Embora envolva três crianças que possivelmente não tenham nem mesmo a noção do que estejam fazendo, a possível omissão da direção e funcionários estaria permitindo a prática de atos contrários aos bons costumes, entre três crianças matriculadas na E.M.V.T., em horários que se encontram no interior do estabelecimento.

Pelo menos isto é o que pode ser depreendido das informações dadas nesta semana, para esta Folha, pela mãe de uma das crianças, de apenas quatro anos de idade, que tem reclamado muito de estar sendo assediado por outras duas crianças que freqüentam a mesma escola em período integral.

De acordo com a mãe o menino tem reclamado constantemente que pelo menos dois de seus colegas têm insistido em práticas que são contrárias aos bons costumes.

"Já vem há alguns dias que dois coleguinhas ficam pegando no "pipi" dele e ele chega em mim e reclama: mãe o menino fica pegando no meu "pipi", explicou à reportagem. A mãe disse que já reclamou na escola por várias vezes e que uma das professoras, em uma das ocasiões, até teria visto o menino pegar no pênis de seu filho.

Depois de algumas vezes ela conta que procurou pelo Conselho Tutelar e até houve uma reunião entre ela, duas professoras e a diretora da escola.

"Mas eles acham que a criança está fantasiando. Eu pedi que ficassem em ‘cima dele’ e não o deixassem sozinho e que não o deixassem ir ao banheiro com as outras crianças para não ter esse problema. Segundo declarou, elas disseram que ficaram olhando, mas que na outra semana o menino chegou reclamando novamente.

Depois disso a mãe procurou diretamente a Secretária de Educação com o objetivo de trocar o filho de escola: "mas ela falou que é uma escola boa e isso pode ser fantasia da cabeça do seu filho e então vamos deixar ele mais uns dias".

Ainda de acordo com a mãe chegou a passar uma semana sem que o filho reclamasse alguma coisa, mesmo quando incentivado para tanto. Ela conta que o garoto que tem molestado seu filho, embora praticamente da mesma idade, tem porte físico mais avantajado, o que inibe o filho de qualquer reação ante as atitudes de seus colegas.

Porém, conta que um dia o filho chegou com o pênis machucado e que ao reclamar na escola a professora justificou que o menino teria colocado um pedaço de madeira dentro da cueca para brincar de arma. "Se ele está na escola e coloca um pauzinho dentro da cuequinha, qual é o direito delas? É olhar, tirar e não deixar. Elas estão sendo pagas para isso", reclamou novamente.

E acrescentou: Quando foi segunda-feira (16) agora, ele chegou 5h15 e reclamando que o "pipi" estava doendo e eu peguei e fui olhar e vi que estava bem inchado. Corri e chamei o meu patrão, o doutor e mostrei a ele, porque é sempre a minha palavra contra a dela e o meu patrão falou: Vai à delegacia e não deixe isso assim".

Da delegacia ela conta que foi mandada à Santa Casa e depois de ter o filho examinado novamente por um médico, voltou à delegacia onde prestou queixa em boletim de ocorrência.

Depois ela contou ainda que no mesmo dia perguntou ao filho quem dos dois teria sido e o menino respondeu que naquele dia tinha sido um outro colega que inclusive o teria convidado para, segundo a mãe: "brincar de por o "pipi" um no outro".

Ela diz que ao perguntar ao filho sobre onde estaria a professora, ele respondeu que estava conversando com outra professora.