25 de fevereiro | 2007

Moradora diz que sofre enchente grave pela 2.ª vez

Compartilhe:

 

 Esta foi a segunda enchente com graves proporções que a população da parte baixa do bairro São Benedito enfrenta na atual administração. A informação é da estudante de administração de empresas, Camila Aparecia Varolo, que há seis anos reside na Viela Requinta, número 28. Considerando ser uma situação até normal, ela disse: "A gente mora há seis anos e é a segunda vez que acontece isso. É sabido sim, do poder público. É sabido sim".

Na casa em que Camila reside a inundação atingiu mais de meio metro de altura: "Passou água por toda a casa, a gente teve prejuízos com móveis, comidas, roupas, tudo que é bem material que a gente tem dentro de casa a gente teve prejuízos".

E acrescentou: "Como aqui já existe esse problema, há vários anos e é sabido do prefeito, da prefeitura e de todo mundo que mora aqui em Olímpia, a gente quando mudou para esta casa até fez uma estrutura na frente, aumentou o muro, fez uma vedação no portão e da área. Só que dessa vez o volume de água foi tão grande que ele ultrapassou esse muro aqui e invadiu toda a casa, não teve como".

Prefeito

Camila conta que o problema já foi conversado tanto com o prefeito, quando com vereadores: "Esse atual prefeito já veio até aqui, já foi avisado e ninguém tomou providências". Tentando salvar alguma coisa em sua casa, ela conta que seu pai chegou a machucar a perna. Assim como ela, ele também estava perdendo dia de serviço por causa do problema.

A estudante reclamou do que pode ser classificado como descaso da prefeitura: "O único órgão que passou aqui foi o bombeiro ainda na hora da enchente ajudando as pessoas a saírem das casas. A limpeza das ruas, que ficou pura lama, foram os moradores que fizeram. A prefeitura não passou por aqui nem para ver se tinha alguém morto ou vivo. Não houve essa preocupação da prefeitura não".

O agenciador de empresa de ônibus Jaime Rodrigues de Oliveira, que mora na rua Washington Luiz, 930, conta que tudo foi muito rápido: "Lá pelas 5h30 começou a trovejar bastante e chover. A gente levantou e começou a ver que a água estava entrando e foi rapidinho, foi coisa de minutos".

Ele conta que perdeu bastante coisas em sua casa: "Perdemos bastante. Moveis eletrodomésticos, perdemos tudo. O sofá tem que jogar fora, dois rádios, computador, televisão, dvd, guarda roupas. O guarda roupas tivemos que jogar fora porque caiu tudo. O computador a impressora".

Alice Bido de Oliveira, esposa de Jaime, demonstrando muita indignação, comentou: "Até quando vamos perder as coisas, a gente perdeu tudo e deu o que fazer para comprar. Eu nem acabei de pagar e a água acabou com ela, mas os meus ‘trens’ (sic), acabou de perder tudo e o povo vai me dando aos poucos", lamentou informando que tudo custa em torno de seis mil reais.

Não sabia

O lavrador Geraldo Ferreira, que há 10 meses mora na Rua Castro Alves, 336, também perdeu tudo. "Não deu para salvar nada", reclamou informando que é trabalhador braçal e terá dificuldades para conseguir tudo de novo.

"Eu sabia não. Essa é a primeira vez. É que ele falou que já teve. Depois que mudei para cá é que fui saber que enchia de água", reclamou ainda.

O lavrador teve o carro arrastado pela enxurrada: "A água levou ele a 100 metros para baixo. Perca total. O carro é financiado em 36 meses e só paguei quatro meses, ainda tenho 32 meses para pagar".

O proprietário da Kamura Matérias para Construção, Adalberto Pereira, conta que foi uma forte chuva e que todos os anos aconteceu alguma coisa desta natureza: "A gente faz a limpeza do local e prejuízos a gente sempre tem e dá andamento na firma da gente, mas a gente espera que os políticos tomem providências disso daí".

Acrescenta: "Já foi falado, foi visto, espero que eles façam alguma coisa no sentido de que façam uma tubulação, tirando essa água daqui e jogando até o rio, e que façam alguma coisa para melhora dessa região da cidade, porque isso daqui é uma área central, é considerado o centro da cidade, e constantemente acontece isso".

A doméstica Maria Regina Justino contou: "Perdi móveis, eletrodomésticos, compra do mercado no valor de R$ 300, documentos e roupas. A Assistência Social me deu uma cesta básica, mas nem tenho fogão para fazer a comida, a água levou o meu embora". Ela estima que o prejuízo seja de quatro mil reais.

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas