22 de maio | 2011

Médica atestou aptidão para o trabalho de faxineiro infartado

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A médica Mariana Satanford C. Jacob, que atuava no plantão da portaria da Santa Casa de Olímpia, na madrugada da terça-feira, dia 10 de maio, teria emitido um atestado trabalhista, comprovando perfeito estado de saúde para o trabalho, ao faxineiro Luiz Carlos Ruralli, que estava com 50 anos de idade. O óbito foi constatado pela mesma médica que enxergou um quadro de stress, tendo como causa um infarto agudo do miocárdio.

Entretanto, ele que foi levado para o hospital por volta dos 30 minutos daquela madrugada, acabou falecendo às 2h55, quando levado novamente à Santa Casa para ser atendido pela mesma médica.  


“Atesto para fins trabalhistas que Luiz Rurali foi atendido hoje neste serviço, avaliado e constatou se apresenta bom estado geral, sinais vitais normais, estando apto ao trabalho”, consta no atestado.


Aliás, o atestado, emitido em papel timbrado da Santa Casa, se encontra anexado ao inquérito policial instaurado a partir do boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia com o número 432/2011, pelo delegado César Aparecido Martins, no dia 13 de maio.


Esse foi o terceiro caso de suspeita de morte que pode ter ocorrido por negligência ou imperícia e por responsabilidade do hospital, apenas no período de um mês, se consideramos a data do primeiro caso.


A possível terceira vítima do verdadeiro caos que está instalado na Santa Casa local, chegou ao hospital no início da madrugada do dia 10, onde foi atendida pela médica plantonista Mariana Staford C. Jacob, queixando-se de dor no peito, falta de ar e vomitando verde.


Consta que ele estava trabalhando quando, por volta dos 30 minutos telefonou para seu cunhado Luiz Carlos Morelli, informando que não passava bem. O cunhando, junto com a filha do faxineiro, Carla Roberta Morelli Ruralli, foram ao local de trabalho dele, onde o encontraram caído, e tiveram que acionar o Resgate do Corpo de Bombeiros local.


QUADRO DE STRESS


Na Santa Casa ele foi atendido pela médica plantonista que diagnosticou um quadro de stress e o medicou com dois comprimidos, examinou a pressão arterial e o diabetes e, sem seguida ao rápido atendimento, elaborou o laudo afirmando a aptidão para trabalho, mandando o para casa.


Porém, minutos depois de chegar em sua casa, Rurali teve nova crise e urinou na roupa, gemendo e respirando com dificuldades. O Resgate foi acionado novamente para levá-lo de volta ao hospital, onde a mesma médica, minutos depois, informou o falecimento dele, por causa de um infarto agudo.


Consta no registro da polícia que teria um erro no primeiro atendimento, quando foi apenas medicado e não permaneceu internado, o que poderia ter salvado sua vida, segundo entende a filha de Rurali.

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