25 de outubro | 2010

Monobloco estaria comandando o tráfico de dentro da prisão

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Mesmo cumprindo
pena em uma penitenciária, o traficante Luiz Carlos Antunes Silva, vulgo
Monobloco, continuaria mantendo contato com o submundo do crime e controlando o
tráfico de drogas na região, de dentro da prisão.

Segundo matéria do
jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, de dentro de uma cela na
Penitenciária de Valparaíso, próxima a Araçatuba, ele é suspeito de comandar um
grande esquema de distribuição de drogas nas regiões de Rio Preto e Ribeirão
Preto.

Consta que em nove
anos de prisão, Monobloco passou a ser visto como uma das lideranças do PCC na
região e reforçou seus vínculos com o narcotráfico.

Há dez anos,
Monobloco ganhou pela primeira vez os holofotes da mídia por meio da CPI do
Narcotráfico. Em depoimento à comissão em Rio Preto, em novembro de 2000, o
advogado Joaquim Arnaldo da Silva Neto denunciou o envolvimento do traficante
em esquema de desvio de recursos públicos de prefeituras da região por meio de
fraude em licitação e uso de notas fiscais frias.

O dinheiro, disse, seria
usado para capitalizar o narcotráfico gerenciado por MonoblocoUma das prefeituras
vítimas do esquema seria a de Severínia, que na época era administrada por
Mário Lúcio Lucatelli, o Babão, primo de Monobloco.

Ouvido pela CPI, Lucatelli
negou envolvimento com Monobloco. E disse uma frase que até hoje é lembrada
pelo promotor Marco Antonio Lelis Moreira, que assessorou a comissão: “Primo e
irmão, nobre deputado, a gente não escolhe”.

Na época, Monobloco
estava foragido, depois que o Ministério Público descobriu que, em janeiro de
2000, o traficante vendeu para um mototaxista 18 quilos de maconha por R$ 2
mil. Ele foi preso em maio de 2001.

 

Monobloco recebeu
sete condenações judiciais por tráfico, receptação, porte ilegal de arma e
fraude processual. Somada, a pena chega a 73 anos. Nesses nove anos, passou por
12 presídios do Estado.

Em agosto de 2006,
fugiu do regime semiaberto em Marília, mas foi recapturado dois meses depois. O
Diário apurou que suas atividades no tráfico são acompanhadas de perto pela
Polícia Federal. Seu advogado atual não foi localizado na última semana.

 

A relação entre as
fraudes em prefeituras e o tráfico nunca ficou provada. Mas Lucatelli virou réu
em 28 ações civis públicas por improbidade administrativa e outros 12 processos
criminais – na maior parte deles, foi condenado por fraude em licitação, desvio
de dinheiro público e falsidade ideológica.


Teve a prisão
decretada pela Justiça, mas está foragido há cinco meses. O Ministério Público
suspeita que ele esteja na região de Cassilândia (MS), onde tem uma fazenda.
Seu advogado, Sinésio Marson Júnior, ingressou com habeas corpus no Superior
Tribunal de Justiça (STJ), ainda não julgado.


O advogado Joaquim
Arnaldo da Silva Neto, que na época entregou à CPI 20 volumes de documentos,
chegou a sofrer um atentado dois anos depois, quando o carro que dirigia foi
alvejado por um tiro na rodovia Armando Salles de Oliveira, em Icém.


Consta que o
advogado teria deixado a região, mas ainda continuaria colaborando
sigilosamente com o Ministério Público.

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