29 de junho | 2008

Por que o número de roubos cresceu 154% em três anos?

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Um levantamento divulgado recentemente pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, demonstra que o número de assalto – ato praticado mediante violência de qualquer espécie com a presença da vítima – cresceu 154% nos últimos três anos. Por isso nesta edição a editoria desta Folha optou por discutir a questão com pessoas que, de alguma forma lidam com o problema.

Um levantamento da Secretaria de Segurança Pública mostra que nos últimos três anos, os casos de roubo cresceram 154%, passando de 35 ocorrências em 2005, para 89 em 2007. Entre os anos de 2005 e 2006 o total aumentou 80%, subindo das 35 para 63 ocorrências. Mas em razão das ocorrências registradas apenas em 2008, ainda falta muito a ser apurado pela polícia.

A falta de punição aos filhos e o consumo elevado de drogas são dois fatores apontados pelo delegado João Brocanello Neto, titular da Delegacia de Polícia de Olímpia, que favorecem o aumento dos índices de violência que, reconhece, é bastante acentuado diante do quadro que se verifica no cotidiano do trabalho que desenvolve, demonstrando que a população está mais violenta.

A desigualdade social e a desvalorização do ser humano em muitos casos, atualmente sem condições de empregos rebaixando o nível de vida, podem levar pessoas a prática de crimes. Isto, na avaliação do advogado Oswaldo Antonio Serrano Júnior, mesmo com o assistencialismo que comumente se vê em todos os níveis de governo, muitas vezes dando comida e até moradia ao cidadão, mas, por outro lado, esquecendo que a dignidade é também importante para o bem estar das pessoas.

A inversão de valores tendo sempre por base a busca por bens materiais que demonstrem poder financeiro, pode levar uma pessoa a fazer opção pela prática de crimes. Pelo menos isto é o que se depreende da avaliação feita à reportagem desta Folha, pela psicóloga Sônia Maria Ferreira Queiroz, que diz estar habituada a enfrentar situações idênticas.

O crescimento da violência acontece por causa do sistema capitalista, no qual a principal preocupação é a hegemonia do poder econômico que está impregnado nas empresas, mas também nas pessoas de maneira geral. O egoísmo predomina nas pessoas do mundo atual levando atitudes que talvez não existissem em outras situações.

Pelo menos isso é o que pode ser depreendido da opinião do frei Flaerdi Valvassoir, responsável pela Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, que lida com muitos problemas sociais na região do Jardim Santa Ifigênia, onde se localiza a maior favela da cidade de Olímpia.

Responsável pela área mais carente da cidade, ou seja, a zona norte, que, além de extensa é bastante povoada, o delegado do 1.º Distrito Policial (DP), Eduardo José Vendramel, comentou para a reportagem desta Folha, que embora bem equipada, materialmente falando, a Polícia Civil está carente de profissionais para preenchimento de cargos como de escrivão e investigador. "Estamos precisando para trabalhar efetivamente melhor", acrescentou.

No entanto, destaca o trabalho da Polícia Civil que se trata da Polícia Judiciária, é a que chega após o crime para descobrir o autor e não antes para evitar, papel que cabe à Polícia Militar, que faz o trabalho ostensivo. Mas mesmo com a ausência de um número maior de funcionários, tem solucionado e, dentro possível, rapidamente, muitos casos de violência.

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