administração do ex-prefeito José Carlos Moreira), construção de uma adutora e um reservatório.

No dia 12 de julho deste ano, foi completado o período de 25 meses que a obra foi paralisada em razão dos problemas que envolveram a empresa Scamatti & Seller, por causa da chamada Máfia do Asfalto, um dos maiores esquemas de corrupção já vistos no Brasil. Por isso o prefeito Eugênio José Zuliani cancelou o contrato com a empresa que tinha executado apenas 10% da obra.

Despesa com energia elétrica cresceu 118% em setembro

Ao comentar o custo da perfuração de um poço profundo com até dois mil metros de profundidade, visando atravessar as rochas existentes no solo olimpiense para encontrar um bom lençol de água, o diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental, Antônio Jorge Motta, falou também da despesa que a autarquia tem com o consumo de energia elétrica para operar 67 poços que era de R$ 96 mil por mês e passou para a casa de R$ 210 mil, ou seja, aumentou aproximadamente 118%.

“Desse mês passado (setembro) para cá nós já estamos pagando 209 mil reais por mês de energia elétrica”, contou. De acordo com Motta, esse gasto é para a manutenção de 67 poços em funcionamento durante 24 horas por dia. Além desses, há outros nove poços reservas.

Esse alto valor que sai do caixa da autarquia, segundo Antônio Jorge Motta, é um dos obstáculos para a construção de poços profundos que custam em torno de dois milhões de reais, conforme planeja para o futuro, mas além da administração do prefeito Eugênio José Zuliani “se eu ainda estiver por aqui”.

De acordo com Motta, mesmo com a com­ple­men­tação da obra de captação de água do rio Cachoerinha, projeto que ainda está encruado por causa do envolvimento da empresa Scamatti & Seller, que fora contratada pela Prefeitura Municipal de Olím­pia, o planejamento é de perfurar pelo menos três poços profundos para atender Olímpia e os distritos de Baguaçu e Ribeiro dos Santos.

No caso de Olímpia, segundo ele explica, o poço atenderia a demanda de novos loteamentos que estão surgindo em bastante velocidade em Olímpia, principalmente na parte mais alta localizada na zona oeste da cidade. “Essa cidade não para de crescer”, observa.

REAJUSTES

Mas, além disso, serve para justificar o alto reajuste de 20% – muito acima da inflação – das tarifas da autarquia que superou a casa dos 41%, a partir de 1.º de outubro.

Como se recorda, segundo o Decreto número 6.141, de 23 de setembro de 2015, publicado na Imprensa Oficial do Município (IOM) do sábado, dia 26, desta feita o aumento será de 20%, com o valor do consumo mínimo da classe residencial, ou seja, para quem consome no máximo até 10 metros cúbicos passando de R$ 11,48 para R$ 13,78.
Ocorre que, o valor de R$ 11,48 já era resultado de outra canetada do prefeito Eugênio José Zuliani, esta em 24 de março de 2015, quando ele baixou o Decreto 5.994 majorando o valor do consumo mínimo em 18%.
Por isso, considerando os dois reajustes, mas partindo do valor de R$ 9,73 que vigorava até o dia 31 de março de 2015, o aumento do valor da tarifa mínima já chega a 41,623843%. Além disso, a coleta e tratamento de esgoto – que ainda é pequeno na cidade – custa 80% do valor que o consumidor paga ela água.

 

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